O dono das bocas de fumo da Favela da Rocinha, Rogério Avelino da SIlva, o Rogério 157, foi condenado a 64 anos de prisão por um triplo homicídio ocorrido na comunidade em 2017.
Na ocasião, Ítalo de Jesus Campos, o Perninha, Robson Alves Porto e Wellington Cipriano da SIlva Filho, foram mortos a mando de Rogério.
O crime foi perpetrado por motivo torpe, uma vez que serviu para cumprir a “lei do tráfico”, objetivando demonstrar o poder da facção criminosa Comando Vermelho – CV, contra a facção que dominava, à época, o comércio ilegal de drogas na Rocinha, Amigo dos Amigos – ADA.
O delito foi cometido mediante recurso que dificultou a defesa dos ofendidos, considerando que as vítimas foram surpreendidas pela conduta desleal e inesperada de “Rogério 157” ao trocar de facção criminosa, não dando chances de defesa às vítimas, que imaginavam permanecer íntegro o conluio transgressor, quando, em verdade, já se tratavam de adversários pelo controle territorial do comércio ilegal de entorpecentes na Rocinha.
Na época, Rogério já atuava como chefe do comércio ilegal de entorpecentes na Comunidade da Rocinha, funcionando como o “líder” da facção, de quem emanam todas as ordens a serem cumpridas pelos demais traficantes da localidade.
Em período anterior, uma das vítimas, Perninha”, seria a segunda voz na hierarquia do tráfico de drogas da Rocinha, até então chefiada por Antônio Francisco Bonfim Lopes, vulgo “Nem”, sob o domínio da facção Amigo dos Amigos – ADA.
Com a prisão de “Nem”, de sua esposa Núbia e de “Perninha”, “Rogério 157” passou a exercer a liderança do tráfico de drogas na Rocinha. Após “Perninha” sair da prisão e tentar assumir a liderança do tráfico, “Rogério 157″ deixou a facção criminosa ADA e passou a integrar o Comando Vermelho, iniciando com isso uma sangrenta guerra contra os antigos aliados, fato que resultou nas mortes ora denunciadas”.
Traficante disse que bandido rival de Rogério matou as vítimas
Um traficante relatou que na época estava havendo um problema com o pessoal da parte 2, referindo-se a Pará e o resto do pessoal,
Pará dividia a liderança na parte de baixo com outras pessoas e era da facção criminosa ADA. Ele, Perninha e Wellgton eram da parte de baixo e tiveram problemas entre si. Rogério mandava na parte alta,.
Segundo o declarante, Pará teria sido o responsável pelas mortes das vítimas nestes autos, que dividiam a liderança da parte baixa com ele e também era integrantes da facção criminosa ADA.
Por Pará ter sido o responsável pelas mortes das vítimas, houve um racha, pois não era possível membros da mesma facção se matarem, o que levou Pará a fugir do local após a morte das vítimas e passar a integrar a facção criminosa Terceiro Comando.
Relatou que após ter sido solto em 2013, trabalhou como taxista um tempo, mudando para a comunidade da Rocinha, passando a trabalhar como segurança do tráfico na parte baixa dominada pela facção criminosa ADA até a ocorrência de uma guerra na comunidade, que motivou a morte das vítimas nestes autos, motivando a ida do depoente para a facção criminosa Comando Vermelho.
Falou que Modelo era um cara da parte baixa e está envolvido nesta situação. Modelo era” é o genro de “Nem. Disse que a guerra ocorreu em setembro e os fatos se deram em agosto.
Após a guerra, ninguém se respeitava mais e todos começaram a se digladiar. A Rocinha sempre teve a liderança compartilhada. Nem, seus filhos e sua genitora residiam na Rocinha.
Pará saiu da comunidade porque tinha matado as vítimas e precisou se retirar. A parte de baixo era comandada pela ADA e a parte de cima era comandada pelo Comando Vermelho. Nem dominava a parte de baixo e passou a liderar a parte de cima após a saída de Joca, que dominava a parte de cima, logo em seguida foi preso pelas forças de ocupação. Na parte alta dominava o acusado Rogério.
Um PM disse que abordou o carro que estava levando os corpos no porta malas. Relatou que, ao ser abordado, respondeu que havia corpos no porta malas.
Relatou que quando chegou ao local, antes de agosto de 2017, os comentários eram de que Rogério 157 era o dono do local, o que ocorreu até a morte das vítimas, quando tudo mudou. Os comentários que ouviu do serviço reservado da PM era de que houve uma guerra entre ele e Pará, o que motivou todas as mudanças na localidade.
Rogério 157 se tornou membro da facção comando vermelho e provavelmente este teria sido o motivo da guerra com Pará.
Outro PM disse que os comentários da época noticiavam que as mortes foram causadas pelo racha existente entre Rogério e Pará. Ao que se recorda, o dono da comunidade era o Rogério 157 e Pará seria subordinado a ele e o motivo das mortes provavelmente seriam motivadas pelo racha havido entre ambos.