O executor dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o ex-PM Ronnie Lessa disse em sua delação que chegou em certos momentos a pensar que o crime era inviável.
Ele contou que em posse já do automóvel e do armamento e dos telefones, os executores já tinham informações sobre o endereço, a princípio o endereço residencial de Marielle.
Falou que tentaram algumas vezes em vão dar prosseguimento ao fato e só que sem sucesso, ali é uma área de difícil acesso,
não tem como parar, é o cruzamento da Rua do Bispo com Barão de Tabagipe, tem policiais andando na calçada, pois ali existe um policiamento na calçada.
“levou com que a gente procurasse outros meios, quais seriam outros meios, procurar a vida dela em si, nós tínhamos a informação de um bar que ela frequentava, nós conseguimos localizar esse bar, que é na Praça da Bandeira, ali próximo, só que também outro lugar de difícil…ou você tá no bar ou ficava fazendo o quarteirão; realmente, era uma missão que se tornou difícil, estava se tornando inviável até”
Ronnie Lessa disse que os envolvidos na execução já estavam cansados dessas tentativas que não surtiam efeito, a gente não chegava a lugar nenhum
“A gente estava rodando em círculos, em vão; então nós fomos até os mandantes e propusemos que fosse mudada a estratégia que tinha sido montada, que tinha sido orientada por uma das pessoas que estavam por trás desse planejamento, e tentar mudar isso, porque o planejamento e a exigência era que não partisse da Câmara de Vereadores, volto a falar e já falei anteriormente que não partisse da Câmara de Vereadores; que daquele jeito ali já estava cansativo, que a gente queria mudar de qualquer jeito e a resposta foi não e não; então tivemos que manter aquilo ali; no ano novo, o final do ano chegou eu fiz o convite ao Élcio (Queiroz) foi passar final de ano na minha casa, a festa de final de ano na minha casa e fiz o convite; quando eu o convido, ele aceitou de pronto, eu falei e expliquei a ele a motivação”
Lessa disse a Queiroz que tinha um alvo pra ser eliminado, era uma mulher, não revelou quem era, deixou pra revelar somente no dia que eu o acionou.
“Realmente o crime aconteceu; mas ele sabia que era uma mulher que seria morta e que lá na frente posteriormente, eu daria uma vantagem a ele; não expliquei a ele exatamente no dia do que se tratava, eu desviei muito o assunto, deixei ele meio perdido é a grande verdade; ele não sabia exatamente o que iria ganhar com isso;
Lessa disse que pesquisou o CPF de Marielle para ver se havia alguma novidade; , um endereço novo para redirecionar a ação porque o endereço da Rua do Bispo estava se tornando inviável e cansativo; improdutivo;
No dia do crime, Lessa recebeu ligação de Macalé
” ele ligou ele falo assim: “Tá preparado?”. Eu falei … É hoje, eu imaginei. Ele confirmou. Ele falou: “Realmente teve uma informação, ela tem uma reunião marcada no centro da cidade à noite e … e vamos tentar proceder aí, cara. E fui até o meu telefone, peguei o telefone e falei com o
Élcio Expliquei a ele, falei que o dia tinha chegado. E … chegou a hora. Chegou o dia. Tá?
Depois, recebeu ligação do major Ronald Paulo com as coordenadas (local onde a vereadora estava).
“passou o horário do evento, passou o local, endereço, essas coisas todas”
Lessa contou que no momento do crime, eu pedi pediu a Élcio para acelerar o carro. No sinal, o veículo onde estava a vereadora parou, os assassinos pararam perto e Lessa fez os disparos.
Após o crime, Lessa e Élcio foram para o bar Resenha onde lá ficaram sabendo que duas pessoas tinham morrido no ataque ao ver fotos da ocorrência
Arma do crime
O ex-PM contou que após a terceira e última reunião com os mandantes do crime (irmãos Brazão), nós fomos orientados a devolver a arma para a pessoa que mteria passado essa arma para o Macalé.
Segundo ele, depois essa determinação tinha a ideia era destruir a arma, e dar um fim na arma
“foi determinado que ela teria que ser devolvida, teria que teria que ser recolocada no lugar, não sei exatamente onde ela teria que ser recolocada.
De acordo com Lessa, um dos mandantes disse que não existia possibilidade da destruição da arma porque ela teria que ser recolocada no lugar.
Ronnie Lessa disse que o carro usado no crime, o Cobalt, era de um homem conhecido como Hamburgão que, segundo ele, foi assassinado por traficantes da Cidade de Deus mas não sabia o motivo. O carro veio em 2017 ainda.
O executor falou que passou o veículo para um sujeito conhecido como Orelha e ele deu a destinação final no Morro da Pedreira, em Costa Barros.
Lessa confirmou que o carro seria usado em duas frentes_ o assassinato de Marielle e também da dirigente do Salgueiro.
O criminoso disse que fez testes com a submetralhadora MP5, utilizada no homicídio de Marielle para saber se realmente o supressor de ruídos estava efetivamente bem adaptado e se realmente estava abafando.
A arma também seria usada no homicídio da dirigente do Salgueiro.