A Justiça do Rio solicitou expedição de ofício ao Juízo da Comarca de Esplanada, Estado da Bahia solicitando autorização para a entrega de todos os aparelhos arrecadados no evento subsequente que culminou com o óbito do capitão Adriano Magalhães da Nóbrega, no ano de 2020.
A ação faz parte do processo que julga acusados de pertencer ao Escritório do Crime, grupo de matadores de aluguel do qual Adriano era um dos fundadores.
O material arrecadado deverá ser encaminhado ao GAECO e deverá ser feito também o compartilhamento dos resultados das análises dos celulares apreendidos com o Ministério Público do Estado da Bahia.
“tem-se evidenciada a necessidade de continuidade das investigações, conforme exposto pelo Ministério Público”, dizem os autos.
Dois dos acusados de pertencer ao grupo, os irmãos Mad ou Paraíba, e Tonhão ou Baleia Azul, foram condenados em agosto a 13 anos e quatro meses de prisão em regime fechado.
O Escritório do Crime teria começado a atuar em 2017 e estaria em atividade até os dias atuais.
A constituição do Escritório do Crime foi motivada pela ideia de se criar um grupo de assassinos mercenários capacitados para atender aos deploráveis intentos de outros grupos criminosos, em especial, aqueles envolvidos na guerra da contravenção.
O grupo criminoso, em suas missões assassinas, muitas vezes atuava a luz do dia e em locais públicos, colocando em risco um número indeterminado de pessoas (inclusive, e um dos casos, viu-se que outra pessoa, que não o alvo – Andinho, foi atingida).
O grupo usava de rotinas sofisticadas para evitar a identificação dos criminosos de qualquer natureza. (…)”
Um relatório do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro aponta que há indícios da participação do grupo de matadores de aluguel’ nos homicídios do bicheiro Alcebíades Paes Garcia, o Bidi (assassinado este ano), empresário Haylton Carlos Gomes Escafura e Franciene de Souza (mortos em 2016), do policial militar Geraldo Antônio Pereira (assassinado em 2016), do então presidente da Portela Marcos Vieira Souza, o Falcon (morto em 2017), do bicheiro José Luiz Barros Lopes , o Zé Personal (morto em 2011), Josimar de Oliveira (morto em 2011) e a tentativa de homicídio contra o PM Natalino dos Santos Rodrigues, ocorrida em 2018.
Há outros dois crimes imputados ao Escritório do Crime em que tramitam processos na Justiça. Foram os casos das mortes do empresário Marcelo Diotti da Matta (assassinado em 2018) e do PM Anderson Cláudio da Silva, o Andinho (morto em 2019).