Povo de Israel passou a distribuir drogas em grande escala nos presídios e pode ter contato com grandes fornecedores. Vejas as unidades que essa facção se encontra no RJ e assassinatos cometidos pelo grupo e as lideranças do bando. Como funcionava o esquema de extorsão

MARIO HUGO MONKEN

Até o ano de 2022, a Subsecretaria de Inteligência vinha acompanhando ocorrências indicando que a facção criminosa Povo de Israel praticava o tráfico de drogas intramuros em pequenas quantidades.

Porém, as recentes apreensões demonstraram que a cúpula do grupo estaria se dedicando ao tráfico em grandes proporções, tendo por finalidade a
distribuição e venda de entorpecentes para consumo no cárcere entre os próprios internos.

O quantitativo de drogas apreendidas poderia demonstrar que eles podem estar estreitando relacionamento com grandes fornecedores de
drogas, assim se relacionando com o tráfico de drogas.

Em 16 de setembro de 2023, no Presídio Nelson Hungria foram apreendidos por policias penais, dentro de um caminhão que iria entregar
refeições para os internos, os seguintes ilícitos:

  • 5.180 (cinco mil cento e oitenta) gramas de pó branco;
  • 9.175(nove mil cento e setenta e cinco) gramas de erva seca;
  • 71 (setenta e uma) aparelho de telefonia celular;
  • 96 (noventa e seis) carregadores;
  • 96 (noventa e seis) fones de ouvido;
  • 3 (três) balanças de precisão; e
  • 19 (dezenove) chips
  • Segundo informações da Delegacia de Polícia, a carga estaria avaliada em aproximadamente R$ 1.500.000,00

Em 20 de setembro de 2023, no Presídio Romeiro Neto (SEAPRN), em uma operação conjunta entre policias penais e a polícia civil, prenderam em flagrante, dois Inspetores de Polícia Penal que estariam em posse de aproximadamente posse de 200 (duzentos) tabletes de maconha escondidos no teto de um banheiro, pesando aproximadamente 3,5 (três quilos e meio) de erva seca

O Povo de Israel vem conseguindo cada vez mais se estruturar, aumentando o quantitativo de integrantes e oprimindo outros internos que se oponham a seus mandos e com grande poder aquisitivo.

Verifica-se um expressivo efetivo de internos que a cúpula desse grupo criminoso teria arregimentado durante os últimos anos, mantendo um controle das práticas de crimes e lucros obtidos intramuros por seus membros, motivo pelo qual outras Organizações Criminosas(Orcrim) teriam tentado se aliar ao PVI.

Com base no efetivo carcerário de 19 de agosto de 2023, o soma do efetivo das unidades prisionais (UP) citadas, 18.030 (dezoito mil e trinta),
corresponde a 42,09% do efetivo total, que era 42.828 (quarenta e dois mil oitocentos e vinte e oito).

O efetivo de internos com perfil neutro, que estaria sob influência desse grupo criminoso, teria ultrapassado o percentual de presos faccionados, da orcrim apontada como a maior na capital fluminense.

O grupo criminoso denominado “PVI” teria surgido através de um efetivo carcerário de presos sem facção (neutros) que almejavam um isolamento de seus integrantes em uma unidade prisional de alocação exclusiva, tal como ocorre com as organizações criminosas (Orcrim) Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP), e sua primeira tentativa nesse sentido teria se dado com o pleito de transferência de
todos os presos denominados neutros para o Presídio Hélio Gomes (SEAPHG), em 2004.

À época dos fatos, o pleito não foi atendido pela Seap e o PVI deflagrou uma rebelião no Presídio Ary Franco (SEAPAF), que resultou na morte de 08 (oito) presos.

Com o passar dos anos foram implementadas novas logísticas operacionais no Sistema Prisional Fluminense que consideraram o ingresso
significativo de presos denominados sem facção (neutros), o que resultou na atual realocação de 13 (treze) unidades prisionais (UP) para este
efetivo carcerário (neutros).

Assim sendo, passaram a custodiar presos neutros as seguintes unidades prisionais:

Presídio Diomedes Vinhosa Muniz (SEAPVM).

