Leia agora como foi a ação que terminou com a morte do miliciano Pipito.
Na última sexta-feira, policiais civis da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais – DRACO-IE, receberam informações do núcleo de inteligência, na parte da manhã, sobre o local em que o miliciano Rui Paulo Gonçalves Estevão, conhecido como “Pipito”, costumava frequentar na companhia de comparsas, bem como os modelos de veículos por eles utilizados.
Assim, os agentes diligenciaram até a comunidade do Rodo, em Santa Cruz, se posicionando de forma estratégica e velada, na intenção de monitorar e deter os milicianos que aterrorizam a região, integrantes da milícia da Família Braga, também conhecida como Bonde do Zinho.
Na parte da tarde, após a chegada dos agentes de segurança na comunidade, uma equipe policial visualizou integrantes da milícia, dentre os quais“Pipito”, saindo de um veículo GM Corsa, sedan, branco, informado na denúncia.
Alguns milicianos embarcaram no automóvel Fiat Argo Trekking, azul, cujas características também haviam sido informadas na denúncia recebida pelo setor de inteligência como sendo um dos carros utilizados pelas lideranças milícia, enquanto Pipito adentrou em uma residência em frente ao local em que o veículo Fiat Argo Trekking, azul, estava estacionado.
Já o automóvel GM Corsa, sedan, branco, seguiu em direção incerta e não sabida, não sendo possível segui-lo em razão do pequeno número de agentes na operação.
Contudo, os policiais informaram à outra equipe, baseada na via adjacente, que o veículo Fiat Argo Trekking, azul, estava indo em sua direção.
Esta segunda equipe percebeu a aproximação do veículo Fiat Argo Trekking, azul, dando ordem de parada, que foi atendida.
Realizada abordagem, os custodiados desembarcaram do veículo.
Em revista, foi detectado que ambos os conduzidos portavam em suas cinturas armas de fogo do tipo pistola, devidamente municiadas, sendo que um deles também portava três carregadores sobressalentes.
Foi dada voz de prisão e os indiciados foram detidos.
Em seguida, os policiais ouviram disparos de arma de fogo e, supondo estarem sendo atacados, rapidamente saíram do local em busca de abrigo, conduzindo os custodiados.
Diante disso, o automóvel Fiat Argo foi deixado no local. Cessados os disparos, os agentes retornaram ao local da abordagem e, no entanto, o veículo não estava lá, indicando que, possivelmente, outros integrantes da organização criminosa o retiraram.
Foi realizado contato telefônico com outras equipes, sendo informado que outros policiais haviam sido atacados com muitos disparos de arma de fogo ao tentar realizar uma abordagem.
Ato contínuo, os agentes foram prestar auxílio aos colegas, ainda na companhia dos custodiados.
Lá chegando, os policiais se depararam com o miliciano Pipito ferido por projétil de arma de fogo sendo socorrido por policiais civis.
Concomitantemente, a primeira equipe policial deu voz de prisão a Pipito”, que, de imediato, sacou uma pistola e desferiu diversos disparos de arma de fogo contra os policiais, empreendendo fuga para uma residência vizinha.
Os policiais revidaram pois durante a fuga o miliciano continuou disparando sua pistola.
Ao chegar na casa vizinha, o miliciano se escondeu e continuou oferecendo resistência, disparando contra os agentes de segurança.
Contudo, o miliciano foi capturado pelos policiais, ferido, em um galinheiro, sendo desarmado e algemado.
Ao tomarem conhecimento do ocorrido, membros da milícia chefiada por Pipito posicionaram dois caminhões na Avenida Antares, em pontos estratégicos, com a intenção de impedir a saída dos policiais civis da comunidade.
Tal situação também impedia o acesso de viaturas da Polícia Militar, que tentavam dar apoio aos policiais civis.
Agrupados, os policiais iniciaram a saída da comunidade, todavia foram surpreendidos pela ação de criminosos, que efetuaram diversos disparos de arma de fogo contra as equipes.
Houve intensa troca de tiros por cerca de 20 minutos e somente depois disso e com apoio da Polícia Militar que as equipes da Polícia Civil conseguiram sair da comunidade.
Os agentes se dirigiram ao Hospital Municipal Rocha Faria para socorrer o miliciano Pipito, que veio à óbito.
Na unidade hospitalar também foi prestado atendimento ao custodiado Charles, que estava com um ferimento leve na cabeça, causado durante a saída da comunidade sob intenso tiroteio.
Foi arrecadado com Pipito uma pistola, inúmeros carregadores, celulares e computadores.
Havia seis mandados de prisão pendentes de cumprimento em desfavor do miliciano, por delitos diversos, tais como homicídio qualificado, destruição, subtração ou ocultação de cadáver, organização criminosa e crimes da Lei de Armas.
Ele era apontado como sendo o “zero um” na liderança da milícia do Zinho, após a prisão do miliciano Luís Antônio da Silva Braga, conhecido como “Zinho”, em dezembro de 2023.
Já os custodiados, segundo informações da Polícia Civil, seriam integrantes da milícia, exercendo a função de segurança do líder Pipito
A Justiça destaca que os presos são apontados como integrantes, o exercício dos crimes, sendo o principal deles a extorsão em face de mototaxistas, motoristas de vans, moradores e comerciantes, é assegurado mediante a prática de uma série de outros delitos graves, como compra e venda de armas de fogo e munições, homicídios, tortura, corrupção ativa, roubos de carro e de carga, usura, furtos qualificados, entre outros.
Ela classifica como crime gravíssimo já que a milícia privada atuavam como se fossem uma empresa, auferindo seus lucros através do controle de atividades e serviços públicos e privados, monopolizando-os através da intimidação e da eliminação de todos os obstáculos, inclusive vidas humanas, à consecução de seus objetivos escusos. Assim, arvorando-se o próprio estado de direito, extorquem cidadãos, inclusive cometendo homicídios, controlando pontos de vans e mototáxis e a venda de botijão de gás, bem como cobrando por taxas de segurança.