O policial militar suspeito de atirar e mataar um feirante no último domingo na Penha estava embriagado, segundo os autos do processo que responde pelo crime. Ele teve a prisão preventiva decretada.
Consta do auto de prisão em flagrante que, no dia 06/04/2025, por volta das 05h45min, na Praça Panamericana, policiais foram acionados para verificar disparos de arma de fogo na Penha.
Aproximando-se do local, os policiais ouviram novos disparos e, ao chegarem na, encontraram um homem baleado no chão, identificado posteriormente como Pedro Henrique Morato Dantas. Populares indicaram um veículo Fox prata, como sendo o do autor dos disparos.
O carro foi abordado e o condutor, que saiu com uma arma em punho, se identificou como 3º Sargento PM Fernando Ribeiro Baraúna, Ele alegou ter reagido a facadas desferidas pela vítima.
Segundo testemunhos policiais, o policial apresentava sinais de embriaguez, assim como sua esposa, que o acompanhava.
Testemunhas afirmaram que o PM entrou na feira em contramão, efetuando disparos, e que sua esposa teria apontado a vítima como suspeito de roubo, o que o levou a abordá-lo.
O jovem, assustado, teria fugido e foi então atingido pelos disparos. Relatos também indicam que outros tiros foram disparados antes de chegar até a vítima, inclusive atingindo uma Kombi estacionada.
Uma colega de trabalho de Pedro presenciou o momento do crime. Disse que que não houve qualquer discussão, ameaça ou agressão por parte da vítima. Falou que o autor apenas disse para “não correr”, sem qualquer advertência prévia, o que levou a declarante a acreditar que se tratava de um assalto. Contou que ouviu cinco ou seis disparos, em sequência, e que a vítima não teve qualquer chance de defesa.
Ela afirmou que o autor apontou a arma na direção da vítima dentro da própria barraca de feira que estava sendo montada. Falou que o PM chegou a entrar na barraca para mirar a arma. Pedro, ao perceber a abordagem, se assustou e correu atravessando a rua, sendo alvejado enquanto fugia.
A vítima caiu a cerca de 50 metros de distância do ponto inicial da abordagem. Disse qcreditar que tanto ela quanto a vítima imaginaram se tratar de um assalto, o que justificaria a reação de fuga;
Afirmou categoricamente que a vítima não estava armada e jamais andava armada. Disse que o autor tentou fugir, mas foi impedido por feirantes, que fizeram sinal para a viatura da PMERJ interceptá-lo. Contou ainda que em nenhum momento o autor prestou socorro à vítima ou procurou identificá-la.
Falou ainda que a mulher do PM disse que a vítima era quem havia a roubado, o que, segundo a declarante, pareceu incentivar a ação do autor.
Contou também o autor e sua companheira agiram com frieza e deboche, referindo-se à vítima como “cracudo” e alegando que ele teria cometido um roubo.
Prima de Pedro falou que a abordagem do PM ocorreu sem qualquer justificativa, com o autor dizendo apenas para a vítima “não correr. Disse que Pedro foi atingido pelas costas e caiu a cerca de 50 metros do local onde começou a correr.
Ao ver a esposa do PM chamando Pedro de cracudo passou a discutir com a mulher, chamando-a de “piranha” e “assassina. Chegou a partir para cima dela. Falou que o PM tinha sinais de embriaguez e a mulher dele também.. Contou ainda que foi ameaçada pelo policial que teria dito grando o seu rosto e iria pegá-la. Falou que teme pela sua vida.
Uma outra feirante disse que visualizou o autor disparando pelas costas da vítima, de forma rápida e sem qualquer cuidado. Teria visto o PM agredindo sua colega após esta protestar contra a morte de seu primo.
A mulher do PM negou todas as acusações.
FONTE: Tribunal de Justiça do RJ