A mãe e a filha de 17 anos faziam parte do tráfico de drogas do bairro Quinta Lebrão, em Teresópolis, na Região Serrana do Rio, dominado pelo Comando Vermelho.
No dia 10 de setembro, policiais militares receberam informações de moradores para uma casa amarela, localizada ao lado do campo de futebol e lá a dupla guardava “cargas” de drogas pertencentes ao irmão do chefe daquela comunidade, sendo esse último o traficante conhecido como “Gorila ou 2D.
Ainda de acordo com as notícias repassadas aos agentes da lei, moradores do citado local estavam temerosos com a grande movimentação de pessoas estranhas que entravam e saíam após contato com as mulheres que estariam, também, distribuindo as “cargas” por elas guardadas para “vapores”, ou seja, elementos responsáveis pela venda direta dos entorpecentes nos pontos de tráfico da Quinta Lebrão
Diante de tais informes, os policiais militares se dirigiriam à residência indicada e lá fizeram contato com o proprietário do imóvel, sendo que esse, em seguida, fez contato com a mulher, que então apareceu e confirmou àqueles que estava morando na casa amarela junto com a filha de 17 anos de idade.
Quando então, na cômoda da sala, foi encontrado um caderno com diversas anotações referentes ao tráfico de drogas, mais especificamente valores relacionados a cargas de entorpecentes e apelidos de vapores que receberam os materiais ilícitos – dentre os quais “Alerando, Pará e Lua Cheia confirmando-se, dessa forma, que tais “vendedores do varejo” recebiam as drogas da dupla para posterior disseminação na região.
Ao ser indagada sobre os fatos, especificamente sobre a inscrição da palavra pó” nas anotações achadas no local a mulher admitiu, durante a entrevista informal, que tais anotações realmente se referiam a vendas e distribuição de drogas, asseverando, inclusive que, dias antes, devolvera uma das “cargas” de entorpecentes ao traficante conhecido como “Robocop
E quando perguntada sobre a existência de conversas em seu telefone celular sobre o tráfico de drogas, a denunciada negou, mas, ao invés de mostrar seu próprio aparelho de comunicação, pediu que a filha adolescente desbloqueasse o próprio celular para mostrar o conteúdo aos brigadianos.
Acresce que, após a denunciada permitir o acesso dos militares ao telefone da filha, os agentes logo notaram uma conversa com o elemento de vulgo “Lua cheia (que justamente constava das anotações de tráfico achadas no imóvel), no decorrer da qual esse último falava sobre ser cobrado e dizia que pagaria a dívida das drogas, diálogo que, somado às anotações constantes do caderno apreendido, ratifica que o traficante em questão pegou cargas de substâncias ilícitas da denunciada e da filha desta, bem assim que era cobrado pela dupla em razão das “cargas” recebidas.
Ademais, pelos depoimentos colhidos dos agentes da lei em sede policial, se nota que, após ser questionada sobre seu próprio aparelho telefônico, a suspeita acabou pedindo à filha adolescente que entregasse o objeto àqueles, momento no qual a menor retirou o aparelho de dentro das próprias calças e entregou aos brigadianos, o que indica que a dupla tentou ocultar o objeto para que não fosse arrecadado durante as diligências.
A mulher admitiu o envolvimento com o tráfico, esclarecendo que também exercia a função de venda direta dos entorpecentes, detalhando ter pegado uma “carga” com um homem que não identificou, após o que guardou as drogas no campo para comercializar aos poucos, tendo usado R$ dinheiro obtido com as vendas ilícitas e devolvido, posteriormente, o restante da carga para outro traficante, o que reforça o vínculo dela com criminosos diversos para a disseminação de substâncias ilícitas na Quinta Lebrão, onde, há muito, a disseminação de drogas é feita exclusivamente por integrantes do Comando Vermelho e sob a longeva liderança de Carlos Eduardo “Gorila” ou “2D”.