Um dos quatro denunciados pelas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o major PM Ronald Paulo Alves Pereira foi condenado em 2022 a 76 anos e oito meses de prisão pela morte de quatro jovens, em 2003, no crime que ficou conhecido como “Chacina da Via Show”.
Os jovens saíam da casa de shows quando foram sequestrados e executados por policiais militares.
Ronald foi preso em 2019 na operação Intocáveis, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), deflagrada contra a principal milícia que controlava Rio das Pedras, Muzema e outras áreas da Zona Oeste do Rio.
De acordo com as investigações, no dia 5 de dezembro de 2003, Geraldo Sant’Anna de Azevedo Junior, então com 21 anos, saía da Via Show quando foi acusado de tentar furtar o veículo de um dos integrantes da segurança da casa de espetáculo. A partir daí, passou a ser espancado por diversos seguranças, todos policiais militares.
Os irmãos Rafael Paulino, de 18 anos, e Renan Medina Paulino, de 13 anos, e o primo deles, Bruno Muniz Paulino, de 20 anos, todos amigos de Geraldo, também foram espancados pelos seguranças ao tentarem intervir. Após as agressões, os seguranças entraram em contato com Ronald que, junto com os agressores, levou os jovens até uma fazenda abandonada no bairro de Imbariê, onde foram brutalmente executados, sendo os corpos ocultados dentro de um poço no local.
Na sentença, atendendo ao decidido pelo Conselho de Sentença, o Juízo da 4ª Vara Criminal de Duque de Caxias julgou procedente a acusação, condenando Ronald pelos quatro homicídios duplamente qualificados. Ele também foi condenado por ocultar o corpo de Gerald.
Ronald foi sentenciado a que cumprir 17 anos e 6 meses de prisão no processo da Operação Intocáveis que investigou a milícia de Rio das Pedras.
Nesta ação, ficou constatado que Ronald mantinha armazenada diversas plantas de apartamentos, loteamento de terrenos, imagens de empreendimentos em construção, contratos de locação e compra e venda de imóveis não declarados em seu Imposto de Renda.
Ronald também possuiria vínculos com Mad, integrante do grupo de matadores de aluguel intitulado de ‘Escritório do Crime’