Em São Paulo, quinze policiais militares foram presos ontem suspeitos de envolvimento com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Entre os presos está um suspeito de ser autor dos disparos que mataram Antônio Vinícius Gritzbach no Aeroporto de Guarulhos, apontado como delator do PCC., no dia 8 de novembro. Os outros 14 PMs foram presos por prestarem serviço de segurança ilegal ao homem, que era investigado por lavagem de dinheiro e duplo homicídio.
De acordo com a Corregedoria da Polícia Militar, os policiais tinham conhecimento do envolvimento de Vinícius com o PCC e, mesmo assim, faziam a segurança dele, além de fornecer informações sigilosas que favoreciam tanto o investigado quanto outros membros da quadrilha.
O corregedor da PM, coronel Fábio Sérgio do Amaral, disse que os policiais presos são considerados integrantes da organização criminosa por saberem das atividades ilícitas de Vinícius e, voluntariamente, prestarem serviço para ele, sem denunciá-lo.
A Corregedoria investiga os envolvidos desde março do ano passado, quando recebeu uma denúncia acerca da prestação de serviços dos policiais a um criminoso condenado.
Identificação do atirador e avanço das investigações
A identificação do PM que atirou em Vinícius aconteceu por meio da quebra de sigilo telefônico, o trabalho das estações rádio-base, além de outros fatores que o colocaram na cena do crime. Também foi realizada uma comparação de imagens de câmeras de segurança, com o uso do sistema de reconhecimento facial, que identificou o atirador.
“Usamos várias ferramentas de inteligência para chegar a esse atirador, que é um policial militar”, relevou o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite. “Desvios de conduta não serão tolerados. A PM é uma instituição com mais de 80 mil homens, então a exceção da exceção não pode manchar o nome da instituição. Esses que cometem desvios de conduta vão responder por isso”, garantiu.