Presídio Pedrolino Werling de Oliveira (SEAPPO);

Presídio Nelson Hungria (SEAPNH);

Cadeia Pública Inspetor José Antônio da Costa Barros (SEAPJB);

Cadeia Pública Joaquim Ferreira (SEAPJFS);

Instituto Penal Plácido Sá Carvalho (SEAPPC);

Instituto Penal Benjamin de Morais Filho (SEAPBM);

Presídio Evaristo de Morais (SEAPEM);

Presídio Milton Dias Moreira (SEAPMM);

Cadeia Pública Cotrin Neto (SEAPCN);

Cadeia Pública Inspetor Luis Fernandes Bandeira Duarte(SEAPBD);

Presídio Tiago Teles de Castro Domingues (SEAPTD);

Cadeia Pública Juíza de Direito Patrícia Lourival Acioli (SEAPJP);

Instituto Penal Edgard Costa (SEAPEC);

Presídio Hélio Gomes (SEAPHG);

Presídio Romeiro Neto (SEAPRN)

O grupo criminoso PVI teria encontrado a oportunidade de arregimentar para o seu grupo, além dos presos sem facção, outros
presos expulsos de facções (principalmente do CV), valendo-se daquelas unidades prisionais designadas para a custódia de presos sem facção,
denominados neutros.

A estrutura hierárquica no âmbito do PVI, tem a presença de presos apontados como lideranças do grupo criminoso, que no PVI são identificados como “primeira voz”, suposto detentor de poder de mando, e demais presos identificados como “comissões”, porta-vozes das lideranças nos desígnios do grupo criminoso no âmbito de cada unidade prisional

Alvinho é um dos chefões do grupo. Ele ingressou no Sistema Penitenciário Fluminense em 19 JUL 1999, e em 05 DEZ 2007 obteve decisão favorável ao gozo de benefício de Visita Periódica Familiar (VPF), ocasião em que não regressou ao estabelecimento penitenciário que estaria recolhido, passando a ser considerado evadido. Foi recapturado, em 13 de novembro de 2009, e permanece preso até a presente data.

. Enquanto custodiado no Sistema Prisional Fluminense apresentou comportamento indisciplinar, tendo em seu desfavor 13 (treze) partes disciplinares. Possui 09 (nove) anotações criminais pela suposta prática dos crimes de homicídio, roubo simples e majorado e estupro

Alvinho teria amplo prestígio junto aos asseclas faccionados deste grupo criminoso e poder de mando junto a todo efetivo carcerário das
unidades prisionais destinadas ao PVI, deliberando sobre o ingresso ou expulsão de membros, rebeliões, tentativas de fugas, interrupções do
denominado “disque extorsão” e aplicação de punições a integrantes, que teria resultado em lesões corporais, morte, resistência ou uso da força contra policiais penais.

Sobre a expulsão do grupo do criminoso conhecido como Chadeia pontado como segundo na hierarquia do PVI em 2021. Na oportunidade, Alvinho teria tomado conhecimento de suposta tentativa de sequestro de sua família por “Chadeia”, em 2020, e teria identificado
vínculos deste com a facção milícia de Macaquinho,

Em relação ao ingresso de novos membros, tanto os presos sem facção criminosa como também presos ex-integrantes de facções criminosas
expulsos de suas facções, tal como identificou-se com o apenado Lorde, outrora integrante do Comando Vermelho (CV), atuante no Morro da Fé.

Lord teria sido apontado como mandante do ataque ao ônibus linha 350 em novembro de 2005, que lhe teria resultado em supostas ameaças pelo CV, fazendo com que este migrasse para o PVI.

Supostamente Alvinho teria autorizado que presos do PVI alocados no Presídio Milton Dias Moreira (SEAPMM) empreendessem em fuga em 2018.

O fato envolveu a utilização de armas de fogo por presos daquela UP, que embora frustrada, resultou que policiais penais permanecessem reféns de presos. À época foi deflagrada uma operação que contou com apoio das Forças Armadas.

Supostamente em 2019, quando dados de inteligência apontavam novos planejamentos de fugas na SEAPMM, com uso de armas de fogo. Naquela oportunidade foi apreendida uma faca nesta UP.

