Lucas Galdino de Faria que possuía uma dívida grande com um agiota PM acabou sendo morto no dia 11 de janeiro deste ano, em Curicica, em Jacarepaguá. O suspeito está com a prisão temporária decretada.
Segundo os autos, a investigação aponta que a vítima supostamente exercia a função de captar e entregar dinheiro, além de realizar cobranças mensais para clientes do investigado .
Relatos, Lucas teria começado a “inventar” clientes, pegando dinheiro como se fosse emprestado para essas pessoas fictícias e, posteriormente, alegando que os supostos clientes estavam inadimplentes, haviam sumido ou apresentando outras desculpas.
O agiota percebeu a conduta de Lucas após ele deixar de prestar seus serviços em 2022 e retornar para Curicica, acumulando uma dívida de quase R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) com o investigado.
O pai da vítima assumiu a dívida e fez pagamentos até o fim de 2024, quando não teve mais condições financeiras de arcar com os valores.
Com a interrupção dos pagamentos, o agiota teria dito que iria “dar um jeito” em Lucas. No dia dos fatos, a vítima estava em um depósito de bebidas com um amigo quando recebeu uma mensagem de outro investigado, pedindo que o aguardasse no local.
Pouco depois da chegada do suspeito, um veículo Nissan Kicks, de cor prata, se aproximou. Dentro do carro estavam indivíduos encapuzados, vestindo blusas com a inscrição “Polícia” e armados com fuzis.
No momento em que Lucas já se encontrava dentro do próprio veículo, foi abordado pelos suspeitos, retirado à força, jogado ao solo e, em seguida, colocado no carro prata, que deixou rapidamente o local.
Durante as investigações, foi relatado que o outro suspeito também trabalhava para o agiota da mesma forma que a vítima.
Na semana anterior ao assassinato, Lucas confidenciou a um amigo de infância que estranhava o comportamento de segundo suspeito, pois ele vinha insistindo em procurá-lo com frequência e demonstrava um interesse incomum por sua rotina.
Além disso, foi relatado que, quando outro amigo da vítima, foi chamado para prestar depoimento na delegacia, avisou o agiota sobre a intimação.
Em resposta, o investigado enviou-lhe uma foto do policial responsável pelo caso, com visualização única, e o orientou a prestar depoimento na 61ª DP de Xerém, município onde atua como policial militar.
O depoente também afirmou que o agiota tem intimidado amigos da vítima e repassado instruções sobre o que deve ser dito na delegacia.
Por fim, o indiciado teria entrado em contato com o policial civil responsável pelas investigações e questionado sobre seu nome estar ligado ao homicídio da vítima.
O amigo da vítima disse que o PM havia mencionado a intenção de “dar um jeito” na vítima. Além disso, após ser intimado, ELE comunicou o fato ao investigado e, a partir desse momento, passou a ser intimidado. Foi orientado a prestar depoimento em outra delegacia, a seguir os “termos permitidos” pelo indiciado e, ainda, a apagar seu número e todas as conversas e ligações entre ambos (
O agiota PM sempre relatava que Lucas foi embora de Xeré lhe devendo muito dinheiro, dizia, ele: “Aquele fdp fol embora me devendo R$ 300 mil”.
A testemunha relatou que o suspeito do crime tinha tido uma discussão com o pai de Lucas e que ele tinha parado de pagar a dívida; que ia ter que dá um jeito em Lucas;
No dia em que o amigo de Lucas foi intimado via aplicativo WhatsApp enviou um print da tela de seu celular onde apareciam a intimação e o número de celular do intimante, para o suspeito pelo mesmo aplicativo.
Pouco tempo depois o PM lhe enviou uma foto do policial que estava lhe intimando no formato de visualização única ; que o depoente ao chegar a delegacia ao ser chamado por este policial que lhe inquire, reconheceu o policial da foto e neste momento sabe se tratar policial que lhe toma o termo neste momento; que relata ser uma foto estilo Self do policia.
O agiota PM tambem pediu para o depoente solicitar que sua oitiva tivesse sido feia na 61 DP, delegacia de Xerém; que ele esta intimidando todos os amigos de Lucas; que passou instruções do que o depoente deveria relatar em seu termo de declaração.
No dia 2 de fevereiro, o suspeito mandou o depoente apagar seu número em seu aparelho celular e todas as conversas e ligações entre os dois
Verifica-se que o indiciado é policial militar e já demonstrou utilizar sua posição em benefício próprio, ao solicitar que o depoimento fosse prestado em uma delegacia específica onde atua.
FONTE: Site oficial do TJ-RJ