Na comunidade da Muzema, no Itanhangá, que funciona como uma espécie de filial de Rio das Pedras, os milicianos cobrariam taxas dos comerciantes nos valores de R$ 100 a R$ 150 semanais.
O líder da comunidade seria um indivíduo conhecido como Laerte, que está preso, e seu braço-direito, de vulgo Índio foi preso no ano passado e condenado no início do ano a seis anos e seis meses de prisão juntamente com um paramilitar de vulgo TH. Ambos foram flagrados fazendo cobranças aos comerciantes.
Um dos locais das cobranças é a Avenida Engenheiro de Sousa Filho, todas as terças-feiras. Outro ponto é a Estrada do Itanhangá.
Policiais da DRACO em viaturas descaracterizadas monitoram os paramilitares e descobriram o modus operandi. Os milicianos entram
nos estabelecimentos comerciais de forma alternada, aparentemente recebiam determinada quantia e a colocavam no bolso. Em seguida se dirigiam a outro estabelecimento e repetiam o método. Ás vezes vezes apenas um entrava enquanto o outro aguardava ao lado de fora.
Há anos a milícia controla e domina a comunidade, agindo com extrema violência em face de quem se opõe ou contesta os valores exigidos, de modo que se faz desnecessário que a atividade de recolhimento seja feita armada.
O temor social impingido pela milícia é tamanho que os comerciantes extorquidos se recusam a comparecerem à delegacia, com receio de sofrerem represálias, inclusive patrimonial, que se daria por meio da expulsão da comunidade.
Índio exercia o cargo de gerente das cobranças na comunidade do Muzema, sendo “braço-direito” e diretamente subordinado ao miliciano Laerte, preso na Operação Intocáveis I e chefe da milícia local.
Já TH, além de realizar cobrança de comerciantes seria um dos seguranças de Índio..
Um policial explicou que o monitoramento é feito de forma diária com informações que chegam do MP, da Secretaria de Inteligência, disque-denúncia; que é feito um cruzamento de dados. Que já houve várias prisões e várias situações que aconteceram, operações junto com o Ministério Público.
Na prisão de Índio e TH, ambos tentaram se desvencilhar dos celulares; que foi instaurado um inquérito separado para apurar essa parte (o conteúdo dos celulares).No dia dos fatos, os bandidos teriam ido a pelo menos cinco lojas, entre elas um hortifruti e um borracheiro. Estavam com R$ 805.
Os agentes disseram que não tem o costume ir nas lojas perguntar os comerciantes o que estava acontecendo, em razão da segurança das pessoas, uma vez que estão em área dominada por milícia, já sofrem esse tipo de ataque, de ameaça, de cobrança o tempo todo e certamente eles teriam receio, já que a polícia não está lá 24 horas para protegê-lo
Os policiais contaram ainda que ue existem algumas situações, por exemplo, como os policiais militares ficam baseados ali todos os dias, os os agentes evitam até de se comprometer porque eles estão ali exercendo suas funções; que eles tiveram ciência, mas não foram arrolados, inclusive um deles solicitou que não fosse por temer por sua vida, porque ele tirava plantão sempre lá;