A Justiça condenou dois homens presos em 2021 em um fábrica de armas e munições em Duque de Caxias que revendia o material para traficantes do Comando Vermelho das comuidades da Vila Kennedy e do Complexo do Lins. Quadrilha pode estar na ativa ainda.
Os dois, sendo um deles, ex-policial civil de São Paulo, foram foram sentenciados a 11 anos de cadeia. Um ex-policial civil do RJ também estava envolvido.
Eles foram encontrados na epoca em uma residência no município de Duque de Caxias mantendo sob sua guarda e depósito uma impressionante quantidade de armas de fogo, munições de diversos calibres, facas, componentes, insumos, máquinas, ferramentas e equipamentos de grande porte, aplicados de forma livre e consciente na indústria no comércio, reparos e manutenção de armas de fogo, munições e componentes.
A fábrica tinha duas funções, a primeira era a produção de munições, sendo que estas munições que os suspeitos fabricavam eram mais raras, de calibres mais caros, por exemplo, dos dispositivos 556 e 762, nas quais falsificavam e fazia insígnias da CBC nessas munições para dar aparência de legalidade.
As munições tinham números que não batiam com os números oficiais da CBC; que isso era tanto para dificultar o rastreio quanto para aparentar aos traficantes ou milicianos que a munição seria original; que a técnica de recarga era feita, mas com a munição, projéteis e cápsulas, tudo novo;
Era uma munição zero quilometro pro tráfico e/ou milícia, com inscrição da marca, algo que gerava para os acusados um valor maior de venda; que enganavam até mesmo os outros criminosos que compravam esse material, o qual era de altíssima qualidade.
Há relatos de que o bando continuaria na ativa já que, no ano passado, que inclusive, em uma diligência em desdobramentos, conseguiram apreender milhares de munições 556, com as mesmas características das que os acusados fabricavam, o que significa que o remanescente dessa organização criminosa ainda estão ativos em outro lugar, ainda, isso era algo sabido pela polícia, pois segundo a campana da Polícia Militar.
O ex-policial paulista era requisitado por vários colecionadores, atiradores e caçadores do Brasil inteiro enquanto uma referência na produção de canos de fuzil;
Ele e o ex-policial civil do Rio que havia sido expulso da corporação ao ser preso transportando pistolas em São Paulo, ficaram presos no mesmo presídio em São Paulo.
O outro preso seria a única pessoa no Rio de Janeiro com a expertise para fazer o raiamento de um cano de fuzil, ou seja, trocar o cano de fuzil, algo que seria de alguém com alta especialização e não seria qualquer pessoa que poderia fazer.
Nos celulares dos presos, tinham contatos com o ex-policial do Rio logo após a batida policial; que esses celulares foram checados no dia do flagrante e analisados previamente, com pedido de quebra, ainda existindo material para ser extraído e periciado.
Foi desmembrado um inquérito justamente para melhor apurar a participação do ex-policial civil do Rio; que além dos dois denunciados e o outru envolvido foi possível identificar mais envolvidos com certeza; que nos telefones apreendidos existiam outros indivíduos não identificados de diversos Estados da Federação que se valiam desse serviço clandestino;
Foram apreendidas novamente munições com as mesmas características, idênticas à dessa organização criminosa, o que indica que ela se mantém ativa, inclusive, com outros elementos que a polícia ainda não sabe quem são; que existiam os contatos que forneciam peças para os acusados, quantos os clientes finais deles.
A quadrilha é autônoma e independente, existindo mais pessoas além dos três identificados, mas ainda não qualificadas; que essa conclusão ocorreu a partir da análise preliminar dos telefones; que essas munições são difíceis de conseguir por causa dos insumos, mas no telefone foi possível ver que alguém está encarregado disso; que a organização criminosa não se limita a trabalhar nesse armamento e munição, pois tem alguém encarregado de obter material, outro para fazer contato com as organizações e clientes, sendo o desenho da ORCRIM; que existe a obtenção de insumos, fabricação enquanto que o ex-policial civil do RJ seria o elo com as outras organizações criminosas, ele que fazia o contato com as facções criminosas (clientes).