A prisão de um foragido revelou a existência de laços entre facções gaúchas e cariocas. O preso é um criminoso conhecido como Big ou Bigode Grosso, investigado por coordenar um sequestro em Porto Alegre.
Ele foi capturado pelo Departamento de Investigações Criminais (Deic) na última quinta-feira, após permanecer escondido no reduto de uma facção no Rio de Janeiro.
Big é apontado como uma das lideranças da Família do Sul, grupo criado após a união entre traficantes das zonas Norte e Sul de Porto Alegre. No RJ, ele se refugiava no Morro São Carlos. O local é uma das bases da facção Terceiro Comando Puro.
A Polícia Civil investiga a ligação entre as duas organizações criminosas. A suspeita é que o elo tenha surgido após a transferência de detentos gaúchos para penitenciárias federais, quando as lideranças dos bandos entraram em contato.
Quando foi preso no RJ, Big era procurado desde outubro de 2022. Ele é apontado como mentor do sequestro de dois filhos de um empresário, na Zona Norte de Porto Alegre. As vítimas foram liberadas após a família pagar parte do resgate. Além de Big, outros cinco criminosos foram presos e uma advogada foi indiciada.
Big foi capturado quando estava em um motel. A ação contou com agentes do Deic e com o apoio da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
O principal líder da Família do Sul é um traficante conhecido como Nego Jackson. Ele ficou três anos na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, antes de retornar ao RS. Atualmente o criminoso está na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).
Outro apenado da Pasc que seria liderança da facção é conhecido como Barbie. Ele passou um ano na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Ainda em Porto Alegre, o foragido cometeu assassinatos a mando da dupla. Os crimes ocorreram em 2014, quando ele era adolescente. Big foi autor do ataque a tiros que matou por engano Maurício Francioni Whahlbrink e feriu outras dez pessoas, em um jogo de futebol na zona Norte. Ele também executou o traficante César Bugmaer, o Russo, dentro do Hospital Cristo Redentor.
Por Correio do Povo