Os autos do processo revelam como foi o roubo praticado por um casal de primos que acabou sendo baleado por PMs durante a semana, em São Cristóvão. O casal mais uma jovem que estava junto tiveram as prisões preventivas decretadas. Os policiais também foram presos.
Narraram as vítimas do roubo que no dia 25/10/2023, estavam juntos encostados em um carro, próximo à residência da moça, na Rua General Padilha quando foram abordados por um veículo de cor cinza e, um homem, o qual estava sentado no banco traseiro, abriu o vidro (cerca de um palmo), colocou a mão para fora apontando uma arma e ordenou que o casal entrasse no carro.
Nessa ocasião, a vítima mulher saiu correndo e gritando por socorro. Seu namorado ficou parado ao lado do veículo, momento em que o acusado que estava na traseira abriu a porta.
Em seguida, o rapaz arremessou seu aparelho celular dentro do veículo e saiu correndo.
Na Delegacia, a vítima descreveu que o homem que realizou a abordagem era de cor negra e trajava calça clara e tênis branco.
Sua namorada descreveu que a pessoa que abordou e estava no banco traseiro era homem, de cor negra.
A Polícia Militar foi acionada, tendo sido informadas algumas guarnições da região acerca do ocorrido, sendo realizadas diligências.
Agentes da lei, buscando encontrar os autores do delito, entraram na Rua São Luiz Gonzaga, quando pararam a viatura próximo a um veículo Onix, que era ocupado pelos custodiados Nivea, João Victor e Yasmim.
Segundo o depoimento de um PM antes que conseguissem realizar a abordagem ao veículo Onix, outro carro teria passado pelo local realizando disparos de arma de fogo e em razão disso os outros policiais revidaram.
Segundo a Justiça, quanto ao contexto dos disparos, há necessidade de maiores esclarecimentos dos fatos, sendo certo que há conflito entre as versões da polícia e das vítimas do roubo, especialmente em relação aos detalhes que teriam sido passados pelas vítimas no momento da comunicação do roubo (na versão dos policiais as vítimas teriam dito que um Ônix seria o veículo usado no crime, mas as vítimas não confirmaram o modelo do carro), bem como quanto ao reconhecimento do autor do roubo pela vítima, que o policial declarou que teria sido positivo, mas isso não foi confirmado por nenhuma das vítimas em delegacia.
Além disso, os policiais alegaram que os disparos teriam sido direcionados a outro veículo, Cobalt (cujos ocupantes teriam supostamente disparado primeiro), mas é certo que diversos disparos atingiram o Ônix e dois de seus ocupantes, que estavam desarmados, enquanto o suposto veículo que na versão dos policiais seria alvo dos disparos não recebeu qualquer disparo capaz de evitar sua fuga.
No entanto, muito embora não fosse possível ter certeza do envolvimento dos indiciados no roubo no momento da perseguição policial, e apesar da ausência de agressão atual ou iminente por parte dos custodiados que pudesse justificar os disparos efetuados pelos policiais na direção do Ônix no momento da abordagem, é certo que no momento posterior – da lavratura do flagrante – a autoridade policial reuniu indícios suficientes de autoria do roubo em relação aos três acusados.