Investigação revela que traficantes da facção criminosa conhecida por “Terceiro Comando Puro – TCP”, ocupam o Complexo da Serrinha, o qual se espalha ao longo de um grande maciço que alcança os bairros de Vaz Lobo, Madureira, Engenheiro Leal, Cavalcanti e Vicente de Carvalho e que abrange as comunidades ou localidades conhecidas como Morro da Serrinha, Morro da Fazenda, Grota, Raia, Morro São José da Pedra, Morro da Patolinha, Morro do Dendezinho, Morro da Primavera e Favelinha.
Os bandidos extorquem mensalmente comerciantes no entorno das comunidades e chegaram a exigir R$ 5.000 mensais de uma empresa de ônibus para que ela pudesse continuar operando no local sem sofrer represálias.
Os criminosos também foram acusados de torturar um homem que ofereceu dinheiro para manter relações sexuais com uma menina.
Os membros da quadrilha também se exibem armados nas redes sociais.
O principal líder do grupo é Wallace de Brito Trindade, que está em liberdade desde 2007.
O investigado é conhecido pelas alcunhas de Lacoste, em referência a marca de artigos de vestuário e acessórios que possui um jacaré como símbolo; Salomão, em alusão ao Rei de Israel, que se notabilizou por sua sabedoria, pela quantidade de esposas e pelo reinado duradouro; Flamengo, por ser torcedor fanático do Clube de Regatas do Flamengo; e Mano, termo comumente utilizado por criminosos em geral para designar o principal líder do grupo.
Não raro, verifica-se que armas apreendidas no Complexo da Serrinha e/ou ostentadas em redes sociais pelos traficantes locais possuem a inscrição “Tropa do Salomão” e/ou a imagens de jacarés em alusão ao símbolo da marca “Lacoste”, sendo certo que essas referências reverenciam o chefão.
Em 2012, Lacoste já ocupava a condição de “frente” do tráfico de drogas existente no Morro São Jose da Pedra, comunidade integrante do chamado Complexo da Serrinha.
Após uma série de homicídios de líderes do tráfico local, tais como os vulgos Dinho, Lerdo, Skol expandiu a sua liderança do Morro São Jose da Pedra para o Morro da Serrinha e para o Morro da Fazenda.
Em seguida, com o homicídio do presidente da associação de moradores Nilson de Oliveira Augusto, vulgo Chuchu, expandiu a atividade de tráfico de drogas do seu grupo para a localidade conhecida como Dendezinho.
Depois, aliou-se aos traficantes que dominavam o tráfico de drogas
no Morro da Primavera. Dessa forma, Lacoste e seus subordinados passaram a controlar o tráfico de drogas e outras atividades criminosas correlatas em todo o maciço que abriga o Complexo da Serrinha, alcançando os bairros de Vaz Lobo, Madureira, Engenheiro Leal, Cavalcanti, excetuando o Morro do Juramento, localizado no bairro de Vicente de Carvalho, que permanece sob o domínio da facção criminosa Comando Vermelho.
O investigado, pelo tempo de protagonismo que possui no tráfico de drogas e por ter um histórico de alianças com agentes públicos corruptos, adota extremo cuidado para não revelar dados que possibilitem a sua localização.
Por isso, Walace não utiliza linha telefônica convencional para se comunicar com seus comparsas. Contudo, foram reunidos elementos de informação que evidenciam que o investigado permanece liderando a estrutura criminosa que explora o tráfico de drogas existente na região, tais como oitivas de alguns indivíduos presos durante o período de investigação, publicações em redes sociais e conversas interceptadas de outros integrantes da estrutura criminosa.
Nesse sentido, vale mencionar o depoimento de um preso no dia no dia 27/10/2020 por policiais militares.
Ouvido na sede da 27a DP, unidade onde o auto de prisão em flagrante foi lavrado, o individuo afirmou ser nascido e criado no Morro São Jose da Pedra, na localidade conhecida como Patolinha, e admitiu que estava atuando na estrutura investigada exercendo a função de “visão” (olheiro).
