Um dos homens mais procurados do Rio, Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho comanda uma quadrilha que pratica extorsões, roubos, lavagem de dinheiro, corrupção e crimes tributários, além de relações com integrantes do jogo do bicho, da milícia e
do tráfico de drogas.
As investigações revelam ainda “relação de proximidade com o Poder Público, haja vista a participação de vários agentes de segurança em seu quadro, além do pagamento de propina para integrantes da Polícia Civil e da Polícia Militar”
Ele seria investigado por montar um novo ‘escritório do crime’ no Rio responsável por diversos homicídios, entre eles o do miliciano Marquinho Catiri, de policiais e de pessoas ligadas ao jogo do bicho.
Processo na Justiça Federal revela que, além de propinas pagas a policiais, teria determinado a emissão de notas fiscais falsas (em quantidade inferior à efetivamente vendida); teria ordenado a gerentes a deixar de descontar e recolher o tributo incidente e cobrado sobre a fabricação e comercialização de cigarros; teria ordenado o recolhimento, transporte, repasse e depósitos dos valores ilicitamente auferidos; teria determinado ao escalão de segurança extorquir, ameaçar e constranger comerciantes a vender a mercadoria da malta; teria ordenado a aquisição, recebimento, transporte, manutenção em depósito, exposição à venda e venda de cigarros cujo tributo foi sonegado; teria determinado a gerentes e pessoas especializadas e interpostas a promover a ocultação e dissimulação de valores provenientes de toda atividade criminosa; teria ordenado a gerentes e pessoas especializadas e interpostas a realizar a remessa de valores ao exterior em desacordo com os preceitos legais; teria comandado, chefiado/liderado, coordenado, montado e organizado toda a estrutura malta e as atividades através dela desenvolvidas; teria dividido o lucro entre os demais líderes; teria determinado o pagamento a todos os membros da malta.
A polícia chegou a organizar uma grande operação para capturar 40 integrantes de sua quadrilha mas apenas quatro mandados foram cumpridos, todos do último escalão do bando.
Concluiu-se que o número de denunciados que não foram localizados foi um grande indicativo de que eles foram avisados previamente sobre a data da operação e do cumprimento das medidas decretadas pelo Juízo (…); houve o chamado vazamento da operação.
Um integrante da organização teria realizado pesquisas e visitas ao ‘site’ do COT (Comando de Operações Táticas da Polícia Federal),
com sede em Brasília, que participou da operação. Ressaltou o MP que, “até aquele momento, a eventual atuação do COT era informação
reservada a poucas pessoas da Polícia Federal” e, naquele dia 15/06/2021, foi justamente a data em que os mandados de prisão e de busca e apreensão da Operação ‘Fumus’ foram digitados, de modo que não se tratou de mera coincidência.
Segundo o MP, no dia seguinte, em 16/06/2021, esse mesmo membro teria conversado com Adilsinho via ‘WhatsApp’.
A relação entre os dois não seria meramente eventual, já que, em 14/05/2021, ele teria estado na milionária festa realizada por
‘Adilsinho’ no Hotel Copacabana Palace,
Em continuidade, no próprio dia da operação (24/06/2021) e nos dias seguintes, esse suspeito teria demonstrado “especial interesse em acompanhar o resultado” ao acessar notícias sobre a operação.
A Polícia Federal instaurou inquérito no dia 12/01/2023, para apurar suposto delito de ameaças contra um Delegado de Polícia Federal e um Agente de Polícia Federal aposentado que teriam sido proferidas por Adilsinho.
Segundo a denúncia da época, o criminoso teria tentado contratar um grupo de policiais para executar o serviço, os quais teriam se negado a fazê-lo em razão dos alvos escolhidos.
O caso foi arquivado.