Uma das formas da quadrilha de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, de se manter no poder é a corrupção policial.
O chefão da milícia determinou que seus subordinados, de forma rotineira e reiterada, corrompessem agentes das
Forças de Segurança do Estado, oferecendo-lhes ou prometendo-lhes vantagens indevidas, para determiná-los a praticar, omitir ou retardar atos de ofício.
A corrupção de policiais – civis, militares e penais, realizada de forma contumaz pelos integrantes do bando, perfaz atividade ilícita inerente à existência e à estabilidade do grupo, tendo em vista que os agentes corrompidos deixam de fazer operações policiais para reprimir
os integrantes da malta, fornecem-lhes informações privilegiadas, auxiliam no enfraquecimento dos grupos rivais etc.
Os milicianos recebiam informações privilegiadas oriundas de policiais militares corrompidos, inclusive foi passada para o grupo criminoso a escala de serviço do BPM.
Uma investigação descobriu, por exemplo, que já falecido miliciano Garça costumava presentear seus ´colaboradores´ (agentes penitenciários e policiais militares) com mesas de madeira personalizadas, camisas e blusas táticas, bem como demais vantagens;
Os agentes públicos efetivamente passaram a fazer parte importante do organograma da organização criminosa, ou seja, agiam 24 horas a mando de Garça, e não apenas quando estavam de serviço.
Esses policiais passavam para a milícia informações sobre destacamentos policiais, baseamentos e levavam recados aos colegas de farda.
Ressalte-se que essas tarefas eram realizadas dentro e fora de serviço.
Escutas revelaram conversas em que foi revelada a preferência que os pagamentos fossem feitos às duas alas do batalhão da PM.
Houve conversas também em que foi determinado que uma determinada guarnição deveria ficar em PB (ponto base) na entrada de Manguariba, sempre se colocando a disposição da milícia.
Os milicianos pagavam até almoços em restaurantes para PMs.
Já os agentes da SEAP repassavam informações de bancos de dados da pasta, de dentro das penitenciárias, bem como orquestravam a cooptação de outros servidores da secretaria para integrar a organização criminosa
Além da corrupção policial, a a milícia fazia uso de um sistema privado de dados pessoais de cidadãos, possivelmente para levantamento de informações de pessoas.