Uma espécie de ‘tribunal’ sentenciou a morte de um morador de rua em Cascadura por ele ter roubado um telefone celular.
Dois suspeitos do crime_ vulgos Barbeirinho e Queijinho_ foram presos ontem de noite. Outros dois continuam foragidos.
O caso ocorreu na madrugada do dia 9 de outubro na Rua Sylvio Freitas.
Os criminosos desferiram diversos golpes de ação contundente (pauladas e pedradas) contra a vítima ainda não identificada, sabendo tratar-se de um homem de cor preta e morador de rua.
Houve uma reunião em que o grupo deliberou e sentenciou a vítima à morte,
O crime foi cometido por motivo torpe, por meio de justiçamento, ou seja, como forma de punição, uma vez que os denunciados mataram a vítima pelo fato desta ter subtraído o telefone celular de uma terceira pessoa.
crime foi cometido por meio cruel, causando multiplicidade de lesões e impondo maior sofrimento à vítima até a sua morte,
Os bandidos agrediram o morador sem lhe dar qualquer chance de defesa.
Após a prática do homicídio, um dos assassinos aproveitando-se da violência empregada contra a vítima e o seu desfalecimento, subtraiu o celular que estava na posse desta, vendendo-o, posteriormente, a pessoa ainda desconhecida.
Suspeito mudou depoimento
Um dos criminosos que se apresentou à polícia disse que havia matado um desafeto em Cascadura na atual madrugada.
Perguntado sobre o que havia acontecido naquela madrugada, disse que havia matado um homem que anteriormente havia tentado matá-lo com fogo, deixando-o inclusive machucado;
No dia anterior ao crime, ficou sabendo que aquele homem que o havia tentado matar estaria pela área roubando fios de cobre e transeuntes.
Como já o havia tentado matar, o suspeito não dormiu e ficou utilizando drogas (crack, maconha, loló, cocaína e cigarro) no intuito de permanecer alerta.
Por volta de 3 hs da madrugada do dia 09/10/2023 tal homem compareceu na praça onde o declarante dormia em Cascadura e começou a despejar álcool nos “menores” que estavam com o acusado, momento em que declarante, antes que a vítima acendesse o fósforo, o agarrou e o levou para outro canto da praça;
Quando a vítima estava sentada na calçada, o arrastou até o meio da rua e começou a agredi-lo com tudo o via pela frente, (paus e pedras que compunham o calçamento).
Havia outros “menores” em volta mais somente o declarante agrediu a vítima. Disse que não conhecia a vítima, apenas soube que era de São Paulo, pois a própria vítima havia dito.
Contou que as pessoas em situação de rua da região se dividem entre os que ficam no viaduto de Madureira e os que ficam na praça.
Falou que são como se fossem duas “gangues” uma vez que, não se gostam e por algumas vezes chegaram a brigar.
QUE quando parou de bater na vítima, ela ainda de quatro suspiros, momento em que o declarante pegou a pedra e deu mais pedradas em sua cabeça até que vítima parasse de respirar.
Chegou a usar garrafa quebrada para cortá-lo no rosto. Em seguida pegou um ônibus e foi para Bandeira 2″ em Vicente de Carvalho com os cobres que havia pego da vítima. Lá vendeu os cobres e continuou usando drogas.
Está ciente de que para se ver livre das drogas precisar pagar sua etapa com a justiça e depois ir para uma clínica de recuperação. Nada mais disse nem lhe foi perguntado.
Em depoimento complementar, disse que outras pessoas bateram na vítima e que, na verdade, o declarante somente correu atrás da vítima no início das agressões para captura-la enquanto tentava fugir;
E quem arrastou a vítima até o ponto das agressões foram dois outros jovens e não sabe o nome dos outros agressores, somente os conhece como “Menor”.
Alguns eram mais agressivos que outros mas não se lembra ao certo quantos bateram na vítima;
Disse que é cria da Comunidade Congonha/Cajueiro mas não frequenta mais a localidade por problemas com traficantes.
Reiterou a vontade de se ver livre das drogas, bem como enfatiza que o declarante nunca roubou nada de ninguém apenas ficava na Praça para vender recicláveis e consumir drogas.
Outro suspeito falou que não participou das agressões feitas a vítima mas estava juntos com os agressores e também participou da “reunião” que decidiu pela morte da vítima.
Soube que o morador de rua havia roubado o celular de uma mulher;
Disse que a vítima chegou ao local onde o declarante e seus amigos estavam. Quando a vítima foi questionada se teria praticado o roubo do celular, respondeu que não.
O morador de rua foi perguntada várias vezes e a todo momento disse não ter praticado o roubo.
Em determinado momento, a vítima foi sentar no chão e o celular roubado caiu do bolso.
Quando o aparelho caiu do bolso os questionamentos voltaram e iniciaram-se as agressões;
Disse qe viu Cabelinho, Queijinho, Barbeirinho e PQD batendo na vítima;
Cabelinho deu pedradas, socos e chutes. Queijinho, socos, chutes e pedradas. Barbeirinho deu pedrada
O celular roubado da vítima teria ficado com Barbeirinho.
Em depoimento complementar onde foi lhe apresentado imagens das câmeras de segurança dos estabelecimentos, ele reconheceu Cabelinho, Barbeirinho, PQD e Negão
Uma testemunha contou que Cabelinho e amigos estavam muito nervosos no dia seguinte ao crime porque eles tinham matado uma pessoa. Falou que eles mataram um cara porque ele teria roubado uma mulher.
Disse que Barbeirinho falou que foi ele quem parou a vítima quando ela estava passando pela rua.
Ele disse que perguntou a vítima se ela teria roubado um celular, que a resposta teria sido “não”, mas que depois teria caído do bolso o celular roubado.
Barbeirinho” disse que a vítima teria confessado o roubo e que chamou os amigos para baterem no morador de rua. Em virtude das agressões a vítima morreu.
Ouviu dizer que os assassinos estavam combinando de fugir para o Recreio dos Bandeirantes;