A polícia do Rio informou que, até o momento, 13 pessoas foram presas durante megaoperação no Complexo do Alemão, sendo oito em cumprimento de mandado de prisão.
Seis dos presos são mulheres, familiares de lideranças do Comando Vermelho. Um dos alvos já havia morrido, em confronto promovido pelos traficantes. Nas diligências, houve recuperação de 42 veículos produtos de crimes.
Três suspeitos foram feridos e socorridos ao Hospital Getúlio Vargas, mas não resistiram aos ferimentos. Um policial militar do Bope ficou ferido e foi socorrido para a mesma unidade hospitalar. O agente foi transferido para o Hospital Central da Polícia Militar, no Estácio, onde passou por uma cirurgia e tem quadro de saúde estável.
Além disso, policiais militares apreenderam oito fuzis, uma submetralhadora, uma pistola, carregadores de pistola e de fuzis, sete granadas e uma quantidade de material entorpecente. Uma grande plantação de maconha foi encontrada numa estufa na Fazendinha.
Mais de 20 toneladas de barricadas foram removidas pelos agentes.
O foco dos policiais eram operadores do fundo da facção conhecido como “caixinha” e os beneficiários desse esquema, incluindo familiares de membros do CV.
O financiamento é alimentado por diversos crimes que impactam a população, como roubo e furto de veículos e de cargas, extorsão, além de exploração e disputa por territórios. Os agentes buscam cumprir medidas cautelares expedidas pela Justiça no Complexo do Alemão e em outras regiões do Rio de Janeiro, além dos estados da Bahia e da Paraíba, com o apoio de policiais civis destas unidades da federação.
As investigações tiveram início em 2019, com uso de tecnologia avançada pelo Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD). O trabalho policial revelou um esquema sofisticado que movimentou milhões de reais oriundos de atividades ilícitas. A apuração revelou ocultação de valores em cerca de 5 mil operações financeiras, totalizando mais de R$ 21 milhões.
Em uma ação anterior, em 2020, com o foco inicial de identificar o fluxo financeiro vinculado à facção, 84 pessoas foram indiciadas. Na época, houve apreensão de documentos que detalharam o funcionamento da “caixinha”.
Com base nisso, foram autorizadas quebras de sigilo fiscal e bancário dos investigados. As informações obtidas passaram por análise detalhada e revelaram que o grupo substituiu as antigas práticas de interposição pessoal por meio de “laranjas” por métodos digitais que dispensam falsificação de documentos, aumentam a “segurança” das operações financeiras e dificultam o rastreamento pelas autoridades.