Inquérito policial aponta para suposta prática de lavagem de dinheiro perpetrada pelos integrantes do Comando Vermelho, associação criminosa para o tráfico atuante na comunidade da Cidade de Deus.
Foram apurados diversos atos cartorários realizados por Ederson José Gonçalves Leite, vulgo Sam, líder da facção na Cidade de Deus, e por seus procuradores e pessoas do seu relacionamento, nos estados do Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Rondônia, locais em que o bandido esteve aprisionado em estabelecimentos federais.
A partir disso elaborou-se relatório de análise de vínculos criminais, familiares, empresariais, imobiliários, procuratórios e de visitação penitenciária, no qual foi possível verificar o modus operandi da organização criminosa na ocultação e dissimulação de capitais provenientes do tráfico de drogas.
Um homem nomeado procurador de Sam foi Sócio Administrador de de um posto de gasolina , cuja sociedade era composta por familiares, entre eles advogados do megatraficante Luiz Fernando da Costa, vulgo Fernandinho Beira-Mar e de Marcos Marinho dos Santos, vulgo Chapolin, também integrantes do Comando Vermelho.
Sam nomeou uma mulher como sua procuradora para cuidar das questões envolvendo seu casamento e, por óbvio, as questões patrimoniais dele decorrente, apesar do bandido manter uma união estável com outra.
Conforme resposta do 3º Serviço Notarial de Mato Grosso do Sul/Campo Grande, um cunhado de Sam. era sócio de uma empresa fornecedora de sinal de internet.
Essa firma presta serviço de internet dentro da Comunidade dominada por Sam e seus comparsas, Verificou-se ainda que um sobrinho de Sam é ligado a uma empresa de comércio de alimentos (um açougue), que tinha um capital social de R$ 20,000,00.
A empresa era de fachada para emissão de notas fiscais e movimentação financeira da quadrilha investigada, eis que sequer declarava qualquer transação, lucros e dividendos etc.
A sociedade movimentou R$ 522.666,74 em transações financeiras com notas fiscais que alcançaram a soma de R$522.666,74.
O relatório aponta ainda um imóvel na Taquara em nome de uma ex companheira de Sam, adquirido pelo valor de R$ 350.000,00. O
A ex-mulher do criminoso ainda seria proprietária de um bar e restaurante, , com capital social de R$ 10,000,00.
No mesmo endereço do imóvel funcionaria uma outra empresa. O local foi usado para dezenas de transações e aquisições de bens.
Sam também adquiriu um imóvel em Senador Camará no valor de R$ 100 mil, colocado em nome de uma outra ex-mulher dele.
A filha de Sam registrou ainda em nome de outras pessoas, um imóvel no Mato Grosso do Sul onde o traficante ficou preso.