O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro divulgou nota repudiando as críticas da opinião pública sobre o órgão após a divulgação do relatório da Polícia Federal sobre a investigação das mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
A Promotoria relata no comunicado que todos os dados preliminares obtidos nas apurações sobre o caso, que resultaram na identificação e prisão dos executores Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, foram frutos do trabalho do GAECO.
Segundo o MP, todos esses passos iniciais foram concretos, fundamentais e amplamente reconhecidos pela sociedade e familiares de ambas as vítimas, por diversas vezes recebidos pelo procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, e pelos promotores responsáveis pelas investigações.
O órgão salienta que, durante as investigações sempre foram somados avanços: as denúncias contra Ronnie Lessa por outros crimes, alguns já com condenações; a denúncia contra o PM Rodrigo Jorge Ferreira e a advogada Camila Lima Nogueira, por obstrução de Justiça; a decisão judicial de que os executores sejam julgados por júri popular; a denúncia e prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões Correa; a disponibilização de dados telemáticos pelo Google; o acordo com o Facebook para obtenção de informações, com posterior pagamento de multa por seu descumprimento; a denúncia e prisão do dono do ferro-velho que recebeu, desmanchou e descartou o veículo Cobalt utilizado no crime, além das delações de Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa, que levaram à identificação dos mandantes.
O MP explica que, em paralelo, a investigação do caso Marielle e Anderson, realizou dezenas de investigações diretas de relevante repercussão na sociedade fluminense, como a desarticulação da cúpula da Milícia de Rio das Pedras, e na identificação do grupo de matadores de aluguel antes nunca investigado, conhecido como Escritório do Crime, além de operações contra a máfia do jogo do bicho, que levaram à prisão de Rogério de Andrade e Bernardo Bello, entre outros.
A Promotoria também aponta diversas investigações, como a suposta constituição de organização criminosa e corrupção passiva por Rivaldo Barbosa e outros policiais civis; os homicídios de Marcos Falcon, Geraldo Pereira, Haylton Escafura e ‘Zé Personal’; além da tentativa de homicídio de Shanna Garcia; citadas no relatório da PF, seguem em pleno curso sob o mais absoluto sigilo.
“Reforçamos que temos o poder de investigação e não mediremos esforços para enfrentar as tentativas de desqualificar o trabalho executado”, diz a nota.