Um dos presos hoje suspeitos de negociar as armas furtadas do Arsenal de Guerra do Exército em Barueri, em São Paulo, Jesser Marques Fidelix, o Capixaba afirmou ao intermediário que pagaria R$ 120 mil por cada metralhadora ponto 50 M2 HB Browing e R$ 85 mil por cada metralhadora 762 M971 MAG.
No dia 8 de setembro, Capixaba e o comparsa André Fernandes de Oliveira (já falecido) vistoriaram embalaram nove metralhadoras recebidas, com o objetivo de revendê-las a elementos não identificados do crime organizado da cidade do Rio de Janeiro.
Na oportunidade, verificaram que parte das metralhadoras estava sem algumas peças.
Por essa razão, André Fernandes de Oliveira entrou em contato com o intermediário e protestou pela falta de peças em algumas das metralhadoras.
Em razão da reclamação, ele entrou em contato com o militar que furtou as armas e lhe repassou a insatisfação de André.
Como compensação pelo problema, o militar voltou à oficina do intermediário localizada no bairro de Jardim Rainha, no dia 11 de
setembro de 2023, conduzindo a caminhonete Ranger, e deixou no local as 12 metralhadoras restantes e o fuzil 7,62 M964.
Em dia não determinado, mas entre 11 de setembro e 19 de outubro de 2023, André Fernandes de Oliveira providenciou a retirada de mais três metralhadoras e do fuzil 7,62 M964 da oficina, que se juntaram às nove metralhadoras retiradas do local no dia 7 de setembro de 2023.
Essas armas foram entregues a elementos não identificados do crime organizado da cidade do Rio de Janeiro, à exceção de duas metralhadoras .50 M2 HB Browning, que foram repassadas, em circunstâncias não esclarecidas, a elementos não identificados do crime organizado do estado de São Paulo, encontrando-se atualmente, segundo informações não confirmadas, em poder de um criminoso que atende pela alcunha de Atane, que atua, pelo que se sabe, na região de Carapicuíba.
As 10 metralhadoras que foram repassadas a elementos não identificados do crime organizado da cidade do Rio de Janeiro, bem como o fuzil 7,62 M964, foram recuperadas pela Polícia Civil daquele estado, em diligências realizadas nos dias 19 de outubro de 2023, no bairro Gardênia Azul, quando foram apreendidas 8 metralhadoras (4 metralhadoras 7,62 M971 MAG e 4 metralhadoras .50 M2 HB Browning)43, e 1o de novembro de 2023, na Praia da Reserva, quando foram apreendidos o fuzil 7,62 M964 e duas metralhadoras (ambas .50 M2 HB Browning)44.
As 9 metralhadoras remanescentes (4 metralhadoras 7,62 M971 MAG e 5 metralhadoras .50 M2 HB Browning), de sua parte, permaneceram em São Paulo, em poder do sexto, que,preocupado com a repercussão da subtração, decidiu ocultá-las, até que recebesse orientações sobre o que deveria ser feito com elas.
Com tal finalidade, o intermediário que negociou as armas com Capixaba entrou em contato com outro envolvido relatando-lhe o problema e
indagando se haveria algum local em que pudesse deixar as nove metralhadoras.
Em resposta, o sétimo denunciado indicou que as armas poderiam ser levadas ao sítio que alugava, localizado no Parque Varaguera, próximo ao portal da cidade de São Roque (SP).
Em dia não determinado, mas entre 11 de setembro e 20 de outubro de 2023, o intermediário transportou, com auxílio do comparsa as 9 metralhadoras que se encontravam em sua oficina para o sítio alugado, a fim de assegurar a sua ocultação.
]No dia 20 de outubro de 2023, no entanto, o intermediário recebeu um telefona de um elemento desconhecido, provavelmente ligado a André
Fernandes de Oliveira, que lhe ordenou que abandonasse as 9 metralhadoras em local deserto. Nesse panorama, o intermediário, na noite de 20
para 21 de outubro de 2023, descartou as armas em local próximo ao quilômetro 57 da Rodovia Castelo Branco, no Município de São Roque (SP), onde foram elas recuperadas pela Polícia Civil do Estado de São Paulo.