Entre outros indivíduos, reconheceu por fotografia Walace como sendo o indivíduo conhecido pelas alcunhas Lacoste e Salomão e o apontou como sendo o “dono de todo o Complexo da Serrinha”.
Outro indivíduo preso por policiais militares no dia 09/04/2021 e foi ouvido na sede da 29a DP, disse que “não tem qualquer contato com os líderes do tráfico de drogas local, sabendo dizer apenas aquilo que todos já sabem, que o chefe é o elemento conhecido como Lacoste ou Mano.
Foram interceptados diálogos que evidenciam que Walace continua liderando a estrutura criminosa investigada. Nas converses, o investigado e mencionado pela alcunha Mano, mas a investigação demonstra que esse termo se refere a Walace . (…)
Um dos principais homens de confiança do Lacoste, é o indivíduo conhecido com Leite Ninho, que integra a alta hierarquia da estrutura criminosa que explora o tráfico de drogas no Complexo da Serrinha.
Nas mídias sociais, foram encontradas fotografias que reforçam o vínculo dele com o tráfico local.
Ele aparece em fotografia com uma pistola na cintura abraçando uma mulher. Outro destaque se refere a um vídeo feito pela mesma moça na forma de selfie em que Leite Ninho aparece sentado com um rádio comunicador comumente utilizado por todos os criminosos que exploram a atividade de tráfico de drogas no Estado do Rio de Janeiro;
Por ser homem de confiança de Lacoste e ocupar a alta hierarquia da estrutura criminosa, Leite Ninho adota muita cautela para se comunicar, evitando a linha convencional.
No entanto, diversos diálogos interceptados de outros integrantes do grupo criminoso demonstram o vínculo dele com a exploração do tráfico de drogas do Complexo da Serrinha.
Vulgo Boneco é um possível sucessor de Lacoste na liderança da organização. Ele sempre foi conhecido no Complexo da Serrinha como um homem de guerra, mas atualmente há rumores de que possui uma doença degenerativa que o impossibilita de participar das recentes disputes enfrentadas por seu grupo.
A identificação e o protagonismo de Boneco na exploração do tráfico de drogas existente no Complexo da Serrinha também e ratificado no IP 029-00090/2020, em que a vítima P.C o reconheceu como autor e o apontou como gerente- geral do tráfico de drogas da Serrinha.
Apurou-se que o investigado mantém uma conta no Twitter com o nome “Boneco da Serrinha”, onde posta fotografias fazendo o sinal de três, em alusão a facção criminosa que integra, e com coletes e armas,
A interceptação de ligações com ruídos de rádios comunicadores ao fundo e a preocupação do investigado em saber como estava a rua demonstram que continua associado para o tráfico de drogas.
Bonitão é o responsável por alguns pontos de venda de drogas, principalmente o estabelecido na Favela da Malvina, em Irajá. Ele também integra a alta hierarquia do tráfico de drogas do Complexo da Serrinha e participa da segurança do Lacoste.
No Twitter, utiliza o perfil “Bonitão da Serra” e faz postagens enaltecendo o grupo criminosa que integra com as inscrições “Tropa do Salomão”.
Verifica-se na fotografia três fuzis com a inscrição “Tropa do Salomão” acompanhada de um jacaré, reverenciando o líder principal do grupo.
Mais uma publicação de Bonitão demonstrando o poderio bélico do seu grupo e a reverencia ao seu líder Lacoste.
Outra publicação em que Bonitão reverencia e demonstra lealdade ao chefão afirmando “Salomão até o fim”.
Cabeludo é um dos principais seguranças do Lacoste, bem como é o principal responsável por atacar os traficantes rivais da Favela do Cajueiro e do Morro da Congonha, comunidades que são separadas do Morro da Serrinha, basicamente, pela Avenida Edgard Romero, e que possui tráfico de drogas explorado pela facção criminosa Comando Vermelho.
