Investigações revelam como funciona o tráfico no Morro do Cavalão, comunidade que fica entre os bairros de Icaraí e São Francisco, na Zona Sul de Niterói.
O Cavalão é controlado pela família Medeiros vinculada ao Comando Vermelho.
Os possíveis pontos de venda de drogas indicadas pela polícia são
- Rua Joaquim Tavora com a Rua Elza Bitencourt (Zé Areia);
- Rua Lemos Cunha na calçada do Centro Evangelisto Internacional e da subestação de energia elétrica (escadaria Pirambeira)
- Rua Lemos Cunha na entrada da Henrique Portugal acesso direto ao Morro (Ponto de Moto Taxi);
- Rua Lemos Cunha esquina com a Rua General Silvestre Rocha (Mercearia do BI – ponto de mototáxi e viciados)
- Rua Dr. Souza Dias esquina com Rua Des. Toledo Piza (Rei dos Sucos – Ponto de mototáxi e viciados);
- Alameda Jandira Fróes – Entrada do Túnel Raul Veiga (São Francisco – rota de fuga – ponto de mototáxi
- Se tem notícia de que os traficantes armazenam fuzis, granadas, pistolas e revólveres, garantindo o poder sobre os seus subordinados, o temor dos moradores da comunidade e dificultando as operações policiais naquela região, sob constante vigília dos “olheiros”.
- A atividade criminosa se concentra na venda no varejo de cocaína, maconha, ecstasy, skank e crack, sendo este último vendido a preços baixos, mantendo a presença constante, nas proximidades da comunidade, de pessoas viciadas pelo uso contínuo da droga.
No cotidiano, as drogas são comercializadas diretamente entre usuários e “vapores”, sob as ordens dos membros de hierarquia superior no grupo criminoso, os “gerentes” e os “frentes”.
Kadá, mesmo cumprindo pena em Bangu, manteve o controle finalísticos das atividades no Morro do Cavalão, se sobrepondo hierarquicamente sobre os demais, seus subordinados. Na qualidade de chefe, sua palavra era determinante na definição da estrutura da associação criminosa. “
Ele foi preso em maio de 2020, na Operação Pé de Pano.
O filho dele, Reinaldinho, assumiu o comando, e está com status de foragido perante a Justiça e trecho da interceptação revela que ele permanece no Morro do Cavalão.
Tutuia ou 2T, Jow e JE ou G mesmo no sistema prisional, por condenações pela prática de homicídio e crimes relacionados ao tráfico de drogas, ocupam posição de destaque na hierarquia do grupo criminoso, mantendo sob seu comando “vapores” e “gerentes”, ordenando a retirada de valores da venda de drogas ilícitas em proveito próprio, como uma espécie de “seguro do tráfico”.
Macaquinho, após as prisões de outros “frentes”, assumiu a posição de “frente”, uma espécie de “gerente geral”, de “homem de confiança do chefe”. Tigrão e Mídia exerciam a função de gerente dos pontos de venda de drogas,
Jandaia é apto a resolver problemas na comunidade e atuar na mercancia de entorpecentes.
Ele resolveu, por exemplo, um caso de corte de energia considerado errôneo por traficantes.
DVD e Jabu exerciam a função de “vapor”, sendo responsáveis pelas vendas diretas das drogas aos usuários, abastecimento das “bocas” e prestação de contas das vendas.
Durante o período das investigações, o denunciado DVD estava em liberdade condicionada ao uso de tornozeleira de monitoramento e, se valendo da atividade de mototaxista, fazia entregas de drogas fora da comunidade.
O denunciado Tic exercia as funções de “avião-olheiro-atividade”. Ele comercializava as drogas, como também, enviava avisos aos demais traficantes sobre incursões policiais ou qualquer tipo de movimentação atípica na localidade.
Ester fazia a ligação de traficantes presos com as atividades desenvolvidas no Morro do Cavalão, repassando o dinheiro arrecadado nas “bocas de fumo”. Essa função exercida por ela, bem como o fato de que os denunciados “Jow”, “JE” e “2T”, que estavam presos, se favoreciam do dinheiro da venda de entorpecentes, mantendo-se ligados às atividades do tráfico.
Fábio Mello estava preso e era a pessoa dentro do cárcere que levava o dinheiro, fruto do tráfico de drogas, aos membros do grupo de hierarquia superior, que estavam na “cobertura”.
À época dos fatos ele estava custodiado na Penitenciária Serrano Neves, mesmo local que o denunciado conhecido pelo vulgo “Jow”, que é sabido que recebia dinheiro da venda de drogas (“dinheiro da cobertura”).
Lilia é mãe de Fábio e recebia o dinheiro do tráfico em sua conta bancária e repassava para os membros do grupo criminoso que estavam presos, por meio das visitas ao seu filho.
Os dados da conta de Lilia foram encaminhados por “Jow”, companheiro de unidade prisional de Fábio, para Ester.
Wellington e Hélio são os responsáveis por fornecer clandestinamente o sinal de internet “Wi-Fi” no ponto de venda de drogas, de maneira a viabilizar a comunicação entre os membros do grupo criminoso até mesmo com aqueles que se encontram presos.
As investigações revelaram que no ponto de vendas de drogas “MT” o sinal de internet Wi-Fi é liberado, mediante acordo com os traficantes.
Esse ponto foi utilizado pelos denunciados Tic e Ester, sendo possível identificar o IP da empresa, que pertence a dupla.
A empresa e seus donos já haviam sido identificados na “Operação Disney” – de 2021 que visava coibir a transmissão clandestina de sinais de internet e telefonia (gatonet), por meio de extorsões praticadas em acordo com traficantes.