Um policial militar suspeito de balear duas pessoas em São João de Meriti pensando que uma delas estivesse armada não teve a prisão decretada porque a testemunha do fato reconheceu como atirador o colega de farda que o acompanhava na ocorrência e que já está morto.
Segundo os autos, policiais militares, afirmaram que estavam em patrulhamento de rotina, quando foram acionados por Maré Zero para verificar suposta ocorrência de ameaça a outro policial por elementos armados no bairro de Venda Velha.
No trajeto até o local se depararam com dois indivíduos em uma motocicleta, sem capacete, pilotando de forma imprudente e em alta velocidade.
V.O.S e V.H.J.P que estavam na motocicleta, ao avistarem a viatura, aceleraram e empreenderam fuga, iniciando assim uma perseguição.
Mesmo após a viatura emitir avisos sonoros e luminosos, a perseguição se estendeu, até a rua Niterói, onde os indivíduos não conseguiram fazer uma curva e caíram ao solo.
Um dos policiais, ao abordar a vítima V.O, notou que o mesmo ameaçou colocar a mão por baixo da blusa, fazendo menção a de pegar algum objeto, momento em que, pensando se tratar de uma arma de fogo, efetuou um disparo, que acertou, ao transfixar, as duas vítimas.
Uma testemunha disse que presenciou todo o ocorrido. Afirmou que reconheceu o policial Leonardo José Sant’anna (este já falecido), como sendo o policial que portava o fuzil e teria efetuado os disparos de arma de fogo que vitimaram V.H e V.O e não o outro PM.
E acrescentou que, apresentada a fotografia do PM citado anteriormente, não o reconheceu como quem acompanhava o réu Leonardo.
Com a diferença de versões, bem como diante das declarações prestadas pela testemunha, a decretação da prisão preventiva do PM mostra incabível, ao menos por ora, devendo, durante a instrução criminal serem oportunamente analisadas as questões pertinentes ao mérito.
Lembrando que o PM Leonardo faleceu ano passado ao ser baleado em tiroteio no Morro da Caixa D´Água no Tanque.