Além de atuar como segurança de Lacoste e participar dos confrontos com os rivais do Cajueiro, Cabeludo também abastece algumas bocas de fumo com drogas e recolhe o dinheiro proveniente das vendas. Durante as investigações, ele mantinha no Twitter o perfil “cabeludo da serra”, usuário @terradeSalomao, de onde também foram colhidas importantes evidências de sua atuação na estrutura criminosa investigada.
Observa-se que o investigado aparece na sua foto de perfil com um fuzil encostado no muro ao fundo. Chama a atenção o usuário utilizado pelo investigado, isto é, “@terradeSalomao”, enaltecendo o seu líder
No portal de segurança do investigado, verifica-se que, em 2014, Cabeludo foi preso por associação para tráfico de drogas, com mais três indivíduos, dos quais dois eram adolescentes, no interior do Morro da Serrinha, ocasião em que pistolas e granadas foram apreendidas pelos policiais militares responsáveis pela captura.
No destaque, o cadastramento da alcunha do investigado. No seu perfil no Twitter, o investigado costuma postar fotos de armas e drogas roubadas dos rivais que atuam na Favela do Cajueiro, em investidas que, normalmente, resultam na morte dos inimigos.
Bira é subordinado diretamente ao traficante Bonitão para quem presta auxílio no tráfico de drogas, endolando, abastecendo as bocas de fumo e recolhendo o dinheiro proveniente da venda de drogas.
Além disso, Bira também realiza serviços pessoais para Bonitão, realizando diversas tarefas, tais como comprar objetos, transportar a companheira do chfe, levar dinheiro para ela, entre outras coisas.
No Twitter, ele utiliza o perfil “BiraDaGrota”, em alusão à sua alcunha e a uma localidade integrante do Complexo da Serrinha, com o usuário @Bira4i20.
Na fotografia acima, Bira postou uma selfie sua, aparecendo ao fundo seu chefe Bonitão, tendo marcado o perfil deste “@BonitaoSerra”.
O investigado, mais uma vez marcando o perfil do seu chefe Bonitão, postou uma publicação do também investigado Toretto, em que este divulgou imagem de uma carga de maconha com as inscrições “A Braba da Malvina R$ 30,00 TCP”.
Convém destacar que Malvina se trata de uma favela localizada no bairro de Irajá que possui tráfico de drogas explorado pelos traficantes do Complexo da Serrinha.
Bira também publicou uma selfie em que aparecem os investigados Bonitão e Macarrão.
Astro é segurança de Lacoste e sempre adotou extrema cautela para se comunicar. ,
Restou apurado que ele usava o perfil no Twitter denominado “ASTRO”, usuário @Astroserra.
Em uma de suas postagens, o investigado publicou “Salomão só fortalece”, enaltecendo seu chefe Lacoste,
Na mesma publicação, aparece uma fotografia, na qual aparece o seu antebraço e sua mão esquerdos segurando o volante de um automóvel. Nota-se que as tatuagens ajudam na sua identificação.
No dia 01/03/2021, através do mesmo perfil, o investigado publicou “Nada pra fazer”, seguido de uma fotografia em que aparece uma mão sobre um fuzil. No dia 24/08/2021, publicou “Tudo na paz” na postagem de um vídeo no qual aparece um fuzil equipado com luneta sobre o teto de um automóvel.
Foram localizadas fotografias com fuzis, nas quais aparecem no armamento a inscrição “Astro”, entre dois jacarés que simbolizam o Lacoste.
Numa das fotografias, além de aparecer a inscrição “Astro”, a mão esquerda dele está sobre um fuzil da plataforma AK-47, que possui o calibre 7,62 curto. (
Russo desempenha a função de gerente da boca de fumo existente na Favela da Malvina, onde foi preso em flagrante.
DG é mais um braço armado subordinado ao traficante Bonitão. No Twitter, ele utilize o perfil “Dg Da Serra”, acompanhado de um emoticon de jacaré£, usuário @DG27312003.
