Os traficantes Doca ou Urso, Pedro Bala, Belão do Quitungo, Gardenal, Samuquinha, Pitbull e Charuto tiveram as prisões preventivas decretadas pelo homicídio de Wagner Santanna Vieira, morto em janeiro deste ano, na comunidade do Quitungo, em Brás de Pina.
O crime ocorreu no dia 8 de janeiro por volta das 13h na Rua Guaíba. Segundo a denúncia, a vítima se encontrava trocando o óleo do veículo automotor Fiat/ Doblô, placa LRQ-5799 próximo à casa do de seu pai e iria encontrá-lo em seguida, porém, nesse ínterim, foi abordado por criminosos, que o levaram até um galpão situado no interior da comunidade.
Diante do não comparecimento da vítima ao encontro, a testemunha se dirigiu às proximidades de sua residência, onde, já na Rua Guaíba, avistou o carro de seu filho próximo à “boca de fumo” e foi ao encontro de três criminosos que lá estavam, dentre eles Charuto”, quando então, ao questioná-los sobre o paradeiro do condutor daquele veículo automotor, ouviu a voz da vítima de dentro de um galpão próximo dizendo “os caras não estão acreditando em im, pai, me ajuda” quando então obteve a informação de um dos criminosos de que seu filho só seria liberado com a ordem vindo das lideranças do Complexo da Penha/RJ, quais sejam, Doca e Pedro Bala.
A testemunha se dirigiu até o interior do Complexo da Penha/RJ, por duas vezes, onde conversou pessoalmente com Doca, Pedro Bala e Samuquinha, oportunidade em que lhe foi mostrada uma fotografia da vítima fazendo com as mãos um símbolo de menção à facção rival (T.C.P.) e lhe foi informado que o dito “Tribunal do Tráfico”, composto, dentre outros criminosos, Pitbull, Gardenal e com aval de Doca, Pedro Bala, Gardenal e Belão havia ceifado a vida da vítima e que não haveria corpo.
Conforme restou apurado, após a vítima ter sido executada sob o comando e aval dos denunciados, comparsas não identificados abordaram um motorista de aplicativo que acabara de encerrar uma corrida próximo ao local, ocasião em que, armados, o colocaram no banco de trás do automóvel e assumiram a direção do mesmo, o conduzindo até um beco.
Em seguida, os criminosos não identificados exigiram que o trabalhador ficasse dentro de um valão, enquanto outros comparsas não identificados arrastaram o cadáver da vítima e o colocaram dentro do referido automóvel, deixando o local por um período.
Após um tempo, os criminosos não identificados retornaram e devolveram os pertences e o veículo automotor Fiat/Palio do motorista, o qual estava sujo de sangue e exigiram que ele não fosse à DP registrar o fato, sob pena de morte.
Registre-se que o cadáver da vítima foi encontrado no dia 10/01/2024 (dois dias após o fato – R. O. nº 861-00022/2024) no interior do Rio São Carlos, divisa entre os municípios de Belford Roxo/RJ e Duque de Caxias/RJ, bem como seu veículo automotor Fiat/Doblô foi recuperado. Ademais, o dispositivo de GPS do veículo automotor Fiat/Palio, utilizado na empreitada criminosa, registrou o trajeto.
O pai afirmou que, no dia do crime, após marcar o encontro com o filho, preocupado pela demora de seu filho saiu para procura-lo as 17h e 30min e pelo local onde reside estar dominado pelo Trafico de Drogas da facção Comando Vermelho.
Foi direto na Boca de Fumo falar com os traficantes, sendo dois elementos armados de pistola e outro sentado em uma mesa com farta quantidade de drogas sobre a mesa, de pronto o declarante perguntou onde esta o filho de Wagner e seu filho ao escutar sua voz começou a gritar de dentro de um galpão, “Os caras não estão acreditando em mim pai, me ajuda”.
O declarante tentou dialogar falando que era morador e porque teria que pedir autorização de alguém da Penha se o declarante e seu filho sempre foram trabalhadores. Nessa hora um outro bandido foi enfático e falou só com autorização da Penha na Vila Cruzeiro.
