Uma quadrilha que rouba telefones celulares e ainda praticava extorsões contra as vítimas, com o objetivo de desbloquear e revender os aparelhos é alvo de operação da Polícia Civil no RJ. O bando é ligado ao Comando Vermelho.
Os agentes buscam cumprir 43 mandados de prisão na capital, Duque de Caxias, São João de Meriti, Barra do Piraí e também no estado de São Paulo. Até o momento, mais de 30 pessoas foram presas.
MODUS OPERANDI
O bando não apenas roubava os dispositivos, mas intimidava violentamente as vítimas para obter senhas e acessos.
Os criminosos faziam ameaças diretas, intimidação psicológica e coação financeira, exigindo pagamentos ou informações sob a ameaça de represálias.
A estratégia tornava a quadrilha ainda mais lucrativa, pois dispositivos desbloqueados têm maior valor de revenda e permitem o acesso a contas bancárias e aplicativos financeiros das vítimas.
O primeiro ato da organização envolvia a subtração dos celulares em áreas de grande circulação, como Duque de Caxias, Calçadão de Bangu e Central do Brasil.
Para garantir exclusividade no fornecimento, os líderes davam armas aos assaltantes, eliminando intermediários e estabelecendo vínculos diretos com traficantes que autorizavam os roubos em troca de parte dos lucros.
Após os roubos, agia o núcleo de extorsão, que utilizava diversos métodos para coagir as vítimas a fornecerem senhas e acessos
financeiros, como ameaças via aplicativos de mensagem ou SMS, uso de informações obtidas na dark web, golpes de phishing e pressão psicológica. Quando esses métodos falhavam, os celulares eram desmontados e vendidos como peças para assistências técnicas clandestinas.
O grupo lavava o dinheiro obtido com a venda dos celulares desbloqueados e das extorsões. Os valores eram distribuídos entre contas bancárias de terceiros, dificultando o rastreamento, sacado em espécie e escondido em locais estratégicos e também como fonte de receita da “caixinha” do CV, que financia as atividades criminosas e disputas territoriais e garante pagamentos para parentes de faccionados, estejam eles presos ou em liberdade.
Os bandidos envolvidos no esquema ostentavam luxo nas redes sociais, com a compra de bens de alto valor e festas financiadas pelo crime.

FONTE: Polícia Civil do Rio de Janeiro