Veja agora os depoimentos das testemunhas que presenciaram o assassinato do sul-matogrossense Gabriel Mongenot Santana Milhomem Santo, 25, que veio ao Rio para o show da cantora Taylor Switft em novembro passado e acabou assassinado a facadas na Praia de Copacabana. O acusado do crime, Anderson Henriques Brandão, foi condenado ontem a 33 anos de prisão.
A vítima A.C.P relata que estavam na areia da praia, quando dois indivíduos se aproximaram, perguntaram se o grupo tinha cigarros e, após a negativa, prosseguiram. Segundo a depoente, em seguida, os referidos indivíduos retornaram e anunciaram o assalto, oportunidade em que o F se assustou e correu, mas um dos autores lhe golpeou com um rádio na cabeça. Esclarece que Gabriel estava dormindo, acordou assustado com os gritos e se levantou, momento que foi atingido pelo autor com um chute e caiu. A depoente ressalta que, no entanto, Gabriel se levantou novamente e o autor foi em sua direção, originando embate corporal em que Gabriel caiu por ter sido atingido pelo golpe de faca. Destaca que o acusado Anderson estava com a faca e atingiu Gabriel, enquanto seu comparsa chutava os outros meninos, determinando que ficassem quietos. Responde que somente foram subtraídos bens do T e a chave do carro, mas todos foram ameaçados e Thiago também foi agredido com chutes. Aduz que, quando estavam na delegacia, dois indivíduos detidos chegaram e foram reconhecidos como autores pelas vítimas. Indagada pela defesa, afirma que houve reconhecimento pessoal e individual e que foi capaz de identificar o autor pelo rosto. Ainda sobre o reconhecimento, alega que, na primeira oportunidade, foram mostradas às vítimas mais de uma pessoa e, na segunda delegacia, duas pessoas separadamente.
A ofendida I.S.CB narra que estava na praia com quatro amigos, quando passaram dois homens – um sem camisa de pele mais escura e outro de pele mais clara que estava com short e blusa – que perguntaram se as vítimas tinham cigarro e, após negativa, seguiram. Acresce que, em seguida, os indivíduos retornaram e anunciaram o assalto, determinando que entregassem tudo sob ameaça de morte. Esclarece que os autores estavam com uma faca e corriam ao redor do grupo. De acordo com o relato, nesse momento, o F orreu, mas o rapaz de pele mais clara o perseguiu, lhe agrediu com um rádio, lhe ameaçou de morte e levou novamente para o local em que estava o grupo, enquanto o comparsa desferia chutes contra T . Aduz que, quando o autor retornou com o F, o Gabriel se levantou e o homem de pele mais clara lhe deu uma rasteira. Salienta que Gabriel caiu, mas se levantou novamente e, após alguns empurrões, o homem de pele mais clara desferiu um golpe de faca contra o peito da vítima. Responde que os autores somente roubaram uma carteira, uma bermuda e um celular de T e a chave do carro, porque os demais pertences dos ofendidos estavam em um carro. Confirma que estava na delegacia, quando os policiais chegaram com dois indivíduos. Responde que somente reconheceu, com certeza, pessoalmente o indivíduo de pele mais clara e não teve certeza em reconhecer a fotografia que lhe foi exibida como sendo do autor de pele mais escura.
A vítima F.E.T.L alega que estavam na Praia de Copacabana e todos haviam deixado os pertences, com exceção de T. Esclarece que, enquanto estavam sentados na areia conversando, dois homens passaram pelo grupo, perguntaram se possuíam cigarro e, inicialmente, se afastaram na direção de outras pessoas, mas, posteriormente, retornaram e anunciaram o assalto. Segundo a narrativa, neste momento o depoente se assustou e saiu correndo, sendo perseguido por um autor, enquanto o outro permaneceu próximo do grupo. Destaca que acabou caindo e, quando o autor lhe alcançou, proferiu ameaças, determinou a entrega dos bens, lhe agrediu com um rádio e o conduziu de volta ao grupo. Responde que o Gabriel estava deitado e, quando se levantou, o mesmo indivíduo que perseguiu o depoente, que estava com uma faca, desferiu uma rasteira contra aquele. Sustenta que, em seguida, Gabriel se levantou novamente, iniciando embate corporal, momento que a vítima foi atingida por golpe de faca. Afirma que os autores subtraíram a chave do carro, que estava com o depoente, além do celular e do short de T. Assevera que, na delegacia, visualizou dois indivíduos, tendo reconhecido um, com certeza, e afastado a participação do outro. Detalha que o indivíduo que foi reconhecido na delegacia foi o autor de pele mais clara, que estava com a faca e desferiu o golpe contra a vítima Gabriel. Salienta que, ao ouvir a voz do acusado, teve maior certeza no reconhecimento.
O ofendido T.C.S.A relata que estavam na areia da praia, quando dois homens passaram e indagaram se as vítimas possuíam cigarro. Acrescenta que, após a negativa do grupo, os agentes seguiram em direção de outras pessoas, mas voltaram, portando um deles uma faca, ameaçaram as vítimas e determinaram que entregassem os pertences. Esclarece que sua bermuda foi subtraída com os pertences que estavam dentro. De acordo com a narrativa, enquanto entregavam os bens, o F se assustou, porque estava com a chave do carro, tentou correr, mas foi perseguido por ou autor, agredido com algum objeto e trazido para o grupo. Enfatiza que, enquanto isso, o outro autor já estava com a bermuda do depoente na mão e lhe agredia com chutes. Conforme o relato, quando o autor voltou com F, Gabriel acordou atordoado e os agentes prosseguiram proferindo ameaças e agindo agressivamente. Acresce que, após o Gabriel levantar, o autor que estava com uma faca lhe derrubou, mas a vítima levantou de novo e foi atingida por um golpe de faca. Afirma que, posteriormente, policiais informaram que tinham detido alguns suspeitos e, ao chegar na porta da delegacia visualizou dois indivíduos, mas, inicialmente, não teve certeza em reconhecê-los. Destaca que lembrava muito da voz dos autores e, ao ouvi-los falar, não teve dúvida em reconhecer o autor da facada (Anderson). Responde que não reconheceu o outro autor tampouco reconheceu fotografias de outros suspeitos que lhe foram exibidas. Confirma que visualizou, pessoalmente, duas pessoas, mas somente reconheceu um e não conseguiu identificar o outro autor pelas diversas fotografias que lhe foram mostradas.
Policiais disseram que escutaram o acusado Anderson conversando com outro indivíduo sobre a necessidade de sair de Copacabana com agilidade. Sustentam que o acusado teria confirmado, ainda que parcialmente, a participação na empreitada. I