O Ministério Público Estadual denunciou cinco traficantes da Favela do Muquiço, em Deodoro, pelo homicídio de um homem considerado pelos criminosos como X9 da quadrilha mas a Justiça rejeitou.
São acusados o chefão da comunidade vulgo Coronel, além dos bandidos conhecidos como Aritana, Gaguinho, Messi e Tralha.
Segundo a denúncia, atendendo ao comando de Coronel, os criminosos teriam executado a vítima Paulo Alexandre por considerá-la informante da polícia, vulgo “X-9”.
A rejeição judicial ocorreu porque a única testemunha a depor em sede policial, em nenhum momento, mencionou o nome de algum dos indiciados como sendo autor do delito.
Ela se limitou a informar que Paulo era amigo de alguns policiais e que teria fotografado bandidos do local, passando tais informações aos agentes.
No mais, a testemunha reproduziu em solo policial informações que ele teria ouvido de populares residentes na localidade do delito, sendo certo que, ainda assim, nem mesmo de “ouvi falar”, foram citados os nomes de quaisquer dos acusados.
“Não foram juntadas oitivas de testemunhas de visu, tampouco obtidas imagens de câmeras que pudessem melhor elucidar os fatos, de forma que não há, até o momento, indício mínimo da autoria do homicídio investigado neste procedimento. Sequer foi qualificada a apontada mulher da vítima, que a teria denunciado à organização criminosa, cujo depoimento poderia minimamente ratificar a versão obtida por testemunha conhecida como “hearsay”, a qual, de resto, não indica qualquer outra que pudesse confirmar uma versão obtida como verdadeiro mosaico desordenado, sem lastro fático efetivo. Portanto, resta inevitável o reconhecimento de que os autos contam com meras ilações, sobre as quais não se pode fundar uma acusação. Não constam nos autos quaisquer indícios que apontem para a autoria do crime de homicídio a eles atribuído”, dizem os autos.