Supostamente em 2021, durante o procedimento de transferência do apenado Alvinho ocorreu um motim de presos neutros (PVI) no Presídio
Romeiro Neto (SEAPRN) em represália à transferência de Alvinho , quando presos arremessaram pedras contra policiais penais e incendiaram colchões, vindo a resultar no óbito do preso Edson Alces Luiz .

O episódio ratificou os dados de inteligência sobre o supostos prestígio e poder de influência do apenado Alvinho junto a este grupo criminoso.

Em 2022 ocorreram mais dois óbitos de internos na Romeiro Neto, de Jorge Henrique Tenório, o Thethe, e Luiz Carlos Matheus Júnior, o Pulima , encontrados com diversas escoriações, supostamente enforcados.

À época, denúncias e relatos obtidos no interior do cárcere fluminense indicavam Alvinho como suposto mandante dos crimes, por suposto descontentamento e, em resposta a suposto planejamento de sequestro da filha do ex-interno Magrinho da Ilha , que teria por mandantes Thethe e Pulima, Naquela oportunidade, o preso Faustão teria “assumido” as mortes a mando de Alvinho

Alvinho teria se utilizado de falsas “denúncias de planejamento de sequestro de seus familiares” para determinar a execução de membros do
PVI que se destacam, supostamente visando sua hegemonia absoluta neste grupo criminoso.

Ele teria deliberado pelas expulsões de Negão da Carga e Robozão, outrora comissões de presos
da UP SEAPJP.

Ele já teria já teria apresentado supostos vínculos com a Orcrim Primeiro Comando da Capital (PCC), enquanto custodiado na Cadeia Pública Inspetor Luis Fernandes Bandeira Duarte (SEAPBD), oportunidade em que supostamente teria autorizado, em suas UP de atuação do PVI, o “batismo” (ingresso) de presos na Orcrim PCC.

Outras lideranças

Tomate – teria prestígio perante ao grupo criminosos, e teria o status elevado dentro da estrutura hierárquica do PVI. Possui periculosidade informada no Sipen como média e possui 12 (doze) anotações por cometimento de crimes como roubo, homicídio, furto, estelionato e estupro.

Segundo consta no sistema eletrônico de execução unificado (SEEU), possui 48 (quarenta e oito) anos e seis (seis) meses de condenação, onde cumpriu 36 (trinta e seis) anos e 7 (sete) meses.

O setor de inteligência da SEAP recebeu, anonimamente, ordens emanadas por líderes do PVI, por meio de transmissão de mensagens de áudio, que continham determinações para proibições para o cometimento da prática de qualquer ipo de extorsão, entre elas o “chorinho” e o estelionato, conhecido como “dados”, na data de 12 OUT 2022, Dia das Crianças.

Os áudios teriam sido produzido por Tomate, custodiado no Presídio Nelson Hungria (SEAPNH), e fazia menção a determinações do “Vilão” um dos vulgos de Alvinho

“Alô quartel da tropa de Israel, 0 (zero) horas para tudo! Ordem do patrão, se pagar pra ver já sabe, hein. Salve as criancinhas, um feliz das crianças pra todo mundo, forte abraço!””

As treze, as trezes aldeias de Israel, hoje meia noite para roubo, banco para tudo, as treze cadeias, pode pô transmitir essa mensagem nas
trezes cadeias, aí “Nem”.

“Vilão mandou para tudo, para quem pode e obedece quem tem juízo, vamo que vamo, papai, hoje a meia-noite para tudo.”;

Divulga! Vamo que Vamo quem tem que soma soma até a zero hora, passou de zero hora se botar a mão, Ahh vai arrumar satélite, então Marcha
Papai, Marchaaa, salve as crianças.

Os áudios supracitados e transcritos evidenciariam e ratificariam o poder de mando do apenado Alvinho junto aos asseclas faccionados desse grupo criminoso.

Outro líder era Da Lua, que teria assumido o lugar do “Alvinho, durante o período que esteve no Sistema Prisional Federal.

Da Lua apresentaria posição de destaque e seria o homem de confiança do “Alvinho”.

Ele possui 29 (vinte e nove) anos, 02 (dois) meses e 14 (quatorze) dias de condenação, onde cumpriu 05 (cinco) anos, 08 (oito) meses e 20 (vinte
dias).

