A Justiça condenou este ano um miliciano a dez anos e dez meses de prisão acusado de invadir casas em Seropédica no ano de 2021 e torturar moradores.
O bandido apontou a arma para a cabeça de uma criança.
Mãe do menino que estava grávida, em razão do trauma, acabou sofrendo um aborto espontâneo dois dias depois de fato.
Uma outra vítima chegou a ser amarrada em uma árvore.
L.S.G relatou que ele e sua esposa, que estava grávida, ouviram barulhos que vinham do lado de fora de sua residência.
Contou que sua esposa abriu e fechou a anela, rapidamente, momento que ambos puderam ver quatro pessoas mascaradas.
Ressaltou que logo em seguida a porta de sua casa foi atingida com fortes pontapés, seguidos de gritos: É a milícia.
Com medo, a vítima abriu a porta, quando foi atingido por pedaços de madeira pelo acusado e outros elementos ainda não identificados.
Disse que foi exigido a entrega dos celulares e dinheiro e que foram obrigandos a olharem para o chão, enquanto apontavam uma arma para sua esposa e colocando outra arma na cabeça do seu filho, ameaçando-os o tempo todo que iriam matá-los.
Contou que nesse momento, o acusado e seus comparsas, desferiram diversos tiros que passaram próximo a orelha da criança e atingiram a parede que ficava atrás do menor e sua genitora.
Relatou que a violência causou inúmeras marcas de tiro na parede e no telhado da casa, e ainda que o choque e medo causado pela extrema violência provocou um aborto espontâneo em sua esposa 2 dias depois do fato; e que seu filho ficou tão traumatizado, que após o evento, ao ouvir barulhos semelhantes, como fogos de artifício, vomita e começa a ter crises que lhe causam tremedeira.
Contou que além dos celulares, o acusado e os outros comparsas, também tentaram levar sua televisão, no entanto, a polícia chegou ao local, momento que apreenderam em fuga, apenas com os aparelhos telefônicos
Contou que viu o momento que foram apreendidas todas as munições deflagradas em seu tapete.
Relatou que reconheceu acusado como um dos autores do crime, pois após a data dos fatos, estava com amigos, quando ouviu a voz inesquecível do acusado, falando com alguém no mesmo local, inesquecível a voz do homem que gritou que mataria seu filho e pôde constatar sua aparência.
Afirmou que o grupo criminoso estava fazendo um arrastão em sua rua, tendo invadido sua casa, de sua mãe e de outras pessoas
Outra vítima, T.V.S afirmou que chegou ao local onde mora por volta da meia noite, de uber com uma amiga e um amigo, quando foi surpreendida pelo acusado e mais três comparsas com os rostos tampados por tocas, sendo que um deles portava arma de fogo.
Contou que gritou pelo seu pai e entrou em sua casa, sem ser impedida pelos elementos.
Relatou que em determinado momento ouviu quando compeliram seus amigos a entrar na casa de sua tia, que reside ao lado de sua casa.
Disse que saiu de casa, pois não achou justo que seus amigos, que apenas a acompanhavam à sua casa, sofressem ameaças, no entanto, o acusado e seus comparsas lhe ordenaram com ameaças que ela entrasse novamente em casa.
Afirmou que sua casa não foi invadida, e que o marido de sua tia, R foi muito ferido, mas que agora se encontra preso. Informou que a vítima M foi amarrada na árvore, Ressaltou que M havia lhe dito que conhecia os envolvidos no crime, mas não se recorda dos nomes.
Relatou que reconheceu acusado como um dos autores do crime, pois após a data dos fatos, estava com amigos, quando ouviu a voz inesquecível do acusado, falando com alguém no mesmo local, inesquecível a voz do homem que gritou que mataria seu filho e pôde constatar sua aparência.
Afirmou que o grupo criminoso estava fazendo um arrastão em sua rua, tendo invadido sua casa, de sua mãe e de outras pessoas
C.R.O contou que, no dia do ocorrido estava dormindo na casa da sua mãe, que era sua vizinha, quando ouviu barulho dos tiros.
Disse que a casa de sua mãe, onde estava, também foi invadida por tês indivíduos, chegaram ameaçando-os e dizendo que eram da milícia.
Contou que subtraíram os aparelhos celulares da sua família; concomitantemente, outros dois, se mantiveram do lado de fora. Narrou que somente um dos indivíduos estava com máscara, um bem magrinho. Ressaltou que não sabia o motivo da invasão nas casas de sua rua, somente que todas as casas do condomínio foram invadidas. Disse que colocaram uma arma em sua boca para que entregasse os aparelhos, razão pelo qual começou a gritar, quando passou a ser chamada pelo grupo de piranha e vagabunda.
Afirmou que os criminosos tentaram subtrair outros objetos, como sua televisão e a bicicleta de seu filho, quando foram surpreendidos com a chegada da polícia, momento em que evadiram-se do local, deixando os pertences jogados no chão, levando apenas os celulares.
Ressaltou que colocaram seu filho L no chão e pisaram nele, bem como atiraram próximo a orelha de seu neto, o que provocou o aborto espontâneo de sua nora. Declarou que há marcas de tiros em sua casa e um buraco no piso, todas as suas janelas foram quebradas; além disso, há traumas emocionais, principalmente nas crianças, das quais seu filho mais novo de 10 anos, que se joga no chão ao ouvir barulho de tiro e seu neto, que fica mexendo na orelhinha, constantemente. Relatou que reconheceu o acusado inclusive que já o teria visto pelas redondezas, sendo ele o autor dos tiros próximos a orelha do seu neto.
Disse que no dia nos fatos, M morava com uma moça, e que foi amarrado em um coqueiro no quintal e espancado.
Não soube informar se M estaria envolvido com a milícia de alguma forma.
Um policial militar relatou que todas as vítimas firmaram que haviam sido torturadas e que havia sangue na casa. Afirmou que as vítimas suspeitavam que poderia ser um grupo já conhecido da rua 6 ou 7 de outro bairro, apontando nomes que seriam de grupo rival, com o objetivo de obter algumas informações deles.