O advogado Leonardo Silvestre, preso hoje na Operação Drake da Polícia Federal que prendeu policiais civis suspeitos de traficar drogas para o Comando Vermelho, foi até o Complexo do Alemão encontrar encontrar um traficante para viabilizar a entrega do pagamento ajustado de propina.
Silvestre atuava como intermediário, tendo ele telefonado para os policiais envolvidos e se deslocado à Cidade da Polícia, se dispondo a acompanhado o comboio de escolta das drogas
Autos indicam que os quatro agentes suspeitos se deslocaram em viatura oficiais à região do Sul Fluminense em duas viaturas ostensivas da PCERJ, para abordar um caminhão transportava drogas do Mato Grosso do Sul para o Rio de Janeiro, com objetivo de enriquecimento ilícito e apoio ao tráfico organizado, exercido por facções criminosas.
Após abordarem o caminhão, escoltaram o motorista e o veículo de volta à CIDPOL (Cidade da Polícia), onde o veículo permaneceu parqueado por longo período, enquanto os policiais, intermediados pelo advogado, negociavam o pagamento de propinas.
Concluídas as negociações, os policiais denunciados, novamente em viaturas caracterizadas e com armamentos da PCERJ, saíram da CIDPOL escoltando o caminhão com o material entorpecente até a comunidade de Manguinhos, onde entregaram ao tráfico ao menos 16 toneladas de maconha, recebendo em troca a propina acertada.
Há ainda no relatório indícios de envolvimento dos mesmos policiais em outra prática criminosa, concernente à dezenas de fuzis apreendidos de criminosos que não honraram com a propina combinada, à membros de facção criminosa rival.
“Por fim, destaca-se que a remoção de tais policiais gerou rumores nos corredores da Cidade da Polícia Civil sobre uma possível prisão da ‘equipe do Juan’ Em razão disso, uma fonte humana procurou o Setor de Inteligência da Polícia Federal e narrou outros fatos graves (e semelhantes) envolvendo a DRFC, ocasião em que o nome de Juan Felipe Alves da Silva foi citado expressamente.
De acordo com o relatório de inteligência, a equipe da DRFC exigiu R$500.000,00 (quinhentos mil reais) para liberar um indivíduo que teria sido preso e conduzido à CIDPOL. No entanto, em razão de não ter recebido o valor integral, como forma de vingança, em momento posterior, a equipe da DRFC realizou a arrecadação de 31 fuzis da facção, ocasião em que venderam 29 para facção rival e formalizaram a apreensão de apenas 2 fuzis e substância entorpecente.