A investigação sobre o assassinato do advogado Rodrigo Crespo no Centro do Rio, em fevereiro deste ano, aponta para a participação de vários policiais militares da ativa em um grupo de execução/extermínio, que se aproveita do poder estatal para criar um poder paralelo e ainda se infiltrar no Poder Estatal, indo dos mais baixos aos mais altos postos de poder. Um PM está diretamente envolvido neste assassinato e está preso.
Este grupo não apenas executa pessoas, mas também obstrui investigações e destrói evidências, comprometendo também a reputação da instituição da Polícia Militar, a qual é repleta, na sua grande maioria, de bons e honestos policiais.
Esta situação revela uma tragédia dentro das polícias do Estado do Rio de Janeiro, onde alguns poucos maus policiais se unem a outros criminosos para executar pessoas a mando de várias pessoas e de organizações criminosas, criando assim sua própria estrutura criminosa responsável por uma série de homicídios encomendados, sem o menor receio de que as forças estatais elucidem o caso. Esta aliança entre membros da polícia e criminosos é uma afronta ao Estado Democrático de Direito e uma grave ameaça à segurança pública.
O assassinato de Crespo, por sua função profissional e por seu interesse de empreender na exploração legal de jogos online (como destacado pelo MPRJ e pela autoridade policial), estabelece um precedente alarmante que evidencia a infinita audácia da organização criminosa, que mescla atividades aparentemente legais com ilegais (como jogos de azar e comércio de cigarros), com a intenção de eliminar, de maneira direta ou indireta, seus concorrentes.
Essa quadrilha, baseada em Duque de Caxias, estaria envolvida em diversos homicídios com modus operandi extremamente similar em diversos crimes: “o modo como se deu a execução, com o intenso monitoramento da vítima antes do crime; a utilização de veículo “clonado” para a empreitada; o uso de luvas e balaclava pelo executor direto; a crueldade e a precisão com que se deu a morte, sendo todos os disparos (ao que consta) certeiros e em regiões vitais de Crespo, e, não menos importante, a fuga posterior para esta cidade da baixada fluminense, conforme destacado pela autoridade policial representante”.