O traficante Ratão que foi preso ontem a noite pela Polícia Federal em Vargem Grande suspeito de encomendar 29 carregadores de fuzis vindos da Polônia foi na década passada muito ligado à facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA) quando esta dominada o Morro do Dezoito, em Água Santa e a Rocinha, na Zona Sul do Rio.,
Ele tinha ligação com conhecidos traficantes (“Scooby”, “Dorey”, “Quatro Molas”, “Jean”, dentre outros).
Sua atividade criminosa ia desde crime de tráfico ilícito de entorpecentes até o uso de armamento, explosivos e munições de uso proibido e restrito.
Sua função era a de “soldado do tráfico”, portando armas de grosso calibre, realizando tarefas determinadas pelas lideranças do tráfico como a negociação de armas, além de servir como um “braço” fora da comunidade.
Além disso, o acusado ainda realiza o transporte de entorpecentes entre a comunidade e os viciados, em especial, os usuários da zona sul e estrangeiros.
Ele mantinha sob sua guarda armas de fogo, acessório e munição de uso proibido e restrito.
Armas que pertenciam a ele foram encontradas na Rua Um, próximo ao nº 42, quando agentes acharam uma mochila contendo carregador e cartuchos de calibre adequado para pistolas e submetralhadora, um porta carregador duplo e quarenta e seis cartuchos de calibre 5.56mm.
Havia ainda um aparelho telefônico, dotado de cartão de memória com diversas fotografias do acusado portando armas de fogo e ostentando carros de luxo e dinheiro, com valores incompatíveis com o seu padrão de vida.
Ratão fazia questão se ser fotografado ao lado de traficantes conhecidos na localidade do Morro do Dezoito. Ele declarou ser amigo dos traficantes citados acima. Em escutas, ele dizia ser primo de Jean.
Apesar dele ter dito que, apenas freqüentava o baile no Morro do Dezoito, os elementos colhidos revelam que ele era mais do que um mero freqüentador do local já que havia dele fotos de exibição”, de fuzis, altas quantias em dinheiro e um rádio transmissor.
Ele não era morador do Dezoito e sim elo de ligação entre o morro e o asfalto, levando pessoas até a comunidade, intermediando negociações escusas com drogas e armas e circulando com carros e dinheiro provenientes do comércio ilícito de drogas.
Foi condenado a oito anos de prisão na época.
Mais recentemente, se tornou réu em um processo aberto este ano no Juízo de Guapimirim por crimes contra a honra e injúria preconceituosa em razão de raça.