Ele por ser nascido e criado na comunidade da Penha foi procurar algum dos donos, e chagando na Penha o declarante encontrou com Pedro Bala e explicou o que estava acontecendo e de imediato o traficante falou que ele teria que procurar o Bekçai, pelo fato dele ser o dono do Quitungo e diante dessa resposta o declarante começou a procurá-lo chegando a encontra um de seus seguranças sendo esse armado também com uma pistola e no canto tinha um Fuzil mils não sabendo dizer se o fuzil era dele e na hora esse traficante ligou para o Belão e obteve como resposta que o traficante Belão estava no Quitungo.
A testemunha retomou para a Comunidade do Quitungo para falar com traficante Bella e resgatar seu filho Wagner. Que chegando ao local onde estava o carro de seu filho, se surpreendeu que o veiculo já não se encontrava no local e nem o seu filho antes que conseguisse desser do veiculo os mesmos tees traficantes e agora com mais três traficantes totalizando seis no local.
Um bandido apontou a pistola em sua direção ordenou que o mesmo retomasse e nem desembarcasse do carro. O declarante obedeceu as ordens temendo pela sua vida e retornou na Penha na busca de encontrar o traficante Belão e chegando na comunidade da Penha, Vila Cruzeiro, o declarante veio a encontrar o traficante Doca, que ao explicar o que estava acontecendo o mesmo deu a noticia ao declarante que seu filho estava morto e mostrou uma foto onde seu filho com as mãos fazia menção a facção Terceiro Comando Puro e por esse motivo a ordem é unia só, “A morte”.
O declarante destruido por dentro pediu ao traficante Doca que pelo menos lhe entregasse o corpo de seu filho para que pudesse ser enterrado, e nessa hora o criminoso ligou para alguém e perguntou onde estava o corpo e escutou Doca falando com a outra pessoa que estava no Rio e ao desligar o celular ordenou que um de seus comparsas de vulgo Samuquinha levasse o declarante até onde estava o corpo de seu filho mas ele não obedeceu.
No dia seguinte, a testemunha retornou no dia seguinte na Comunidade da Penha para falar com o Doca, o declarante não conseguiu falar com nenhum traficante na favela e somente na quarta-feira dia 10/01/2023 a noite recebeu a noticia do traficante Pedro Bala que o Doca não falaria com ele pelo fato dele estar com a família e não tinha mais corpo nenhum do seu filho Wagner e ordenou que o mesmo fosse embora.
O motorista de aplicativo cujo carro transportou o corpo disse que os traficantes o puxaram pela camisa retirando-o do banco do motorista e o jogaram no banco de trás,
Depois foi retirado do carro pelo autor 02 e obrigado a entrar em um beco ao lado do valão e deixado dentro de um buraco no chão com saída para dentro do valão.
Falou que ficou dentro do buraco por aproximadamente 15min. Durante esse período, os autores passaram pelo beco arrastando um corpo, aparentando ser de jovem (pele branca, magro, cabelo raspado e preto, bermuda jeans claro, e camisa preta) e e usaram seu veículo para trasportar o corpo.
Em seguida, ouviu os meliantes ordenando para que fosse removido o sangue do chão. Um menina apareceu para limpar o sangue do chão e esta o percebeu dentro do buraco e perguntou o que fazia ali.
Ele disse que não era morador dali e estava ali forçado. A garota lhe perguntou onde morava e foi respondido que era morador da comunidade Kelsons. A menina disse: -Você mora na Kelson¿s, então espera ai que eu já volto.
Após isso e menina retornou com um rapaz e foi retirado do buraco e oferecido água e cadeira. Após aguardar mais uns 15min sentando na cadeira ao lado do buraco, foi chamado para ir ao final do beco onde onde os autores devolveram a chave do carro e seu aparelho de celular e a ordem de não ir a delegacia relatar o fato sob jura de morte, pois já sabiam o local de sua residência e caso fosse a delegacia iriam buscá-lo em casa