Nem, custodiado no Presídio Milton Dias Moreira (SEAPMM), teria expressão e atualmente teria o status de responsável pela caixinha, parte financeira desse grupo criminoso.

Possui possui 36 (trinta e seis) anos, 07 (sete) meses e 02 (dois) dias de condenação, onde cumpriu 05 (cinco) anos, 01 (um) mês e 18 (dezoito) dias.

Veja agora a hierarquia por presídio

Na Cadeia Pública Inspetor José Antônio da Costa Barros

  • Alvinho
  • Baiano
  • Da Lua
  • Da Van ou Baby
  • DG
  • Pescoço
  • Cachorro Louco ou Cachorrão
  • Manel

Presídio Nelson Hungria

  • Tomate
  • José Francisco
  • Bitcoin, Branquinho ou Playboy
  • André Pavão
  • Dani ou Samara
  • Dudu
  • Tiziu
  • Playboy
  • Red Bull ou MV
  • Agulha

Instituto Benjamim de Morares Filho

  • Fabiano Gordinho
  • Salim
  • Frederico
  • Magustão
  • Marquinho

Instituto Plácido de Sá Carvalho

  • Desenho
  • Presuntinho
  • Mineiro
  • Dedé
  • WL

Presídio Evaritos de Moraes

  • Vitinho
  • Lorraine
  • Sophia
  • Mikaella
  • Papum

Penitenciária Milton Dias Moreira

  • Nem
  • Chacal
  • Madeira
  • Telemar
  • Caramujo ou Carioca
  • DVD
  • Cruel

Cadeia Pública Cotrim Neto

  • Cavalo ou Ere
  • Quarenta e quatro

Penitenciária Luiz Fernandes Bandeira Duarte

  • Peste
  • Mikimba
  • Marcelo
  • Pedra

Presídio Romeiro Neto

  • Maurício
  • Taua

Presídio Tiago Teles de Castro Domingues

  • Bolt

Cadeia Pública Juíza de Direito Patrícia Lourival Acioli

  • Paulo Ricardo
  • Tiago
  • Luís Augusto

No Presídio Hélio Gomes

  • Paulinho
  • Bruno Rafael

No Instituto Penal Edgard Costa

  • Roxinho

As extorsões

O sistema de “disque extorsão” se desenvolveria através de empresário” (preso dono do celular) que disponibilizaria um celular para que um “ladrão” (preso incumbido de realizar chamadas) faça ligações telefônicas para vítimas indeterminadas, inclusive de outros Estados, simulando supostos sequestros de parentes e exigindo valores para libertação, ou supostamente induzindo a erro (estelionato) para que forneçam dados e façam transações bancárias.

Para tanto, o grupo se valeria de supostos “laranjas” (pessoas que emprestam contas bancárias) para recebimentos de depósitos dos citados golpes”, e se utilizariam de supostos “cones” (pessoas que buscariam valores com as vítimas) no caso de recebimento de dinheiro
presencialmente.

O sistema de extorsão conta com suposta repartição geral de lucros de aproximadamente: 30% para o “empresário”, 30% para o “ladrão”, 30%
para o laranja” e 10% para a “caixinha” intramuros do grupo criminoso.

Nesse sentido, Alvinho, apontado como liderança do PVI, se beneficiaria de um percentual oriundo das práticas criminosas de todos seus
subordinados, supostamente gerenciando o sistema fixo de divisão de tarefas, cooptando novos presos e visitantes ao grupo criminoso PVI e
articulando supostas arrecadações e pagamentos de “propinas” (corrupção) a servidores públicos.

A guisa de exemplo dados de inteligência e denúncias chegadas informam quanto a suposta prática de extorsão na SEAPNH, onde os lucros
auferidos pelas supostas práticas delitivas seriam transferidos por sistemas de pagamentos instantâneos (PIX), administrados em contas
bancárias digitais.

O sistema de arrecadação e repartição de lucros da UP SEAPNH teria supostamente se estabelecido da seguinte forma: 45% para o “empresário”(preso dono do celular), 45% para o “ladrão” (preso incumbido de realizar as chamadas), 7% para a “caixinha central” (administrada pela liderança da UP) e 3% para a “caixinha da cela”.

