Mesmo com a suposta união entre o Comando Vermelho e a milícia de Zinho formando a chamada narcomilícia, a Justiça tem informações de que não haveria repressão à atividades de venda e comércio de drogas perpetrados por narcomilicianos em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.
“Aliás, em Santa Cruz, o que supostamente existe é a atuação da narcomilícia em áreas em que, outrora eram dominadas pelo Comando Vermelho e pelo Terceiro Comando.“, relatou uma defensora pública que trabalha na Vara Criminal de Santa Cruz
Isto porque quase não haveria prisões dessa natureza comunicadas para as Varas Criminais da região, ou processos-crimes em curso por delito de tráfico de drogas após a ocupação massiva da milícia nas áreas carentes do bairro.
Um único caso suspeito que aconteceu este ano na região foi de um homem que era envolvido com o tráfico e fugiu para Santa Cruz para viver com a atual companheira e acabou detido. Estava com drogas mas ele foi denunciado por ameaças à mulher.
Ele teria dado um” derrame “no movimento do tráfico de drogas, onde ele outrora atuava em São Gonçalo, vindo para Santa Cruz com as” drogas “surrupiadas para seu próprio uso pessoal.
Segundo a Justiça, pelas regras ordinárias de experiência, ele não poderia vender numa área de notória atuação da milícia, sem autorização.
O laudo de exame de material entorpecente indica, no entanto, que foram apreendidos 525g de maconha, sendo certo que a quantidade e forma de acondicionamento das drogas que ocultava reforçam os indícios de que o material ilícito se destinava à venda.
A Justiça, no entanto, não entendeu desta forma e considerou a autoria do delito de tráfico restado nebulosa, diante do fato de que não houve demonstração da finalidade de mercancia da droga.