A Justiça decretou as prisões preventivas de cinco milicianos da comunidade da Taboinha, em Vargem Grande, por conta de um homicídio ocorrido em junho.
Segundo os autos, três bandidos vulgos Tiquinho, WT e KN, que seriam membros de um grupo paramilitar, mataram Ícaro Achilles Moreira. Até o momento, o corpo da vítima não foi localizado.
Dois outros criminosos teriam também contribuído para a prática do crime. Ambos, supostamente cientes da proibição imposta pela milícia local contra crimes praticados por moradores da comunidade, informaram aos outros três que Ícaro Achilles Moreira havia subtraído e utilizado o cartão de débito de uma moradora da comunidade.
Sustenta ainda que em horário e local ainda indeterminados, os três primeiros teriam supostamente ocultado o cadáver da vítima Ícaro Achilles Moreira, cujo paradeiro permanece desconhecido até o presente momento.
Os bandidos também teriam se apoderado de diversos bens da vítima como aparelhos eletrônicos como TV, ar-condicionado, vídeo game, além de uma arma de airsoft, dinheiro em espécie e mercadorias de camelô. A ação teria ocorrido mediante grave ameaça com o uso de armas de fogo e restrição da liberdade da vítima. É
A mulher que teve o cartão usado pela vítima disse que no dia 22 de junho de 2024, ao retornar para casa por volta das 19h, percebeu que sua porta estava escancarada e sua bolsa revirada.
Ao verificar o celular, notou notificações de gastos realizados com seu cartão de débito em diversos estabelecimentos da comunidade Taboinha. Danielle então foi até a uma mercearia, onde conseguiu obter uma imagem de segurança que mostrava o homem que estaria utilizando seu cartão.
Ela enviou essa imagem ao seu esposo,que, junto com seu primo Anderson Igor, decidiu procurar os milicianos locais, para reaver o cartão e os valores subtraídos e para “dar um pau” no homem identificado na imagem.
Embora a declarante tenha expressado sua discordância com relação a essa abordagem, sua declaração reforça o vínculo entre os acusados e a prática criminosa contra Ícaro Achilles Moreira.
Narrou ainda que na noite de 22 de junho, o marido e o primo informaram que haviam contado o ocorrido a “KN” – um traficante envolvido com a milícia local. Ela descreveu “KN” como um homem jovem, pardo, magro, com aproximadamente 1,70 m de altura e possivelmente com uma tatuagem na mão, além de mencioná-lo entre os traficantes que ficam na Rua 18 de Fevereiro, após as 16h.
Nos dias seguintes, o cartão ainda foi utilizado até que, em 25 de junho, seu esposo recebeu uma ligação de “Tiquinho” – apontado como o líder da milícia, informando que haviam detido o suspeito.
Apesar da moradora ter pedido para não fazerem nada contra o rapaz, “Tiquinho” afirmou que o assunto não dizia mais respeito a ela e prometeu devolver o cartão e uma quantia em dinheiro, oferta que ela recusou.
Ademais, a mulher expressou temor pela sua vida e de seus filhos, o que a levou a tomar a decisão repentina de se mudar para outro estado, para proteger a si mesma e à sua família, considerando os fatos narrados por ela.