O suposto traficante de armas preso hoje em Olaria no Rio de Janeiro já havia sido pego na cidade pela Polícia Federal em 2019 retirando munições e carregadores do Paraguai vindos de Cascavel (PR) de uma transportadora.
O material veio escondido em churrasqueiras elétricas e seria entregue a um homem chamado de Bolt, que trabalhava para o narcotraficante Professor, um dos chefes do crime organizado no Complexo do Alemão, reduto do Comando Vermelho.
O preso de hoje na época, ao supostamente descobrir que receberia ‘parada errada’ teria sido ameaçado por uma pessoa ligada a Bolt, que lhe disse que sofreria consequências, caso desistisse do acordo feito entre eles
Os dois homens que enviaram o material bélico para o Rio de Janeiro tinham envolvimento com criminosos radicados no Paraguai.
As mais de duas mil munições eram destinadas a fuzis calibres 5.56mm45mm, 7.62mm51mm TR NATO e 7.62mm39mm; e os carregadores eram de fuzil AK 47
“A conduta praticada, sem dúvida, intentava abastecer o crime organizado do Rio de Janeiro, o que se extrai do tipo de arma (fuzis) a que se destinavam as munições e dos calibres 5.56mm45mm, 7.62mm51mm TR NATO e 7.62mm39mm; e carregadores de fuzil AK 47, que certamente não seriam destinados a “criminosos comuns.” Sabe-se que o fuzil é o armamento de preferência do crime organizado do Rio de Janeiro, por ser extremamente letal, atravessando facilmente qualquer colete e praticamente todas as blindagens que existem no Brasil, sendo aquele Estado o maior mercado consumidor de fuzis traficados. É de conhecimento comum, ainda, que tais armamentos são comercializados no mercado negro por altos valores: entre 50 e 60 mil reais cada fuzil, de modo que somente as facções criminosas financeiramente estruturadas detêm poder econômico para tanto. Além disso, trata-se de armamento com capacidade de disparar rajadas, semelhante a uma metralhadora, de acertar alvos a longa distância (até cerca de 600m), razão pela qual é preocupante o tráfico transnacional de munição desse tipo de arma“, dizem os autos.