No dia 22 de agosto do ano passado, oito traficantes do Comando Vermelho e um menor de idade já falecido, sob o comando do traficante Juninho (preso), reuniram-se, no interior da Comunidade do Capote, bairro Colubandê, em São Gonçalo munidos de armas de fogo, pedaços de madeira, barras de ferro, machado e outros objetos não identificados, para realizar um julgamento paralelo de vítimas, mediante atos de tortura, e, assim, obter informações, as quais estariam prejudicando o comércio ilícito de sustâncias entorpecentes da região.
Os bandidos abordaram as vítimas, em suas residências ou em via pública, levando-as para a confluência das Ruas Visconde Seabra e Visconde Sarmento, situada no interior da Comunidade do Capote.
No local, os criminosos deram ciência às vítimas de que agentes da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro estariam realizando investidas no interior da comunidade, em razão da existência de uma casa que estaria sendo utilizada para a realização de golpes com empréstimo consignado e isto estava prejudicando o tráfico de drogas.
Além disso, exigiram que as vítimas informassem e/ou confessassem quem era o responsável pelo imóvel em questão. Em seguida, durante um período de aproximadamente quatro horas, com o nítido propósito de obter a informação almejada, os acusados, mediante inúmeros golpes com a utilização de armas de fogo, pedaços de madeira, barras de ferro, machado, chicote, além do uso de força física, Ao todo, quatro rapazes foram torturados.
Duas das vítimas sofreram lesões por queimadura, uma vez que os acusados utilizaram material incandescente para respingar sobre a pele das vítimas, além de terem ateado fogo nas suas vestes.
Duas outras vítimas, além dos quatro rapazes, foram submetidas a intenso sofrimento mental, pois foram interpeladas pelos acusados, os quais portavam armade fogo, ameaçando-as de morte, sendo certo que foram mantidas por eles naquele local assistindo a todos os atos de tortura física que os demais sofriam.
Por volta das 06h, começou uma movimentação de moradores que passavam pelo local indo para o trabalho e, em seguida, os denunciados decidiram liberar as vítimas,
que foram encaminhadas para o hospital, sendo certo que uma das vítimas chamada Ruy Guilherme acabou vindo a óbito.
Segundo os autos, o traficante Juninho , embora atualmente custodiado, estava a todo tempo ciente, ordenando e controlando todos os atos
praticados pelos demais acusados, uma vez que mantinha contato telefônico com o comparsa “Boladão”, o qual cumpria e repassava as suas determinações aosdemais.
Os bandidos ainda subtraíram das vítimas , coisas alheias móveis consistentes em 01 (um) veículo automotor, marca Peugeot, modelo 208, cor branca, placa SIE8G29, 01 (um) aparelho de telefonia celular, marca Iphone,; 03 (três) aparelhos de telefonia celular – de propriedade
Em seguida, logo após a subtração dos aparelhos de telefonia celular das vítimas, os criminosos obrigaram os rapazes a realizar transferências, via PIX, dos aplicativos bancários instalados nos aparelhos celulares, tudo com o intuito de obter vantagem econômica. Importante salientar que os acusados apenas obtiveram êxito em transferir a quantia de R$900,00 de uma das vítimas.
FONTE: Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro