Um dos homicídios cometidos pela quadrilha de Leandrinho da Cachoeira preso hoje em uma casa de luxo em Mangaratiba, ocorreu no dia 04 de margo de 2019, por volta das 15h, na Rua da Mina, Qd 51, It 04, Heliópolis, em Belford Roxo, e vitiouo Róbson Silva Falcã. Por conta disso, Leandrinho vai a júri popular.
Segundo consta dos autos a vitima estava trabalhando no bar do seu pai, momento em que foi alvejado por disparos de arma de fogo”.
O pai narrou que, no dia dos fatos, estava em sua casa e ouviu os tiros que vitimaram seu filho. Contou que seu filho tinha o costume de empinar sua moto na rua e, em certa ocasião, passou a ter uma rixa com os milicianos “Na Pele” e “Tiago Polícia”, pois discutiu com os dois por aceitar ser repreendido por eles.
Disse que havia falsos rumores de que a vítima possuía um terreno em Nova Aurora e estaria envolvido com o roubo de motocicletas, o que também despertava a inimizade dos milicianos.
Afirmou que, alguns meses antes do crime, pessoas próximas começaram advertir a testemunha de que Leandrinho já havia dito para tirar seu filho da comunidade, pois caso contrário seria morto. Afirmou que o réu Leandrinho era o chefe do grupo de milicianos e ordenou a execução da vítima.
Narrou que, no dia dos fatos, o miliciano Diego “Cyborg” passou em seu bar mais cedo e estava armado. Disse que “Cyborg”, “Melequinha” e outros integrantes do grupo foram ao local para “escoltar” a ação criminosa.
Acerca da dinâmica delitiva, narrou que dois indivíduos encapuzados desceram de um Fiat Palio e efetuaram os disparos contra seu filho. Disse que, mais tarde, quando estava no hospital da posse tentando socorrer seu filho, viu o mesmo Fiat Palio e crê que tenham ido até lá para “terminar o serviço”.
Afirmou que quem assassinou mesmo seu filho “foram o Juju e o “Na pele”, a mando do Leandro. Todo mundo sabe que foi o Juju, mas as pessoas têm medo de falar.
Disse acreditar que o miliciano Pará era quem estava dirigindo o Fiat Pálio no momento do crime, pois já tinha visto ele com o carro mais cedo. Disse acreditar que Pará não desceu do carro porque era muito conhecido e que JUJU não efetuou disparos enquanto a sobrinha dele, que estava presente no local, não saiu de perto da vítima. Relatou que a autoria do crime é notória na comunidade.
Disse que sua esposa visualizou o momento do crime e reconheceu os atiradores tanto pela fisionomia (embora estivessem de touca) quanto em razão dos comentários, mas ela tem medo de prestar depoimento. Indagado, afirmou que não havia cobranças de taxas de segurança por parte da milícia na Rua da Mina, onde fica seu bar.
Outra testemunha disse que os autores do homicídio foram os mesmos que mataram seu irmão. Disse que o que sabe é que a vítima estava empinando de moto, “eles não gostaram e mandaram parar…moleque novo, abusado, não parou e o Leandrinho mandou o Pará e o JUJU matarem ele”.
Disse que todos sabem porque é comentado na comunidade e que ouviu sobre os fatos dos indivíduos “Reizinho” e “Alisson”, que atualmente estão presos por envolvimento com a milícia. Afirmou que todos os homicídios que ocorreram naquela região, até 2019, quando “eles” foram presos, foram praticados pelo mesmo grupo.
Narrou que o bairro Xavante, onde morava é próximo de Heliópolis, Farrula e Nova Aurora e que em todos esses bairros há atuação de milícia. Disse que quem se levanta contra o grupo é morto e que, “de cada dez homicídios, pode colocar nove na conta deles”.
Indagado, pontuou que poderia falar melhor sobre o caso de seu irmão e que, sobre o caso dos autos, só ouviu dizer, assim como todos na comunidade ouviram. Sobre o homicídio de seu irmão, disse se insurgiu contra a cobrança de taxas no comércio que pertencia à sua mãe, no bairro Xavante, e que por isso Leandrinho queria matá-lo, mas acabou matando seu irmão. Indagado, disse não conhecer Diego “Cyborg”.
A quadrilha de Leandrinho Cachoeira foi acusada também de matar Lucas Otávio Teixeira, com três disparos de arma de fogo, por engano ou represália, tendo em vista que seu irmão e sua mãe, teriam se recusado a pagar taxas que são extorquidas de moradores, ao argumento da necessidade da milícia comprararmas de fogo e combater traficantes