Os proprietários de bingos e lojas da região de Cascadura, que tinha como ‘dono’ o contraventor Marcelo Cupim, preso essa semana, responsabilizavam-se por dispor recursos para efetuar o pagamento das despesas com a atividade criminosa, em especial a policiais civis e militares corruptos e a integrantes da banca da contravenção, obtendo, em contrapartida, lucros advindos da exploração dos jogos de azar.
Em um diálogo, um envolvido reclamou com um policial sobre sua desorganização, relatando, de forma expressa, que o dinheiro da Delegacia (ou seja, a propina paga à delegacia local) devia ser pego com o dono do bingo Cascadura.
Esse mesmo envolvido disse que 15 mil era da pizza, que se refere a um estabelecimento.
“Não tô entendendo, Marquinho. Esses 15 mil é do pagamento da pizza, irmão. Que que você tá fazendo? Fala para mim. Esse, o dinheiro da Delegacia, o dinheiro da segurança, você tem que pegar com o Carlinhos. Que que tá acontecendo? Fala comigo”.
Em outra passagem, o mesmo envolvido falou que o dono do bingo Cascadura foi conversar com Cupim para interceder junto a policiais sobre o funcionamento da casa.
“O avião tá saindo. O Carlinhos tá indo lá encontrar com o Inseto (Cupim) lá. Pra falar com ele. Começou a sacanagem. Só hoje teve mais de 10 denúncias lá na parada. Ele tá indo encontrar com ele lá agora para falar com ele”.O controle da região foi disputada à bala.
O bicheiro Piruinha seria o responsável pela exploração dos pontos de jogo de bicho na Zona Norte do Rio de Janeiro, principalmente nos bairros: Madureira, Cascadura e Pilares. Porém, devido a sua idade avançada, teria passado parte de seus negócios para seu filho Haylton Carlos Gomes Escafura, que teria sido morto em razão da disputa dos pontos de jogo do bicho herdados do pai e de outra região que teria sido arrendada para Cupim, o qual teria expandido seus negócios para o município de Campos dos Goytacazes/RJ.