A PM decidiu submeter a conselho de disciplina, que pode decidir pela exclusão do servidor dos seus quadros, de dois policiais suspeitos de integrar milícia no bairro de Cosmos, na Zona Oeste do Rio que praticava, extorsão contra moradores do local.
Segundo as investigações, os envolvidos “emprestavam” dinheirocom juros médio de 40% ao mês, e, em havendo atraso, passavam a cobrar juros diários, sendo certo queatuavam desprovidos de autorização legal para tais práticas econômico financeiras.
Os agentes ameaçavam os inadimplentes que haviam contraído empréstimo que, inclusive, acabaram expulsos de suas casas, as quais eram posteriormente apropriadas, vendidas ou mesmo alugadas pelos militares e demais criminosos.
No decorrer do ano de 2020, no bairro Campo Grande mediante grave ameaça de morte exercida com emprego de arma de fogo, obtiveram para si, vantagem patrimonial indevida, no valor aproximado de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), em prejuízo das vítimas Rafael B.C. e sua esposa Daniele A.L.B., que são proprietários de um trailer de lanches no local.
Segundo o que consta no citado inquérito, as vítimas adquiriram três empréstimos com osmilitares, perfazendo o total de R$ 38.000,00 (trinta e oito mil reais), sendo primeiramente adquirido o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), que seria quitado em 40 (quarenta) parcelas de R$ 1.000,00 (um mil reais). Posteriormente fizeram novo empréstimo no valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), a ser quitado em 50 (cinquenta) parcelas de R$ 2.000,00 (dois mil reais). e ovalor de R$ 3.000,00 (três mil reais), que seria pago em 20 (vinte) parcelas de R$ 500,00 (quinhentosreais).
Inicialmente, por cerca de dez meses, as vítimas pagaram, mensalmente e em espécie, ovalor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) aos militares. Ocorre que, após o último empréstimo, osmilitares recalcularam a importância “emprestada” às vítimas, gerando novas parcelas com valoresaltíssimos, estabelecendo datas distintas para o seu pagamento, sem que houvesse um prazo final para aquitação da dívida.
Ainda no dia 15 de agosto de 2021, esteve na residência das vítimas exigindo o veículo de sua propriedade, como forma de compensação do não pagamento das dívidas recalculadas.
Nesta oportunidade, levou o automóvel, no entanto, o devolveu por não estar em “boas condições”.
Sendo assim, diante das circunstâncias ora expostas, o casal se tornou vítima de constantes ameaças de morte pelos militares, tudo com a finalidade de obterem para si vantagem econômica indevida, mediante o constrangimento empregado.