O investigado, no dia 22/09/2020, publicou uma selfie fazendo o” sinal de três com os dedos em alusão a facção criminosa a qual integra.
DG também foi reconhecido por fotografia como autor pela vítima do inquérito policial 029-00090/2020, que o apontou como sendo o indivíduo que conduziu um automóvel que passou sobre suas pernas por diversas vezes.
Esse homem foi acusado de ter oferecido dinheiro para uma criança de 10 anos na comunidade em troca de relações sexuais e foi julgado e sentenciado pelos traficantes locais, tendo restado apurado que o investigado Boneco acompanhado de um sujeito chamado João Paulo , também participou da punição a vítima, que teve uma das pernas amputadas em razão dos traumas provocados pelas repetidas passagens do automóvel conduzido por DG sobre suas pernas.
Toretto ou Torão auxilia Bonitão no abastecimento das bocas de fumo e no recolhimento do dinheiro proveniente das vendas de drogas. Além disso, também é mais um braço armado da estrutura criminosa.
No Twitter, mantinha o perfil “Toretto”, com o usuário “@TorettoSerra”. onde publicou “Tá calmo” com dois emoticons de jacaré, em alusão ao líder, e uma fotografia exibindo o seu cinto tático com granada.
Na próxima fotografia colacionada, aparece o investigado de costas com um volume na cintura encoberto pela camisa, sugerindo ser seu cinto tático com carregadores e granadas.
A seguir, será exibida a fotografia com o investigado fazendo o sinal de três com os dedos, em alusão à sua facção e, ao fundo, seu fuzil encostado no muro.
Nota-se que o investigado marca na publicação seu chefe imediato “@BonitaoSerra” e também coloca um emoticon de jacaré em reverência ao seu líder maior.
Zeca ou Zeca Urubu , desempenha a função de gerente, auxiliando Lacoste e Leite Linho na distribuição das drogas nas bocas de fumo.
No Twitter, o investigado mant6m o perfil “Zeca”, com o usuário @ZecaUrubu27, onde costuma fazer várias publicações relativas à sua atuação na estrutura criminosa investigada nestes autos, demonstrando sempre sua reverencia ao principal líder da organização
Outras postagens publicadas pela conta do investigado no Twitter também indicam seu vínculo estável com o tráfico de drogas do Complexo da Serrinha. Nas imagens, o investigado exibe drogas e fuzis, assim como enaltece seu chefe Lacoste.
Heglinho ou Heglo ocupa a alta hierarquia do tráfico de drogas existente no Morro da Primavera, comunidade localizada em Cavalcante e integrante do chamado Complexo da Serrinha.
É conhecido por seu envolvimento com roubos em geral, principalmente de cargas, e passou a atuar no tráfico de drogas do Morro da Primavera, bem como a extorquir estabelecimentos localizados no entorno da comunidade.
Gaguinho é o principal líder do tráfico de drogas do Morro da Primavera.
Ele deixou a cadeia em 2020 e voltou a liderar a estrutura criminosa que explore o tráfico de drogas local.
Reportagem de 2021 relatou que moradores do Morro da Primavera estariam reclamando da violência no local, que teria aumentado com o retorno de Gaguinho.
Ele voltou para o morro após ser beneficiado pela progressão de regime, passando a cumprir sua pena em regime semiaberto. (…)
Malvado atua como gerente no tráfico de drogas do Complexo da Serrinha, abastecendo as bocas e recolhendo o dinheiro proveniente das vendas de drogas.
MV tua no tráfico de drogas do Complexo da Serrinha, abastecendo as bocas de fumo com drogas do tipo “balinhas” (sintética), lança-perfume (cloreto de etila) e loló.
Num dos diálogos interceptados, o investigado confirmou o seu CPF, ratificando a sua identificação.
