Veja agora como foi a prisão do traficante Ismário Wanderson Fernandes da Silva, o Bacurau, e outros três bandidos durante operação no Complexo da Maré, na última terça-feira. Vários deles apresentaram nome falso.
Na ação no Complexo da Maré, o setor de inteligência da Polícia Militar recebeu informação de que traficantes estariam escondidos na Travessa Nova Jerusalém, 88, Timbaú.
Diante disso, policiais militares se dirigiram ao endereço e, ao se aproximarem, visualizaram cinco elementos em cima da laje. Contudo, iniciada a abordagem, os criminosos empreenderam fuga para o interior do imóvel.
O imóvel em questão se trata de uma casa de três andares, sendo que o portão que dava acesso aos apartamentos estava aberto. No terceiro andar deste prédio, os agentes de segurança encontraram os quatro bandidos.
Aos policiais, um dos suspeitos confessou ser integrante da organização criminosa Terceiro Comando, que comanda o tráfico na localidade, dizendo: “Meu chefe, perdi. Estou desarmado, minha arma está ali na segunda gaveta da cômoda”. Com efeito, no local indicado os agentes arrecadaram uma arma de fogo do tipo pistola, calibre 9mm, com um carregador e oito munições intactas.
Os demais conduzidos informaram aos policiais que pertencem à facção criminosa Terceiro Comando, exercendo a função de “rádio”, sendo que cada um deles portava um rádio transmissor. Além disso, em buscas no imóvel os policiais encontraram uma bolsa de cor preta contendo quinze tabletes de erva seca prensada.
No imóvel também foi encontrado Luiz Felipe Souza Reis, porém nada de ilícito foi encontrado em seu poder. Em sede policial, foi constatado que Luiz Felipe, na verdade, se chama Marco Túlio Souza Reis, tendo sua conduta sido objeto de registro de ocorrência em apartado.
Registre-se, ainda, que o indiciado João Victor inicialmente se apresentou com o nome de Vitor Emiliano da Silva, conforme documento de identidade.
Além disso, conforme laudo de perícia papiloscópicafoi constatado que o custodiado Luiz Felipe, na verdade, é Ismário Wanderson Fernandes da Silva, criminoso conhecido como “Bacurau”, apontado como o chefe de uma organização criminosa da cidade de Iaitinga, na região metropolitana de Fortaleza/CE. Contra ele, há, inclusive, um mandado de prisão preventiva em aberto nos autos nº 0233720-60.2022.8.06.0001pela prática do delito de homicídio qualificado.
Com eles, foram apreendidos 9.780 gramas de maconha. Todos os custodiados são de outros Estados e dois deles, inicialmente, se apresentaram com nome falso, tudo a fim de ocultar sua verdadeira identidade e a existência de mandados de prisão expedidos em seu desfavor.
Registre-se que durante a operação policial, criminosos atearam fogo em ônibus e fecharam três das principais vias da cidade como forma de represália à ação policial, resultando em fechamento de escolas, unidades de saúde e comércio, indicando a periculosidade dos integrantes da quadrilha. Tais elementos demonstram indicam que a liberdade dos conduzidos representaria atentado à ordem pública.
Bandidos disseram que foram agredidos
Jacques disse que levou dois tapas na nuca. Não ficou com marcas das agressões. Foi submetido a exame de corpo delito, mas não narrou agressões
Bacurau disse que foi agredido por três PMs do Choque que pisaram em sua cabeça e desferiram chutes em sua costela. Acrescenta que puxaram sua cabeça para tirar fotos e mandar para outros policiais. Foi apresentado com lesões aparentes. Foi submetido a exame de corpo delito e narrou as agressões, conforme laudo acostado nos autos. Acrescentou que foi ameaçado de morte pelos policiais e que quando os policiais ingressaram no imóvel estavam sem as câmeras corporais.
João Victor disse que levou chutes na cabeça por mais de um policial do Choque. Não sabe informar as características dos policiais que o agrediram, pois os agentes estavam encapuzados. Disse que não ficou com lesões aparentes. Nega ter sido submetido a exame de corpo delito, embora haja laudo nos autos sem narrativa de agressão. Acrescentou que quando os policiais ingressaram no imóvel estavam sem as câmeras corporais.
José Augusto falou que levou chutes na cabeça e na costela. Não ficou com lesões aparentes. Foi submetido a exame de corpo de delito, mas não narrou agressões. Acrescentou que foi ameaçado de morte pelos policiais.