MARIO HUGO MONKEN
Em acórdão do último dia 1 de setembro, a Justiça estabeleceu novas penas para integrantes de uma milícia que agia no bairro de Austin, em Nova Iguaçu. O processo é de 2020.
Vladimir Guimarães Ferreira – 12 anos, sete meses e seis dias. Regime fechado
Nandinho- 12 anos, em regime inicialmente fechado.
Feiuk- cinco anos, sete meses e seis dias e mantido o regime inicialmente semiaberto,
Nerildo S.S – cinco anos, sete meses e seis dias e regime inicialmente semiaberto.
Gutierrez N.O, Baixinho, Beto do Ponto, Niko, Diogão, Pedro Bala ou Pedrinho da Marissol, Abner M.G e X-tudo- quatro anos, 10 meses e 24 dias, regime inicialmente semiaberto para cada réu.
Segundo as investigações, o bando foi atuou no período compreendido entre o mês de outubro de 2019 até o mês de março de 2020, praticando diversos crimes como extorsão, exploração de transporte de mototáxi e gato net, mediante cobrança de taxas indevidas daqueles que pretendiam circular com transporte alternativo na região da Biquinha em Austin, além de fomentaram irradiação na exploração de outros domínios regionais, mediante atuação armada.
Vladimir era o líder junto com Nandinho, que emitia ordens para execução de desafetos assim como no que diz respeito ao recolhimento de taxas de mototaxistas atuantes na localidade Parque da Biquinha.
Beto do Ponto ocupava o posto de gerente administrando a meta no que diz respeito ao recolhimento da taxa de segurança paga pelos comerciantes e mototaxistas na localidade, sendo responsável pelo pagamento de valores (arrego) aos PMs responsáveis pelo patrulhamento na região em que a quadrilha atuava.
Babu era responsável por efetuar lideranças com traficantes da cidade de Queimados, pertencentes ao TCP e recebia quantias provenientes da exploração de gatonet.
Saimon efetuava as execuções de desafetos enquanto Renan era o responsável por passar informações ao bando acerca da movimentação policial na localidade.
Leo Portuga recebia valores provenientes da arrecadação ilícita de taxas.
Bambam seria agiota e braço armado do grupo criminoso.
Emanuel Bomba atuava no roubo de carros e cargas cujo produto era revertido em prol do grupo.
Gutierrez seria responsável pelo recolhimento da taxa e atuava como braço armado da malta, enquanto Abner seria encarregado pelo recolhimento da taxa dos mototaxistas tendo ainda contato direto com policiais lotados no Aptran e DPO de Austin
Baixinho seria responsável pelo recolhimento da taxa dos mototaxistas nos pontos “Três Fontes” e “Vinho”.
Dinho administrava um dos pontos de mototáxi e fornecia informações sobre a movimentação policial, sendo também responsáveis pelo recolhimento das taxas os réus.
Beto do Ponto, Niko, Diogão, Nerildo e X-tudo atuavam na administração do “Ponto 40”, sendo responsável pelo recolhimento da taxa de mototaxistas e prestando contas sobre o pagamento da meta.
Pedro Bala ou Pedrinho Mirassol recebia os valores arrecadados pela organização
Gustavo participava de empreitadas criminosas, como homicídios de desafetos e visando a arrecadação de armas e dinheiro para o grupo.
Uma conversa em grupo de whatsapp revelou que um dos integrantes da quadrilha havia sido preso por agentes estatais e pela conversa se depreende não apenas que havia repasse de dinheiro a policiais, como também urgia que um dos membros da organização se antecipasse em ida ao DPO para que não levassem preso o elemento, cuja custódia entenderam decorrer de alcaguete ou delação.
Em uma conversa do miliciano Niko, ele fala sobre a propina a ser paga aos policiais, vulgarmente conhecida pelo termo “arrego”.
“Vou adianta logo hoje prós amigos
(Comentário: Indica que os “amigos” seriam policiais que em troca do arrego, deixam de incomodar as ações da ORCRIM)
Em uma outra conversa envolvendo Nerildo e Feiuk, eles comentaram sobre a propina.
“Eu tenho que paga o arrego os cara”
“Isso aí e dinheiro de arrego”
“Eu so pago arrego”
“Eu sou responsável de paga arrego”
“Visando o Bem estar da nossa amizade. Segue $ 480…. Q é o combinado oficial do ponto. 480
Arrego + 150
Em outra conversa, Feiuk perguntou a Diogão se vai demorar a trazer o dinheiro, diz que só faltava a parte dele para pagar “os caras” (Policiais)
“Isso aí que vc me dá e dinheiro de Arrego”.
“Mano mais eu tenho que paga o arrego os cara mano”