No primeiro semestre de 2024, o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro denunciou à Justiça 58 policiais civis e militares, incluindo os inativos,, e solicitou o bloqueio de R$ 303.027.463,25 das contas dos suspeitos por crimes como organização criminosa, tráfico de drogas, milícia armada, contravenção, pirâmide financeira e outras práticas.
Foram oferecidas à Justiça 44 ações penais contra um total de 325 pessoas. Entre os denunciados, 92 são servidores e ex-servidores públicos; 29 policiais militares da ativa; 11 ex-policiais ou aposentados; 12 policiais civis; dois ex-policiais civis ou aposentados; um policial penal; e três delegados de polícia.
Também foram denunciados três ex-prefeitos, cinco ex-secretários municipais e mais 26 outros prestadores de serviços públicos. No total, o órgão deflagrou 42 operações para cumprimento de mandados obtidos na Justiça.
VEJA AS PRINCIPAIS OPERAÇÕES
Petrorianos
A Petrorianos, deflagrada em março, para o cumprimento de 20 mandados de prisão e 50 de busca e apreensão. Entre eles, 18 policiais militares da ativa e um policial penal que integravam o grupo liderado pelo contraventor Rogério de Andrade. Nesta operação, o GAECO/MPRJ denunciou à Justiça 31 pessoas pelo crime de organização criminosa.
Jammer
No combate à organização criminosa voltada à exploração clandestina do GatoNet” –, o GAECO/MPRJ denunciou seis pessoas na segunda fase da operação Jammer, também em março. Foram cumpridos três mandados de prisão e sete de busca e apreensão. O esquema criminoso era liderado por Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, e Ronnie Lessa, denunciados na primeira fase da operação.
Naufrágio
Operação Naufrágio – Foram cumpridos 12 mandados de prisão e oito de busca e apreensão contra integrantes de uma milícia que atua na Comunidade Bateau Mouche, na Praça Seca, em Jacarepaguá. O GAECO/MPRJ denunciou à Justiça 16 pessoas por associação criminosa, extorsão a comerciantes, empreendedores, vendedores ambulantes e mototaxistas, bem como corrupção ativa. Entre os denunciados estavam um policial civil e dois policiais militares.
Escritório do Crime
Em maio, O GAECO obteve, junto ao IV Tribunal do Júri da Capital, a condenação dos irmãos Leandro Gouvêa da Silva e Leonardo Gouvêa da Silva, conhecidos como ‘Tonhão’ e ‘Mad’, integrantes da organização criminosa conhecida como Escritório do Crime. Eles foram condenados a 26 anos e oito meses de reclusão, cada um, em regime fechado. Os dois foram denunciados pelo GAECO/MPRJ, em maio de 2020, pelo crime de homicídio qualificado de Marcelo Diotti.
Ás de Ouros
A operação Ás de Ouros III foi deflagrada em março, para o cumprimento de oito mandados de busca e apreensão. Nesta operação, 13 pessoas foram denunciadas à Justiça pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Ruptura
Em junho, o GAECO/MPRJ deflagou a operação Ruptura. Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão decorrentes de investigação de crimes de constituição de milícia privada e lavagem de capitais por integrantes da organização criminosa conhecida como “Bonde do Varão”, atuante em Nova Iguaçu.
Bancarrota
No combate à exploração do jogo do bicho e máquinas de caça-níqueis, um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) do GAECO/MPRJ deu origem à operação Bancarrota, em abril. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em 14 endereços de pessoas físicas e jurídicas ligadas à organização criminosa liderada pelo contraventor José Caruzzo Escafura, conhecido como Piruinha.
Força-Tarefa Marielle e Anderson
Em ação conjunta com a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República, a operação Murder Inc. levou à prisão os três autores intelectuais dos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes , além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves. A operação ocorreu em março. Meses depois, em junho, o GAECO/FTMA obteve a condenação do ex-policial militar Rodrigo Ferreira, conhecido como Ferreirinha, e da advogada Camila Nogueira por obstrução das investigações. Eles foram condenados a quatro anos e seis meses de prisão, em regime fechado. O GAECO/FTMA recorreu da sentença, para aumentar a pena imputada a cada um dos réus.
Força-Tarefa contra a ocupação irregular
A Força-Tarefa de Enfrentamento à Ocupação Irregular do Solo Urbano (GAECO/FT-OIS) atuou com a Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEOP) em operações de demolição de imóveis construídos irregularmente em áreas dominadas pelo tráfico e pela milícia. Em maio, o MPRJ e o Município de Maricá celebraram um acordo de cooperação técnica nos moldes do trabalho que é feito pelo GAECO/MPRJ na cidade do Rio. Além de evitar os danos decorrentes dessas invasões, o objetivo é inibir a ação de organizações criminosas que se valem dessas construções para se fortalecerem e estabelecerem domínio sobre o território e as comunidades.