As autoridades da segurança pública de São Paulo afirmaram que os três foragidos ainda suspeitos da morte do delator do PCC Antônio Vinicius Gritzbach no Aeroporto de Guarulhos em novembro estão escondidos na comunidade da Vila Cruzeiro, na Penha, na Zona Norte do Rio, área do Comando Vermelho.
Entre eles, um dos mandantes do crime, Emílio Carlos Gongorra Castilho, o Cigarreiro e um homem que seria olheiro do PCC.
Cigarreiro teria sido roubado após Gritzbach desfalcar a facção criminosa em milhares de reais quando lavava dinheiro para o PCC.
A relação de Cigarreiro com a facção carioca é antiga.
Em 2008, quando foi preso em flagrante, a investigação revelou a existência de quatro grupos que compunham a organização criminosa, voltada para o tráfico de drogas: a) grupo de comando e articulação, estabelecido na cidade de São Paulo/SP (ligados ao PCC); b) grupo de fornecedores da droga no Estado de Mato Grosso do Sul; c) o grupo dos fornecedores de produtos químicos (ligados ao PCC); d) grupo destinatário do entorpecente no Rio de Janeiro/RJ (ligados ao CV).
Mesmo preso, Emílio continuou comandando os negócios ilícitos da organização criminosa, especialmente o tráfico de entorpecentes.
Anos depois, a polícia descobriu que Emílio, que tinha o vulgo de Bill, e a esposa coordenavam um grande esquema criminoso relativo ao tráfico de cocaína, de armas e munições.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo divulgou as seguintes informações sobre a investigação
O trabalho minucioso e integrado entre as Polícias Civil, Militar e Técnico-Científica resultou, desde a data do crime até agora, na prisão de 26 envolvidos, são eles:
• 17 policiais militares;
• cinco policiais civis, presos na Operação Tacitus por suspeita de envolvimento com organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva;
• quatro pessoas suspeitas de relação com o homem apontado como integrante da facção criminosa e que teria atuado como “olheiro” no dia do crime, que ainda está foragido.
As investigações permitiram que as equipes descobrissem novas provas e identificassem mais envolvidos, o que levou a Justiça a expedir os mandados cumpridos hoje. A operação segue em andamento.
Atuação da força-tarefa na identificação dos suspeitos
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) montou uma força-tarefa para alinhar as investigações entre o DHPP, as corregedorias das Polícias Civil e Militar, bem como as informações sobre os exames periciais realizados no aeroporto e nos aparelhos celulares dos suspeitos de envolvimento no homicídio por meio da Polícia Técnico-Científica.
Os policiais usaram tecnologias de ponta como ForenScope 4K — que detecta fragmentos biológicos —, e uma aparelhagem responsável por realizar levantamento 3D de todo o local do crime — o que permitiu fornecer detalhes da trajetória balística —, além de outros equipamentos que colaboraram com a elucidação dos fatos.
Kauê do Amaral Coelho foi o primeiro identificado. Ele atuou como “olheiro” no dia do crime e informou aos atiradores o momento em que a vítima estava saindo do saguão do aeroporto. A SSP oferece R$ 50 mil por informacões que levem ao suspeito., que segue foragido. A namorada dele foi presa em janeiro.
Posteriormente, um homem que teria auxiliado os atiradores a fugir também foi identificado e preso.
No último mês, a Corregedoria da Polícia Militar deflagrou uma operação contra policiais militares suspeitos de envolvimento com o delator. Na ocasião, foram cumpridos 15 mandados de prisão e sete de busca e apreensão. Outros dois PMs foram presos logo na sequência. Entre os detidos estão suspeitos de serem os atiradores e motorista no dia do crime.
Policiais civis que se envolveram em esquemas criminosos com Gritzbach, que era acusado de lavar dinheiro para uma facção criminosa, também foram detidos.
As investigações prosseguem para esclarecer a dinâmica dos fatos e identificar novos envolvidos. As apurações correm sob sigilo e detalhes serão preservados para não prejudicar os processos.
FONTE: Secretaria de Segurança do.Estado de São Paulo