Tartaruga atua como radinho ou atividade no tráfico do Complexo da demais Serrinha, avisando sobre a comparsas movimentação de policiais no entorno e no interior da comunidade e sobre a presença de indivíduos suspeitos, objetivando conferir maior tranquilidade aos demais integrantes da estrutura criminosa.
No Twitter, o investigado mantinha o perfil “Tartaruga Da Serra”, usuário “@Christi42011328”. No Facebook, o investigado mantinha o perfil Christian Souza (Guerreiro).
Nas suas postagens costumava colocar emoticons de jacaré para homenagear o seu chefe maior Lacoste.
O investigado possui diversos antecedentes de atos infracionais relacionados ao tráfico de drogas e análogos a crimes contra o patrimônio, mas não possui identidade civil. (…)
Coceirinha atua na segurança do chefe Lacoste e também gerencia o tráfico de lança-perfume, loló e balinha (solventes e MDMA).
. No IP 901-00114/2021, que apura o homicídio do Tenente da Polícia Militar Cleiton da Costa Sales, dois policiais disseram que o tiro que matou o colega saiu de uma laje onde estavam os traficantes Coceirinha, Boneco, Bonitão e Chelsea, entre outros.
No Twitter, restou apurado que o investigado utilizava o perfil “Da Fazer”, usuário “@DaFazer3”.
Chelsea também é segurança de Lacoste e lidera ataques em grupos rivais.
Ele usa perfil no Twitter, “Chelsão da serrinha”, usuário @333Moises 333. Observa-se que as sequências de número “3” no seu usuário no Twitter é em alusão à facção criminosa que integra, isto é, o Terceiro Comando Puro – TCP. (…)
Embora não tenha sido interceptado durante a investigação, Chelsea foi mencionado pelo alvo Bonitão, durante o monitoramento do terminal deste, num diálogo com o também investigado Bira, em que Bonitão diz que Chelsea e outros bandidos estão reclamando por causa da falta da droga LSD.
Vale ressaltar que o diálogo mencionado se deu durante uma discussão entre Bonitão e Bira, visto que este ficou de embalar as drogas que seriam entregues ao Bonitão para que o mesmo as distribuísse nas bocas de fumo, porém várias embalagens estavam vazias, o que gerou reclamações dos gerentes.
Fraldinha originariamente era do tráfico de drogas do Complexo da Serrinha, mas há muitos anos havia pulado para a facção criminosa da Favela do Cajueiro, tendo sido preso e cumprido pena em presídios e alas destinadas a presos do Comando Vermelho.
Após deixar a cadeia, continuou atuando no tráfico da Favela do Cajueiro, desempenhando a função de segurança do líder do tráfico local, vulgo Tevez, que era um dos principais indivíduos do Comando Vermelho para liderar seu grupo em disputes por território entre as facções nesta região.
No dia 28/01/2021, ele armou uma emboscada para matar o traficante Tevez do Cajueiro. na Rua Tatui, no interior da comunidade em Madureira.
O corpo de Tevez foi levado para o Hospital Getúlio Vargas e a DHC instaurou o procedimento 901-00092/2021 para apurar os fatos.
Após matar Tevez, Fraldinha pulou para a facção TCP, aliando-se novamente aos traficantes do Complexo da Serrinha.
O investigado passou a utilizar no Twitter o perfil “fraldinha Da Serrinha”, usuário “@JohnsonSerrinha”.
Morte e Sherek controlam o tráfico de drogas das comunidades do Morro São Jose da Pedra, Patolinha e Dendezinho.
Os dois, mais Macarrão, a mando de Lacoste extorquem valores mensais de estabelecimentos localizados no entorno do Complexo da Serrinha para que possam funcionar sem sofrerem represálias dos traficantes do Complexo da Serrinha.
No dia 14/05/2021, um adolescente foi apreendido logo após recolher o dinheiro proveniente das extorsões no estabelecimento localizado na Rua Guanabara, em Madureira.
