Inquérito policial foi aberto para apurar a atuação da quadrilha de traficantes nos conjuntos Guaporé e Quitungo, em Brás de Pina, envolvida em guerra com criminosos do Terceiro Comando Puro (TCP) na região. O processo tramita em sigilo na 3ª Vara Criminal da Capital do TJ-RJ.
Além do tráfico de drogas, os agentes apuram também possivelmente financiamento ao tráfico de drogas e crime de ocultação de bens e valores.
No ano de 2021, integrantes da facção Comando Vermelho Rogério Lemgruber (C.V.R.L) retomaram o controle da comunidades do Quitungo – bem como da comunidade do Guaporé da comunidade do Guaporé que, até então, vinham sendo dominadas por grupo paramilitar de milicianos que praticavam a cobrança de taxas a comerciantes e moradores locais, sob suposto pretexto de prestação de serviços de segurança, além de monopolizarem os serviços de internet , TV a cabo e a venda de gás e água nas localidades.
Atualmente, as duas comunidades são comandadas pelo traficante Belão, que está subordinado a Doca e Pedro Bala, chefões do Complexo da Penha
Em janeiro, foi capturado o traficante Gaguinho, coautor do crime de sequestro que vitimou um adolescente, ocorrido no dia 14/01/2024, em Brás de Pina,
Na ocasião, fora encontrado em posse dele um celular Iphone tendo sido proferida, a decisão de afastamento do sigilo de dados telefônicos e telemáticos do aparelho apreendido.
Após a efetivação da cautelar pode-se observar que havia no aparelho celular aprendido diversos conteúdo de cunho criminoso como demonstrado na informação da Equipe de Busca Eletrônica (já incluída no procedimento).
A partir daí, os policiais estão tentando descobrir informações da quadrilha.
A polícia argumentou que tem enorme dificuldade de coibir, investigar e punir as atividades ilícitas desenvolvidas em localidades dominadas pelo tráfico. O ingresso nessas comunidades, para fins de diligências policiais, é monitorado por integrantes da organização que se colocam em pontos estratégicos da localidade, passando as coordenadas ao resto da organização, que se desloca e entra em confronto com a polícia a partir destas coordenadas, inviabilizando a consecução de flagrantes e cumprimento de outras medidas, como de busca e apreensão, de prisão etc.
Por isso, tem a opinião de que a medida de interceptação telefônica se insere como importante ferramenta jurídica de produção de informações que viabilizam a identificação e responsabilização de criminosos.
O monitoramento dos interceptados permite à Polícia receber, analisar e cruzar informações de criminosos, ensejando a identificação dos envolvidos e da estrutura criminosa. O êxito da medida, não raro, permite identificar depósitos de armas e drogas e, porventura, até mesmo, impedir que esse material chegue às comunidades, isto nos casos em que possível a descoberta da logística utilizada pelos criminosos.