Segue o julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes
Os réus participaram por videoconferência, estando presos em Tremembé (SP) e Brasília (DF).
Lessa disse. ” Sei que isso não justifica a besteira que fiz. […] Perder um filho deve ser uma das coisas mais tristes do mundo, perder um marido deve ser terrível. E eu fiz isso com Marielle e Anderson”, disse, afirmando que a confissão do crime, assim como a indicação dos mandantes, os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, serviram para “amenizar a angústia de todos”
Ontem, a primeira testemunha foi Fernanda Chaves e sobrevivente, assessora de Marielle, descreveu os momentos do atentado, relatando o que aconteceu após ouvir os disparos e como tentou se proteger enquanto via Marielle e Anderson serem atingidos.
““Saí do carro engatinhando, muito suja de sangue e comecei a gritar por socorro”, relembrou Fernanda.
Ela falou sobre as consequências do trauma, que incluíram o exílio e a adaptação forçada a uma nova vida no exterior, sem poder participar do funeral de Marielle.
Outra testemunha foi Mônica Benício, viúva de Marielle, que falou sobre o impacto da perda em sua vida e na vida dos familiares e amigos.
A viúva de Anderson, Ágatha Arraus, também foi ouvida. “Que as pessoas me tiraram o Anderson, o pai do Arthur, paguem pelo que fizeram’. Ela começou a chorar quando Ronnie afirmou que não pretendia matar o motorista.
Ao todo, nove testemunhas foram ouvidas, entre elas sete indicadas pela acusação e duas pela defesa. Cada depoimento trouxe diferentes perspectivas sobre o caso, ressaltando os desafios enfrentados durante as investigações e as consequências para as famílias das vítimas. A mãe de Marielle, Marinete da Silva, também prestou depoimento, relatando a perda da filha: “Foi um pedaço que foi tirado de mim”.
Também foram ouvidas testemunhas da defesa dos réus. O delegado federal Guilhermo Catramby destacou as dificuldades encontradas nas investigações. Também foi ouvido o policial Carlos Paúra Junior, que fez parte do núcleo de investigação do veículo utilizado no atentado. Paúra detalhou como o carro clonado foi utilizado para realizar o ataque, mencionando que o veículo foi encontrado abandonado dias depois.