Sobre a operação de hoje no Complexo de Manguinhos (CV), a Polícia Civil informou que, ao chegarem ao local, os agentes foram atacados pelos criminosos e houve confronto.
Um dos gerentes do tráfico de drogas no Mandela foi morto e um criminoso foi ferido, sendo socorrido para um hospital da região.
Outros dois foram alvejados próximo ao rio que corta a localidade e afundaram. Mergulhadores auxiliam a Polícia Civil no resgate.
Além deles, um suspeito foi capturado, em cumprimento a um mandado de prisão.. Dois inocentes foram feridos_ entre eles uma funcionária da Fiocruz.
Os policiais apreenderam dois fuzis, duas pistolas, 4.730 unidades de lança-perfume, nove galões com lança-perfume, 2.650 pinos de cocaína, 390 pedras de crack, 110 papelotes de maconha, 31 tabletes de maconha e 40 papelotes de skunk.
Durante a operação, os marginais de Manguinhos, procurando fugir para o Jacarezinho, comunidade controlada pela mesma facção, atacaram uma viatura em frente à Cidade da Polícia. Os disparos atingiram uma moradora que passava pelo local.
Os bandidos ainda arremessaram uma granada nas proximidades. Imediatamente, o Esquadrão Antibomba da Core foi acionado e realizou a detonação controlada do explosivo. O material arrecadado será analisado.
A entrada na Fiocruz
Segundo a nota oficial da corporação, dois funcionários terceirizados que prestam serviço para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estão prestando depoimento. Inicialmente, foi constatado um flagrante que está sendo averiguado.
A investigação vai apontar se ocorreu colaboração espontânea com o tráfico de drogas, uma vez que imagens mostram um veículo a serviço da instituição auxiliando na fuga de traficantes.
Após receber denúncias de que bandidos teriam acessado o campus da Fiocruz, os policiais se deslocaram à instalação. Os criminosos realizaram disparos de arma de fogo que atingiram ao menos um dos prédios da instituicão.
“Causa muita estranheza acusações maldosas contra os policiais, dado o histórico de ocorrências com traficantes que buscam abrigo em prédios públicos, incluindo escolas e unidades de saúde, bem como a própria Fiocruz, onde isso já havia ocorrido em situações anteriores”, afirma o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi.
A polícia lembra que, em agosto de 2011, cinco criminosos de alta periculosidade que usavam a Fiocruz como rota de fuga foram capturados nas instalações. Todos eles eram lideranças da facção Comando Vermelho e estavam foragidos da Justiça.
“Quem coloca em risco a população são os criminosos. Temos imagens de traficantes dentro da Fiocruz, então foi necessário que nossos agentes entrassem na instituição para evitar que houvesse um dano maior lá. São criminosos que roubam, agridem, assolam a população. Essa é mais uma resposta firme da Polícia Civil no combate a essa orgnização”, afirmou o diretor do Departamento-Geral de Polícia Especializada, delegado André Neves.
Repressão aos roubos furtos e receptação de cargas
A operação de hoje faez parte da segunda fase da “Operação Torniquete”, que tem como finalidade reprimir roubos, furtos e receptação de cargas e de veículos, crimes que financiam as atividades das facções criminosas, suas disputas territoriais e ainda garantem pagamentos a familiares de faccionados, estejam eles detidos ou em liberdade. Desde setembro, já são mais de 290 presos, além de veículos e cargas recuperados.
Investigações da DRFC apontam um aumento grande nos transbordos de cargas roubadas na região de Manguinhos, especialmente no último quadrimestre de 2024.
Esse crescimento foi confirmado após diversas operações realizadas no Complexo da Maré, que forçaram os criminosos a migrarem suas atividades para outras áreas.
A proximidade com a Avenida Brasil, importante via de escoamento onde ocorre parte dos roubos, facilita a ação dos criminosos.
Conforme apurado pelas equipes da DRFC e da 21ª DP, os criminosos realizam um sofisticado processamento das cargas roubadas dentro do complexo, o que envolve a classificação, separação e redistribuição das mercadorias, que são posteriormente comercializadas tanto nas comunidades quanto em outras regiões da cidade.
Há nitidas evidências de que parte dessas cargas são subtraídas sob encomenda, atendendo necessidades específicas de empresários vinculados a diversos setores do comércio ilegal.
A operação buscou desarticular a quadrilha e impedir o fluxo de mercadorias roubadas, que gera prejuízos ao setor logístico e fomenta o fortalecimento financeiro do crime organizado na cidade do Rio de Janeiro.