Assim sendo, denúncias chegadas apontam que a caixinha teria sido administrada pelo preso Cadeirante, FM ou Rocinha enquanto esteve preso na SEAPNH, e que os valores recebidos seriam transferidos para uma conta em nome da irmã dele
suposta “laranja”, em liberdade provisória da SEAPJFS desde 04 de junho de 2015..

Foi possível verificar troca de diálogos entre supostos integrantes desse grupo criminoso, e dados de transferências bancárias. Os presos se utilizavam de um grupo na rede social Whatsapp, denominado “Os Guerreiros de Rael”, em alusão ao grupo Povo de Israel (PVI). No denominado grupo os presos incumbidos de realizar chamadas (supostos estelionatários) encaminhavam comprovantes de depósitos feita para a conta da “caixinha central”, através do PIX

A postagem feita no grupo “Os Guerreiros de Rael” pelo nominado “FM”, sem dados qualificativos (SDQ), colaciona no grupo uma figura
composta por coroa (“Coroa”), um porco (“BC”), um tomate (“Tomate”) e aescrita “MG”.

O coroa possivelmente seria uma alusão ao preso Alvinho sendo Coroa” um de seus vulgos, e o tomate provavelmente seria uma alusão ao
preso Tomate, um de seus vulgos.

Frise-se que o denominado grupo da rede social Whatsapp visa a contabilidade de supostas extorsões realizadas e a figura supostamente poderia significar a quem pertenceria suposto o controle finalístico das extorsões.

Em algumas oportunidades, presos das unidades prisionais neutras, supostos integrantes do PVI, se passariam por funcionário da Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel ), operador de empresa de telefonia celular ou agente de instituição bancária, com suposta intenção de
angariar dados pessoais das possíveis vítimas, tais como senhas de acesso às instituições bancárias em que possuem contas ativas.

. Outra suposta prática delituosa praticada pela Orcrim seria o denominada “Spoofing” de telefone, que consistiria na utilização de um determinado aplicativo para disfarce do número de telefone real, simulando tratar-se de número de telefone diverso, conhecido pela vítima, permitindo que o suposto criminoso possa se fazer passar por um contato de confiança da vítima. Nesse sentido se utiliza o “CallerID Spoofing”com utilização do “VoIP”, que permite ligações sem precisar contratar um número de telefone, bastando comprar créditos para fazer ligações, camuflando sua real identidade.

Foi possível identificar aplicativos gratuitos que desempenham falsas chamadas, como por exemplo o “Spoof Call Fake ID” e Caller App
ID Changer.

A análise de dados chegados decorrentes das denúncias supracitadas poderiam evidenciar que o grupo criminoso PVI supostamente movimentaria,no intervalo de uma semana, quantias superiores a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

Considerando-se outras possíveis transações bancárias não conhecidas, supostamente relacionadas aos crimes de extorsão, e a
abrangência do grupo criminoso PVI em mais 12 (doze) unidades prisionais, “as 13 aldeias”, têm-se que as supostas movimentações financeiras por
este grupo poderia ultrapassar valores de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) mensais.

As supostas movimentações financeiras ainda poderiam englobar aquelas provenientes do tráfico de drogas, tal como se evidencia com a substância entorpecente denominada K4 (maconha sintética) supostamente introduzida no Sistema Prisional Fluminense pelo grupo criminoso PVI.

Ressalta-se que a suposta prática de extorsão por criminosos integrantes do PVI teria apresentado caráter interestadual, visto que outros órgãos de segurança pública teriam identificado que o “disque extorsão” por presos cariocas, teriam alcançado vítimas em outros Estados
do Brasil, tal como Ceará em 2021.

A Polícia Civil do Ceará teria identificado que os crimes teriam sido realizados por um preso custodiado


Dados de investigações da Polícia Civil do Ceará apontam que os suspeitos teriam auferido aproximadamente R$ 50.000,00 (cinquenta mil
reais) em apenas 15 (quinze) dias, e que o grupo criminoso também teria feito vítimas nos Estados do Rio Grande do Norte, Bahia e Acre.


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