Em suas declarações, ele admitiu que estava recolhendo o dinheiro que foi apreendido consigo, R$ 700,00, a mando do tráfico de drogas da Patolinha.
O adolescente disse também que foi recrutado pelo traficante conhecido como Macarrão para recolher o dinheiro proveniente das extorsões e que os elementos conhecidos como Morte e Sherek são os chefes do tráfico de drogas da Patolinha.
O jovem também relatou que foi espancado por Morte, que utilizou um pedaço de madeira, no dia anterior a sua apreensão, 13/05/2021, em razão de o adolescente ter se negado a obedecer a uma ordem do chefe, que havia determinado que o adolescente fosse a casa de sua irmã, localizada na Rua Candiru, para pegar um carro.
Restou apurado que traficantes ligados ao tráfico de drogas do Complexo da Serrinha foram armados com fuzis a garagem da Viação Acari, localizada na Rua Miguel Rangel, n° 4 93, em Cascadura, onde roubaram a arma do vigilante e exigiram que a empresa pagasse a quantia de R$ 5.000,00 mensais para que pudesse continuar funcionando no local sem represálias dos traficantes.
Os três criminosos que entraram na garagem foram filmados pelo circuito interno de vigilância e, posteriormente, reconhecidos pelos vigilantes, através de fotografias, em sede policial, como sendo Morte, Shrek e Macarrão.
Nota-se que Morte aparece no interior da garagem da empresa sem camisa, usando um boné de cor preta e com o emblema do Clube de Regatas do Flamengo, portando um fuzil pendurado no seu corpo pela bandoleira.
As imagens mostrasram o investigado no interior da garagem da Viação Acari, participando da subtração da arma do vigilante e coagindo os funcionários do estabelecimento, exigindo o pagamento da taxa de R$ 5.000,00 para que a empresa continue funcionando naquele endereço.
Macarrão gerencia o tráfico de drogas existente no Morro do Dendezinho e realiza extorsões a estabelecimentos comerciais localizados no entorno das comunidades.
Ele costuma afirmar que as exigências são a mando do chefe do tráfico, citando o nome de Lacoste.
No caso da extorsão na empresa de ônibus Acari, o vigia disse que Macarrão teria dito que a ordem de Lacoste era que todas as empresas dos arredores do Complexo da Serrinha pagassem uma taxa para os traficantes.
Este investigado já vinha coagindo os funcionários da Viação Acari com o objetivo de obter a vantagem econômica indevida.
Os bandidos também constrangeram funcionários e colaboradores de uma empresa de investimentos, uma imobilária e um condomínio com o intuito de obter indevida vantagem econômica para si, para obrigarem o responsável legal a transferir dois apartamentos para pessoas indicadas pelos investigados ou vende-los e repassar-lhes metade do valor da venda, tendo efetivamente invadindo o apartamento 108 com o objetivo de praticar esbulho possessório. em econômica para si, para obrigarem o responsável legal a transferir dois apartamentos para pessoas indicadas pelos investigados ou vende-los e repassar metade do valor para os investigados, tendo efetivamente invadindo o apartamento 108 com o objetivo de praticar esbulho possessório.
Além disso, no dia 19/11/2020, os investigados, portando armas de fogo, invadiram o condomínio e subtraíram as câmeras de vigilância do edifício, assim como os equipamentos de vigilância e uma máquina de lavar que pertencia ao vigilante do prédio.
Após a prisão de Gui, seu telefone celular foi apreendido e o sigilo dos dados foram afastados e foram descobertas fotos enviadas por Macarrão exibindo seu fuzil decorado com figurinhas de jacaré.
Macarrão costumava utilizar seu telefone para fazer contato com os comerciantes vítimas das extorsões, porém, quando o assunto fica mais explícito, ele falava para continuarem a conversa pelo zap (whatsapp).
Gui foi preso no dia 13/03/2021 acusado de constranger funcionários de empresas e condomínios mediante grave com o intuito de obter indevida vantagem econômica. Ele era um dos soldados da quadrilha.