Uma mulher que lavava o dinheiro para o miliciano Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, foi codenada à pena de 12 anos de reclusão, em regime fechado mas entrou com recurso e conseguiu reduzir a punição para 8 anos e 9 meses de reclusão, em regime fechado.
Ela recebeu procuração com plenos poderes de Zinho, para, em serviço à empresa que era braço financeiro da organização criminosa no ramo da terraplanagem para fins de inserir informações falsas em documento público, qual seja o Manifesto de Transporte de Resíduos, sendo este um documento obrigatório que registra informações de transporte de resíduos desde a fonte geradora até a sua destinação final.
Sua participação na organização criminosa resta latente, tendo em vista o grau de confiança depositado por “Zinho”em seus serviços, tendo esta plena consciência dos ilícitos que cometia em prol da quadrilha.
Sua diligente atuação para burlar os órgãos reguladores restou comprovada em que a mesma efetua negociatas com terceiros para fins de obter resultados espúrios.
“Ela era responsável pela lavagem da milícia, os problemas ambientais e dava um jeito para não ter problema com as notificações ambientais, exercia função de chefia em diversos setores da organização criminosa”, diz trecho da investigação.
“Ela trabalhava para a empresa e a gente decidiu pelo indiciamento dela no momento que ela extrapolou uma linha, que foi solicitar a prática de determinado crime ambiental, que era o cancelamento de Manifesto de Transporte de Resíduos, tinha uma Legislação Ambiental a ser cumprida, e ela insiste, induz e determina que um estagiário vá lá e faça o cancelamento, tudo isso a mando da Renata, que posteriormente veio a falecer. Então ela tinha um perfil de consertar para empresa, que era responsável pela lavagem da milícia, os problemas ambientais e dar um jeito para não ter problema com as notificações ambientais, essa era a contribuição dela”;, disse um delegado.
A acusada insistiu no cancelamento de Manifesto de Transporte de Resíduos sem que fosse cumprida a Legislação Ambiental pertinente, até mesmo determinando que um estagiário fosse a empresa em questão e fizesse o cancelamento pessoalmente, atitude que nem de perto se coaduna com a de quem não tinha pleno conhecimento sobre a manipulação da lei em vigor. Em captação Priscila pergunta ao estagiário se está tudo bem (o cancelamento irregular dos manifestos) e ao saber que sim responde “AH show!” (fl. 262).