Uma operação conjunta do MP-SP e corregedoas polícias Militar e Civil.paulista desarticulou uma organização criminosa (milícia) dedicada a extorquir autônomos na região do Brás, em São Paulo,
Ao todo, seis PMs foram alvos alem de cinco pessoas jurídicas e 15 físicas. Oito empresas e 21 pessoas tiveram sigilos bancário e fiscal quebrados.
O GAECO recebeu da Corregedoria da PM ofício informando que agentes da segurança pública vinham exigindo e recebendo pagamentos periódicos para permitir a atividade das vítimas na região, conhecida pelo comércio popular.
Vários vendedores são imigrantes de países da América do Sul e não posuem acesso a linhas de crédito, se vendo obrigados a procurar agiotas para obter dinheiro e repassar aos criminosos.
Esses agiotas usavam dos serviços dos mesmos policiais militares para cobrar, de forma violenta, os inadimplentes.
Uma das testemunhas contou que trabalha nas imediações da Rua Tiers há seis anos e, recentemente, um grupo de pessoas passou a exigir o pagamento de luvas no valor de R$ 15 mil por ano e mais R$ 300 por semana para autorizar sua permanência na região.
Uma escrivã da Polícia Civil, que é ou já foi companheira de um sargento da PM, chegou a ser flagrada na companhia de outras pessoas realizando atos de extorsão de forma organizada, promovendo intimidação dos comerciantes e mostrando vínculos profundos com a organização criminosa que ali atua.
Entre os demais alvos da operação, estão policiais tanto da ativa quanto reformados.
Até o momento foram identificadas quatro vítimas, mas a polícia acredita que o esquema criminoso afetasse vários comerciantes, que não denunciavam a situação por medo.
Na casa de um dos presos, que atuava como agiota, foram apreendidos R$ 145 mil em dinheiro, além de documentos e planilhas.