Leia agora em detalhes como foi o ataque planejado contra um morador de rua no Pechincha, em Jacarepagá, que teve o corpo queimado por coquetéis molotov, caso que foi tramado um adolescente e o soldado do Exército Miguel Felipe.
Segundo consta, o Laboratório de Operações Cibernéticas da Polícia Civil tomou conhecimento de que no dia 19/02/2025 uma pessoa em situação de rua foi atacada com o uso coquetel molotov e tal agressão foi transmitida, ao vivo, através do servidor da plataforma Discord denominado “696”.
Realizadas investigações, foi verificado através de conversas explícitas entre frequentadores da Plataforma Discord, versando sobre um ataque a ser realizado contra um morador de rua.
O relatório técnico acostado aos autos chegou à identificação do menor B.V.T.A como autor da agressão,
Inclusive foi possível constatar que o ataque ocorreu numa distância de 550 metros de sua casa. Paralelo às investigações, consta que a avó e a irmã do adolescente desconfiaram de que algo pudesse ter ocorrido, diante do comportamento dele e, constataram os fatos ao verificarem o celular do menor, que, após, lhes confessou o atentado contra o morador de rua, quando, então, a família a 41ª Delegacia de Polícia para noticiar os fatos.
O adolescente contou que criaram um grupo no Discord chamado “Evento foto no mendigo”onde os integrantes planejaram todo o atentado, como por exemplo: como iriam executar, quem seriam os autores, o instrumento que utilizariam para o crime, etc;.
B teve a ideia de atear fogo em um mendigo e para executar seu plano chamou Miguel para participar do crime;
Em um grupo russo, no telegram recebeu um PDF com instruções de como fazer um coquetel molotov.
No dia 18/02/2025, por volta das 19h, ele comprou cerca de 4 litros de gasolina em um posto de combustíveis. Ele preparou preparou 3 garrafas de coquetel molotov.
Para realizar o atentato, se vestiu com uma calça preta, tenis preto da adidas, uma camiseta azul, quase preta, uma balaclava de caveira e um óculos escuros de armação cinza, além de estar com uma mochila nas costas, onde havia um galão de gasolina, 3 molotovs e roupas para trocar após o ato criminoso.
Marcou encontro com Miguel e avistaram o mendigo Eles prepararam uma call no discord para transmitir ao vivo o momento em que ateariam fogo no mendigo. A live possuía 221 pessoas assisitindo;.
Ao se aproximar do morador de rua, o declarante constatou que ele era negro e por isso continuou com a empreitada criminosa, pois se o mesmo fosse branco, não cometeria o ato contra a vítima;
B se aproximou do morador de rua, enquanto Miguel filmava toda a ação. O adolescente tirou de sua mochila 2 coqueteis molotov e atirou os dois em direção ao morador de rua; O morador de rua pegou fogo, tendo saído correndo e gritando por socorro, enquanto estava em chamas;
Ele tinha a ideia de após jogar os coqueteis molotov, joga em seguida o galão de gasolina que estava na mochila do declarante, mas não teve tempo, pois o morador de rua correu em chamas;
Depois, o adolescente e Miguel correram de volta até o ponto onde se encontraram onde aguardaram por cerca de 40 minutos, momento em que ambos trocaram de roupas, tendo Miguel ido embora de uber e o declarante andando para sua casa;
Para praticar o referido ato contra o morador de rua, o declarante teve a promessa de receber a quantia de R$ 250,00 de “Andrey” e “Reduzir”, para que o declarante pudesse consertar a sua bicicleta. Ele não recebeu o valor de R$ 250,00.
Disse que é adepto ao regime nazista alemão, que inclusive se automutilou com um corte onde fez referencia a uma suástica.
Falou possuir possui em seu telefone celular diversas imagens de adolescentes que se auto mutilaram por sua ordem. Tais automutilações são chamadas de “plaquinhas. suas vítimas costumavam se automutilar por dinheiro, que era pago por “Perssy, Reduzir e Andrey.
Em seu telefone celular existe diversos arquivos de abuso sexual infantojuvenil;
Chegou a induzir uma menina de 12 anos a introduzir uma faca em sua vagina;
Falou que Andrey” transferiu ao declarante a quantia de R$ 50,00 para que comprasse a gasolina utilizada no ato e recebeu o dinheiro pelo aplicativo “Z1
A avó disse que só tomou conhecimento a respeito dos fatos no dia, 19/02/2025. Seu genro contou para a declarante que havia um galão e uma garrafa, ambos contendo gasolina, em um “quartinho” que fica na garagem da casa dela, junto com uma camisa vermelha.
O menor, a princípio, negou que fosse de sua propriedade. Mas sua irmã acessou o telefone do rapaz, momento em que viu um vídeo, em que ele estava de máscara e ateava fogo em um morador de rua, naquela madrugada do dia 18 pro dia 19 de fevereiro. Havia fotos de B com essa mesma máscara, com a legenda “horas antes do atentado”;
As familiares, pelas conversas do aplicativo Discord, disseram acreditam que o jovem tenha sido pago para o ato por um indivíduo de nome “Andrey”, pois o menor dizia “Andrey, o limite da minha conta é de 455 reais”;
A avó ficou muito desesperada com todo o ocorrido, e deixou que a irmã do rapaz continuasse analisando o telefone celular.
A irmã viu também arquivos de “pornografia infantil” no celular de B;
O militar Miguel Felipe se vangloriava o tempo todo dizendo: “Fizemos algo grande, todos no discord estão comentando”.
A irmã confirmou que viu um video no celular do menor, em que ele estava de máscara ateando fogo em um morador de rua, enquanto o ato era filmado por Miguel.
Além das mídias referentes ao crime apurado, havia também diversos arquivos de “pornografia infantil;
Ela foi até o local do crime, que é próximo de sua casa eobservou que o chão estava todo queimado.
O adolescente teria dito que o crime foi planejado e que foram pagos para fazer isso. O valor do pagamento foi de 750 reais para cada e que foi pago por um indivíduo de nome “Andrey”, que seria o mandante do ato, e que é um dos administradores do servidor “696” do Discord; Q
Andrey pagou todos as despesas, inclusive o Uber, totalizando 2.000,00;.
O adolescente ameaçou a irmã quando esta disse que ia contar tudo para avó e disse que tinha mais gente envolvida e que Miguel e Andrey sabem onde ela morava.
FONTE: Site oficial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro