Processo que tramita na Justiça vai julgar acusados de supostas extorsões de traficantes da Favela da Rocinha a um pastor evangélico. São 22 réus em ação que agora está com a 3ª Vara Criminal Especializada do TJ-RJ
A ação é resultante de um inquérito da antiga DCOD (Delegacia de Combate às Drogas)
Os bandidos queriam valores para abastecer sua associação criminosa, que seriam necessários para que fosse mantida a propriedade do
imóvel situado no Largo do Boiadeiro.
Os autos indicam que o religioso vinha tendo problemas há pelo menos cinco ano com ameaças e extorsões por conta do prédio.
As lojas da parte baixa do prédio eram para um supermercado e em 2017 o pastor recebia um aluguel de R$ 8.000,00 mensais.
Um líder comunitário conhecido como Duda obrigou o pastor pagar R$ 2.000,00 desse valor.
Dizia que era a quantia que o tráfico queria para não tomar o prédio.
Duda, armado com uma pistola na cintura, recolheu os 2 mil no primeiro mês e nos meses seguintes mandava um homem com uma motocicleta pegar o valor.
Quando houve a guerra na Rocinha, em 2017, Duda disse que partir daquele momento o religioso teria que pagar todos os R$ 8
mil para o tráfico local;
Posteriormente, Duda foi afastado porque “tomava” dinheiro de moradores, de transporte alternativo e vários outros locais.
Os traficantes quase o mataram Duda, mas este não morreu por pedido de alguém.
Como estava tendo muito problema, o pastor decidiu vender o imóvel de vez, mas somente a parte de baixo, onde ficava o supermercado.
Ao final de 2020, decidiu fazer uma transação para vender o imóvel por R$ 1,5 milhão em três parcelas.
No entanto, o pastor foi chamado para conversar com o traficante Johny Bravo que alegou que a negociação não foi comunicada a ele.
Vários homens armados obrigaram o pastor a ir a um local no alto do morro. Lá estavam Bravo e Catatau além de outros cinco homens.
“porra pastor, você faz os negócios as escondidas e não fala nada, se não fosse o Coroa Fiel aqui me contando, eu não saberia de nada”, teria dito Johny Bravo.
O traficante disse ao pastor para ele ir ao banco sacar R$ 500 mil e entregar a ele.
O pastor foi correndo ao banco para sacar o dinheiro temendo pela vida dele e seus familiares.
O pastor pregava na igreja na presença de vários traficantes armados que ficavam de olho na sua movimentação.
Posteriormente, deixou a comunidade e tudo para trás.
Um homem com forte influência no tráfico explora o gás na Rocinha.
Segundo ainda a investigação, os traficantes da Rocinha explorariam explorando de forma irregular o fornecimento de canais de televisão por assinatura (“gatonet”), a cobrança de pontos de moto-táxis, o monopólio de venda de gás,